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Pobres têm maior risco de mortalidade por COVID-19, mostra artigo de cientistas da FSP-USP

Performance ‘Quem partiu é amor de alguém’ , em frente ao Congresso Nacional.                  Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado via Flickr

A grande mortalidade por COVID-19 entre populações mais pobres vem sendo mostrada pela mídia e é foco de inúmeros estudos. Num artigo em edição preprint (não publicado e ainda sem revisão de pares), cientistas da Faculdade de Saúde Pública da USP demonstram uma relação inversa entre nível socioeconômico e risco de mortalidade pela doença. O artigo “Spatio temporal dynamic of COVID-19 mortality in the city of Sao Paulo, Brazil: shifting the high risk from the best to the worst socio-economic conditions” tem como principal autora Patricia Marques Moralejo Bermudi, mestranda do programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da FSP-USP, e a orientação do professor Francisco Chiaravalloti-Neto, do Departamento de Epidemiologia da faculdade. 

Os pesquisadores trabalharam com uma fina grade de áreas de ponderação, com dados sociodemográficos disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isto, avaliaram a tendência temporal e espaço-temporal dos óbitos por COVID-19 em São Paulo e a relação da mortalidade com o nível socioeconômico. Durante o período do estudo, foi identificada uma relação inversa entre nível socioeconômico e risco de mortalidade, ou seja, quanto pior o nível de vida, maior o risco de morte pela doença, e vice-versa.

Vale ressaltar, porém, que esse padrão não foi uniforme no tempo. Os pesquisadores observaram que no início do período estudado, as áreas de maior padrão socioeconômico foram as que apresentaram maior risco. Com o passar do tempo, as áreas mais pobres se tornaram as de maior risco de mortalidade.

Além de Patrícia e do professor Francisco, assinam o artigo Camila Lorenz, pós-doutoranda da FSP-USP; Breno Souza de Aguiar e Marcelo Antunes Failla, da Gerência de Geoprocessamento e Informações Socioambientais (GISA) da Coordenação de Epidemiologia e Informação (CEInfo) da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo; e Ligia Vizeu Barrozo, professora do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.

Acesse aqui o preprint do artigo.

Mais informações com o Prof. Francisco, pelo e-mail: franciscochiara@usp.br