Imagem de Hans Bijstra por Pixabay

No contexto crítico da COVID-19 no Brasil, uma série de fatores corroboram a exacerbação da vulnerabilidade para a emergência ou reemergência de doenças infecciosas.  De um lado, severos distúrbios aos ecossistemas, como desmatamento na Amazônia, onde há um grande acervo de microrganismos patogênicos com possibilidade de afetar populações humanas. De outro lado, negacionismo científico, enfraquecimento de instituições públicas, ataques e opressão às instituições de pesquisa e generalizada instabilidade socioecológica. Isso caracteriza um preocupante contexto para uma dupla insurgência de doenças infecciosas, impulsionado por políticas desenvolvimentistas simplificadoras e, por isso, omissas quanto a uma complexidade irrefutável

Estas questões são discutidas no artigo “Complexidades e omissões emergentes: contrastes entre os contextos socioecológicos das doenças infecciosas, da pesquisa e da política no Brasil”, de autoria dos pesquisadores de instituições científicas de Brasil e do Canadá e publicada na Revista Genetics and Molecular Biology.

Um dos autores é o biólogo Dr. Leandro Giatti, professor do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP. Para o Prof. Leandro, “as crises que enfrentamos agora no contexto da Covid-19 deveriam nos educar para adotarmos outras posturas, buscando fortalecer instituições de pesquisa, combater negacionismo, estimular interdisciplinaridade e fomentar a conservação dos ecossistemas. Por outro lado, temos testemunhado a conformação de uma conjuntura severamente comprometedora para o futuro do Brasil”.

Link para o artigo publicado na revista Genetics and Molecular: Biology: https://www.scielo.br/pdf/gmb/v44n1s1/1415-4757-GMB-44-1-s1-e20200229.pdf

Versão alternativa em Português:

http://colecoes.sibi.usp.br/fsp/files/original/7fbf5082e5d1a2658a2103b60c200cd3.pdf

Autores: Leandro Giatti, Ricardo Agum Ribeiro, Alessandra Nava e Jutta Gutberlet