Ultraprocessados: itens são predominantes entre os alimentos disponíveis em pântanos alimentares

 

Terceira maior cidade de São Paulo, Campinas tem cinco regiões classificadas como pântanos alimentares. O termo se refere a localidades onde há mais estabelecimentos de venda de ultraprocessados do que de venda de opções mais saudáveis, como alimentos in natura ou minimamente processados.

A análise é de autoria das cientistas Mariana Grilo, Caroline de Menezes e Ana Clara Duran, e é detalhada no artigo Mapeamento de pântanos alimentares em Campinas, Brasil, publicado na revista Ciência & Saúde Coletiva em junho.

Para chegar ao dado, as cientistas dividiram estabelecimentos em três tipos: restaurantes de comida rápida (onde a venda de ultraprocessados é predominante), feiras livres e orgânicas/agroecológicas (onde a venda predominante é a de alimentos in natura) e super/hipermercados (estabelecimentos de venda mista).

Os estabelecimentos, então, tiveram sua localização mapeada e confirmada — e esses dados foram cruzados com informações de renda média do chefe do domicílio e da proporção de pretos e pardos das Administrações Regionais (ARs) de Campinas.

A pesquisa mostrou que, de maneira geral, as regiões com maior renda e menor percentual de pretos e pardos são as que mais concentram todos os tipos de estabelecimentos analisados. Além disso, das 18 ARs do município, cinco foram consideradas pântanos alimentares.

“Nessas regiões de pântanos, os residentes têm alta exposição a ultraprocessados”, diz Duran. “Existem evidências de que os pântanos alimentares podem desempenhar um papel relevante no aumento das prevalências de obesidade e diabetes.”

Os resultados da pesquisa jogam luz sobre as relações entre a vulnerabilidade social e o acesso à alimentação adequada e saudável, apontando oportunidades de priorizar políticas públicas que promovam uma distribuição equitativa de alimentos in natura e minimamente processados.

Leia a íntegra do artigo.