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Linhas de Pesquisa

A história da Entomologia de Saúde Pública, tem como marco o ano de 1877, quando foi demonstrada a transmissão de um agente infeccioso por mosquitos vetores. Desde então, a bibliografia mundial inclui enorme acervo de contribuições para o conhecimento, identificação e procura de soluções dos problemas resultantes da convivência entre o homem e os artrópodes vetores.

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) patrocina atualmente o “Programa Especial de Pesquisa e de Desenvolvimento de Recursos Humanos em Doenças Tropicais” (Special Programme for Research and Training in Tropical Diseases), voltado precipuamente para seis grandes endemias que atingem países em desenvolvimento, das quais quatro, filariose, leishmaniose, malária e tripanossomíase, têm a participação de artrópodes. Estas doenças contribuem com elevados coeficientes de morbidade e mortalidade nos países em desenvolvimento. Deve-se também enfatizar a situação atual da presença do Aedes aegypti em todo o território brasileiro. Este inseto é vetor dos quatro sorotipos do vírus dengue, doença que neste momento afeta populações em amplas extensões do território nacional, e também do vírus chicungunha e do vírus da febre amarela. Este último apresenta transmissão silvestre e frequentemente desencadeia epidemias pelo Brasil Central e Amazônia.

 

A leishmaniose, infecção que acomete a população humana e outros mamíferos, tem seus agentes transmitidos por flebotomíneos, pequenos dípteros. É considerada uma doença emergente e negligenciada, representando sério problema de saúde pública, devido à gravidade de algumas de suas formas e ampla distribuição no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, entre os sete países do mundo responsáveis por 90% dos casos da leishmaniose tegumentar encontram-se o Peru e o Brasil. Ambas as leishmanioses encontram-se em expansão no território brasileiro. A forma visceral suscita mais atenção, não apenas pela alta letalidade quando não adequadamente tratada, mas pela crescente ocorrência em ambiente urbano, incluindo várias capitais e outras cidades de grande porte e já se aproximando da capital paulista, a maior metrópole da América Latina.

 

A doença de Chagas, que já foi um flagelo para populações de grande parte da América do Sul e Central, encontra-se com a transmissão pelos seus vetores, os triatomíneos, controlada em vasta área do continente americano, porém, vem merecendo a atenção na região Amazônica.

 

Os docentes da área da Entomologia do Departamento de Epidemiologia estão envolvidos em vários projetos de pesquisa, na formação de recursos humanos, na assessoria ao Ministério da Saúde do Brasil, bem como a secretarias municipais e estaduais da saúde, tanto em atividades de controle como de vigilância entomológica. Acresce considerar a participação contínua destes docentes como responsáveis por disciplinas obrigatórias de Epidemiologia e Entomologia Médica que são ministradas em cursos de graduação e de pós-graduação oferecidos na Universidade de São Paulo e outras federais, como consequência de acordos firmados entre instituições governamentais.