Segundo o Índice Multidimensional de Sistemas Alimentares Sustentáveis Revisado para o Brasil (MISFS-R), o Centro-Oeste expandido abrange os estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre, Rondônia e Tocantins
Ainda de acordo com o estudo, nesses estados há a maior produção de alimentos do país, aliado a um impacto ambiental elevado
E quais são os alimentos mais produzidos nessa região?
Este grupo de estados, sobretudo Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, são caracterizados pela criação massiva de gado e produção de commodities, como soja e milho.
É impossível falar dessa região sem citar a criação de bovinos
Segundo o Censo Agropecuário de 2017, o Brasil possuía 173 milhões de cabeças de gado à época, e quase 80 milhões estavam nesses estados
O Mato Grosso é o estado que possuía o maior rebanho bovino em 2017 – 23,4 milhões de animais. Isso significa que, naquele ano, havia cerca de 7 bovinos para cada habitante
Em relação aos grãos, segundo os dados da PAM/IBGE, em 2021 esses estados produziram 66,3 milhões de toneladas de soja e 51,2 milhões de toneladas de milho
Isso equivale a 49,1% e 57,9% de toda a produção desses grãos em nível nacional, respectivamente
Em menor escala, há uma produção considerável de banana e mandioca, sendo essa última o alimento mais produzido no Acre. E no Tocantins, exclusivamente, há uma importante produção de arroz, sobretudo no Vale do Araguaia.
Em um primeiro momento, esses dados parecem promissores, mas devemos levar em consideração que grande parte do que é produzido sequer vira alimento
Outro ponto se refere ao impacto ambiental, sobretudo do gado, que é responsável por uma elevada emissão de gases de efeito estufa
Além disso, a fronteira agrícola tem se expandido nos últimos anos para as Regiões Norte e Nordeste. Isso significa que o modelo de produção de alimentos predominante, que é insustentável, tem sido reproduzido em outros locais.
Logo, a transição para sistemas alimentares sustentáveis se faz cada vez mais urgente, principalmente em regiões como esta, em que o modelo predominante de produção se faz tão presente.
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Post por Roberta Cronemberger (@roberta_cronemberger) e Alisson Machado (@alissondmach).