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Docentes da FSP-USP defendem uma agenda brasileira de pesquisa em saúde global e sustentabilidade

Imagem: reprodução

Num momento em que a saúde global volta à pauta, como ocorreu em outras epidemias e pandemias que acenderam os alertas dos governos em todo o planeta, um grupo de professores da Faculdade de Saúde Pública (FSP-USP) e da University of York, no Reino Unido, acabam de publicar um artigo que reflete sobre a necessidade de uma agenda de pesquisa permanente sobre as emergências de saúde pública internacional.

“Desafios da pandemia de COVID-19: por uma agenda brasileira de pesquisa em saúde global e sustentabilidade”, publicado na edição 36, número 4, dos Cadernos de Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, da Fiocruz, Rio de Janeiro, tem como autora principal a professora Deisy Ventura, Titular do Departamento de Saúde Ambiental e coordenadora do doutorado em Saúde Global e Sustentabilidade da  FSP-USP. 

“Fomentar a pesquisa sobre as emergências de forma contínua e sistemática, e não apenas enquanto elas ocupam as manchetes e suscitam pânico”, deve ser uma das premissas de uma agenda de pesquisa que leve em conta não apenas a evolução de doenças específicas, mas o impacto das crises sobre a saúde das populações, além da investigação das causas sociais, ambientais, econômicas e políticas das epidemias, segundo os autores.

“É necessário apostar em pesquisas interdisciplinares sobre problemas prioritários de saúde pública que não chamam a atenção das lideranças políticas locais ou globais porque são endêmicos, não mudam com rapidez as taxas de morbimortalidade da população e têm reduzido potencial de propagação em direção aos países ricos”, traz o artigo. 

Os autores questionam e apontam motivos pelos quais o “holofotes internacionais” se voltam para determinadas doenças e não outras, mostrando que “a produção de conhecimento deve exceder a perspectiva puramente tecnológica e biomédica das emergências, levando em conta questões macroestruturais dos processos de saúde/doença e sua determinação social”. Nesse sentido, “a contribuição das ciências sociais e humanas não pode ser negligenciada”, afirmam.

O artigo pode ser lido na íntegra neste link.