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Pesquisadoras da FSP-USP publicaram pesquisa sobre fatores associados ao desenvolvimento de crianças até cinco anos

Logotipo do Projeto PIPAS – Primeira Infância para Adultos Saudáveis  – Secretaria da Saúde do Estado do Ceará.

As pesquisadoras Sônia Venâncio, docente permanente do Programa de Pós-graduação em Nutrição em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) e Juliana Teixeira, ex-aluna da FSP-USP publicaram na conceituada revista The Lancet Regional Health – Americas, os resultados do estudo PIPAS (Primeira Infância para Adultos Saudáveis) sobre os fatores associados ao desenvolvimento da primeira infância em 17 municípios do Ceará.

“Até onde sabemos, este é o primeiro estudo no Brasil a identificar os fatores associados ao desenvolvimento na primeira infância utilizando uma estrutura holística, considerando o modelo de nutrição de cuidados ou Nurturing Care Framewok (OMS/Unicef/Banco Mundial), que incorpora fatores contextuais, ambientais e principalmente aqueles relacionados aos cuidados responsivos, também conhecidos” comentou Sônia.

De fato, a pesquisa é inovadora. Identificou que um ambiente favorável e estimulante para o desenvolvimento na primeira infância tem como fatores chave a amamentação, a oferta de informações sobre esse assunto para pais e cuidadores, a presença de atividades de estímulo, brinquedos e livros no domicílio, a proteção à longa exposição a telas e a disciplinas punitivas severas, como bater na criança.

Por exemplo, a chance de uma criança de até 3 anos de estar se desenvolvendo como o esperado, aumenta 168% caso ela tenha acesso a brinquedos manufaturados. Caso a criança esteja sendo engajada com ao menos 4 atividades de estímulos como leitura, contação de histórias, cantar, sair, brincar e/ou desenhar, a chance aumenta 71%.

“A condução dessa análise estratificada por idade oferece um conhecimento adicional sobre os determinantes do desenvolvimento de crianças em diferentes faixas etárias, reconhecendo a importância de se ter instrumentos válidos para avaliar o desenvolvimento infantil durante os primeiros 1.000 dias de vida”, ressaltou Juliana.

Os próximos passos da pesquisa estão em avaliar a relação entre condição socioeconômica, participação em programas sociais (programas de transferência de renda e programas de primeira infância) e desenvolvimento infantil.

A pesquisa contou com apoio financeiro da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.

Para saber todos os resultados acesse a pesquisa na íntegra: https://bit.ly/3Guk8Cu

Mais informações com a Dra. Sonia: soniav@isaude.sp.gov.br ou com a Dra. Juliana: teixeira_ja@alumni.usp.br

Foto da homepage: cocoparisienne por Pixabay