O Mercosul emitiu, em junho, um conjunto de recomendações de políticas para a proteção de dietas tradicionais. Assinado em Buenos Aires, o acordo envolveu ministros da Saúde dos países-membros (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e da Bolívia — atualmente em processo de adesão ao bloco.
O texto cita que a região das Américas tem alta prevalência de sobrepeso e obesidade quando comparada a outras regiões da Organização Mundial da Saúde, com 62% da população afetada por esta epidemia. “Um dos principais fatores de risco para a ocorrência de excesso de peso/obesidade e doenças crônicas não transmissíveis é o aumento do consumo de ultraprocessados”, diz o documento.
Em consonância com os avanços da epidemiologia nutricional, as autoridades destacam que as dietas tradicionais, diversificadas e culturalmente apropriadas, são compostas por alimentos frescos, minimamente processados e preparações culinárias — e vêm sendo desvalorizadas.
Ainda segundo o acordo, a proteção dos padrões alimentares tradicionais tem impacto positivo na carga de má-nutrição, no bem-estar da população, no ambiente e na economia, destacando a produção de agricultores familiares e pequenos produtores locais.
Por meio do documento, os ministros reiteram o interesse em preservar as dietas tradicionais por meio dos guias alimentares de cada país e indicam a valorização de alimentos frescos e minimamente processados, parte fundamental da alimentação adequada e saudável.
Leia o acordo nas versões oficiais em português e espanhol, e na versão em inglês (tradução livre).