CPaS-1 – Coletive de Pesquisa em Antropologia, Arte e Saúde Pública

Baphorau 2021

Incomuns

Exposição Virtual – Incomuns

Incomuns é um documentário colaborativo com 7 coletivos que integram arte, cultura e produção da saúde em espaços públicos de São Paulo. O filme é um desdobramento da tese de doutorado da aluna Isabela Umbuzeiro Valent. Além do média-metragem, com duração de 30m, também compõe a obra 7 curtas-metragem, um sobre cada coletivo e as […]

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BAPHOrau 2021 » respir(r)ando: máScaras, luzNegra e tudoqueHáDevir

Nosotres nacimos en la noche, y entre privilégios, lutas, docilidades e acasos, nem o vírus nem seu capataz nos mataram ainda… A nossa Coletive é monstruosa, bicha híbrida e contraditória; vaga-lume bafo de onça em sobrevivência chiquitica; devir de proto-micélio enredado em finas linhas com flores distantes, insectos minúsculos da Lacandona, fumaças sagradas e fluxos de fezes-em-terras-pretas. Assim, sendo extensão cosmopolítica nessa dobra universitária, somos, pelo menos na fantasia desta noite, um fungo colorido e forte nas paredes brancas da velha saúde e nas patas inflexíveis do trono dos genocidas. Fungo nas paredes, somos parte da Faculdade de Saúde Pública da USP (aquela velha universidade), e por isso nós cuidamos de que a higiene não nos olhe, para que a predação não se complete. Estamos o tempo inteiro deixando as mãos um pouco sujas, beijando um pouco mais gente do que deveríamos, demorando um pouco mais na produção, e sendo jacaroas divinas deste fim de mundo que nunca termina, para jamais sermos adoradoras de nostalgias brancas, de mitos masculinos ou de Maiúsculas satisfeitas. Se é verdade que gostamos das ciências e dos livros, dos conceitos e das fabulações artístico-intelectuais, se é verdade que na armadilha contemporânea preferimos “a vida”, “a ciência” e “a verdade”, é ainda mais verdadeiro que verdades mais complexas, mais gingadas e mais potentes (menos Verdades) aprendemos é de putas e de índias, de bixas travestis, de pretas e periféricas, de travestigêneres veganes e antiespecistas, de aborteiras divinas, de P/Mães de Santo e suas constelações carnal-espirituais, de adolescentas safadas e assustadas, de corpes com deficiência, de parteiras cabulosas e de adoráveis ciborgues anti-binaristas. Nessas maranhas confusas sobrevivemos, sofremos e gozamos. É na/pela coisa-arte que seguimos respirando, sem esquecer as sequelas e sem deixar que aquelas/es que tiveram seu ar roubado sejam esquecides.

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