A professora Marília Cristina Prado Louvison, do Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP (FSP-USP), discutiu o problema das cirurgias e procedimentos represados durante a pandemia, na matéria “Represamento de cirurgias eletivas clama por uma reorganização do SUS”, publicada pelo Jornal da USP no Ar 1ª edição,  em entrevista à jornalista Roxane Ré.

Com a chegada da pandemia da Covid-19, o SUS teve que realocar recursos de outras áreas para atender a demanda cada vez maior por pacientes com a doença. Dentre estes recursos realocados, estão operações de cirurgias eletivas que tiveram que ser represadas para destinar recursos ao tratamento da Covid. Além das cirurgias eletivas, exames e procedimentos simples também começaram a ser represados, o que vem causando grandes transtornos ao sistema de saúde.

No entanto, após a “fase aguda” da pandemia, os recursos realocados foram retirados, sobrecarregando o SUS, que não possuía meios para atender as novas demandas, como os impactos na saúde mental das pessoas. Como aponta a professora, “a pandemia ainda não acabou e, infelizmente, ainda estamos vivendo os efeitos dela”.

Para que esses problemas de represamento fossem melhorados, a professora sugere uma reorganização do SUS através da extinção do congelamento do teto de gastos sociais e a construção de um sistema de Regulação baseado em ofertas e demandas do SUS. Outro possível aliado seria a criação de novos meios de consultar pacientes, como a telemedicina

A professora Marília Cristina Prado Louvison é docente do Departamento de Política, Gestão e Saúde da FSP-USP, tendo experiência na área de gestão de sistemas e serviços de saúde do SUS. Atua principalmente na área de políticas públicas, envelhecimento e condições crônicas.

Ouça a entrevista na íntegra: https://jornal.usp.br/atualidades/represamento-de-cirurgias-eletivas-clama-por-uma-reorganizacao-do-sus/