Essa é a pergunta que me fiz semana passada quando estava preparando a aula que dei no Ciclo de Palestras sobre Alimentação Sustentável, promovido pelo Sustentarea na Faculdade de Saúde Pública da USP. Respondi na palestra que a comida não é só o que está no prato: o tipo de alimento, de onde vem, como foram plantados, transportados, processados, preparados e consumidos fazem toda a diferença na quantidade de gases de efeito estufa liberados no meio ambiente, e portanto, na mudança climática. Alguns desses processos têm maior impacto no meio ambiente do que outros.
QUIZ: O que nossa alimentação tem a ver com mudança climática?
📌 Tipo de alimentos produzidos (grãos, carnes, frutas, etc)
📌 Forma de produção (orgânica, convencional, agroecológica, etc)
📌 Transporte dos alimentos (caminhão, avião, navio, etc)
📌 Processamento (adição de conservante, embalagens, extração de partes, etc)
📌 Preparação (usado forno a lenha, cru, micro-ondas, etc)
Normalmente é difícil estabelecer repostas definitivas nesta área tão complexa, mas neste caso, a resposta é simples: o tipo dos alimentos produzidos é o fator que mais impacta na mudança climática. A produção de alimentos de origem animal gera muito mais gases de efeito estufa que os alimentos de origem vegetal! A carne bovina, por exemplo, gera até 20x mais gases de efeito estufa e usa 20x mais terra do que a produção de feijões, isso porque os ruminantes emitem grandes quantidades de metano (“o pum da vaca”) quando estão digerindo a grama! 🐄💭🥩
A forma de produção, o tipo transporte, o processamento e o uso de carvão para cozinhar também geram gases de efeito estufa, mas nem se comparam com a quantidade de gases gerados na produção de carne, especialmente bovina. O transporte muitas vezes é colocado como o grande vilão da mudança climática, entretanto, o transporte contribui com cerca de 10% nas emissões de gases de efeito estufa gerados em todo o sistema alimentar (da produção ao consumo)! 😲😲
Reduzir a quantidade e a frequência do consumo de carne, especialmente bovina, pode ser considerada a atitude mais importante para minimizar o impacto da nossa alimentação no meio ambiente! Então, você está disposto a mudar esse hábito? 🍽
Fonte: Weber et al., 2008; World Resources Institute, 2019
Por Aline Martins de Carvalho
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