A vice-coordenadora do Nupens participou da estreia do Papo na Cozinha, novo quadro no Instagram da apresentadora

Rita Lobo falou com Patricia Jaime na estreia do “Papo na Cozinha”

Em uma situação de quarentena como a que vivemos atualmente, o ato de cozinhar ganha cada vez mais importância. Segundo um levantamento da agência francesa de notícias France Presse, mais de um terço da população mundial está limitada a ficar em casa. Com acesso reduzido a restaurantes e outras soluções para a alimentação, a melhor saída é planejar as refeições, ir às compras e botar a mão na massa.

Neste contexto de crise, as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira seguem fazendo sentido. “Durante a pandemia, o Guia se ressignificou para mim”, disse Patrica Jaime, vice-coordenadora do Nupens, em uma live comandada pela apresentadora e cozinheira Rita Lobo. Ela destacou que o documento é geralmente aplicado para prevenção e controle de doenças crônicas (como obesidade e diabetes), mas reforça sua utilidade em uma pandemia de doença infecciosa. 

Nesta segunda-feira (30), a cientista abriu a série “Papo na Cozinha”, em que Rita Lobo faz lives em sua conta no Instagram para se aprofundar em assuntos relacionados ao ato de cozinhar. Com o tema “Alimentar a alma”, a apresentadora recebe, ainda, a monja Coen, o psicanalista Christian Dunker e o rabino Nilton Bonder, sempre às 21h30.

Em sua participação, Patricia abordou os dez passos do Guia para uma alimentação saudável, destacando dois deles, que são especialmente importantes no contexto da pandemia. O sétimo passo fala sobre o desenvolvimento e o exercício de habilidades culinárias, e o oitavo incentiva a dar à alimentação o tempo e o espaço que ela merece em nosso cotidiano.

“É preciso lembrar que saber cozinhar é uma competência que temos de desenvolver, ninguém nasce sabendo”, disse Patricia. “A regra de ouro do Guia continua valendo: a melhor estratégia é priorizar os alimentos in natura e minimamente processados e evitar os ultraprocessados.”

Comensalidade e cultura brasileira

Rita destacou que não existe lado bom do coronavírus, mas que a quarentena dá a oportunidade de refletir sobre a vida de maneira mais profunda. Um dos pontos abordados pela cozinheira foi a desconexão entre as pessoas e a alimentação. “Meus filhos adolescentes estão em casa, e é incrível fazer três refeições ao dia com a família”, disse. 

Patricia falou sobre a dimensão social da comida, promovida pelo que chamamos de comensalidade — o ato de comer acompanhado e transformar o momento da alimentação em uma oportunidade de aprofundar os laços entre as pessoas. “Tenho saudades de almoçar com colegas ou encontrar os estudantes a caminho do restaurante universitário”, disse a pesquisadora, que também é professora-titular do curso de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. “Por outro lado, na quarentena posso almoçar e jantar com meus filhos diariamente.”

Uma das vantagens da alimentação no Brasil é que, ao seguir os hábitos que são a base da nossa cultura, a ingestão saudável de alimentos já está garantida. Isso por conta da rica combinação de arroz e feijão, presente em refeições no país inteiro. Rita, que, desde o início da quarentena, incentivou seus seguidores a preparar porções do cereal e da leguminosa para toda a semana, comentou que o público tem apontado até uma perda de peso — ainda que as dicas para uma alimentação caseira não configurem uma dieta de emagrecimento.

Do ponto de vista científico, Patricia afirmou que a combinação de arroz e feijão é muito adequada nutricionalmente: além da riqueza em nutrientes, oferece uma boa sustentação em termos de calorias. “Se a alimentação ficar apenas na saladinha, é possível que se tenha fome depois e que se consuma o que é mais rápido: os produtos ultraprocessados”, disse.

A live está disponível no Instagram da apresentadora Rita Lobo. Fique ligado na programação do “Papo na Cozinha” até o fim da semana.