A  |  A+ |  A-
Sensores de baixo custo contribuem para a vigilância da qualidade do ar, mostra pesquisa da FSP-USP

Artigo recém-publicado na edição especial da revista internacional Atmosphere demonstra como os sensores de baixo custo possuem aplicação efetiva na vigilância da saúde ambiental em tempo real. O artigo, assinado por Patrick Connerton, doutorando pelo Programa de Pós-graduação em Saúde Global e Sustentabilidade da FSP-USP, tem a orientação da professora Helena Ribeiro e a participação do professor Thiago Nogueira, ambos do Departamento de Saúde Ambiental da FSP-USP.

Intitulado “Use of Low-Cost Sensors for Environmental Health Surveillance: Wildfire-Related Particulate Matter Detection in Brasília, Brazil” (Uso de Sensores de Baixo Custo para Vigilância da Saúde Ambiental: detecção de material particulado relacionado a incêndios florestais em Brasília, Brasil” – em tradução livre), o artigo traz importantes contribuições para a elaboração e a implementação de políticas públicas de vigilância da qualidade do ar em tempo real.

Localização dos sensores em Brasília (DF). Imagem: Reprodução.

A vigilância em tempo real ajuda a limitar as emissões antropogénicas, reduzir a exposição humana a materiais particulados, além de permitir a preparação e a interve

nção oportuna no setor da saúde, segundo o texto. Na ausência de redes de monitorização de nível regulamentar, os sensores de baixo custo oferecem uma alternativa viável para gerar estimativas em tempo real, além de disponibilizar publicamente os dados dos poluentes, de acordo com os autores.

 

Os pesquisadores examinaram dados de dois sensores de baixo custo (modelo PurpleAir PA-II-SD) implantados em Brasília (Distrito Federal), durante a temporada de incêndios florestais de 2022, usando o modelo HYSPLIT da NOAA para investigar a origem de um pico de material particulado detectado.

O estudo conclui que houve alta concordância dos dados dos sensores nos dois locais de medição (escola e parque) em relação aos valores do modelo. As concentrações médias diárias de material particulado fino atingiram valores máximos de 46 µg/m3 e 43 µg/m3 (escola e parque, respectivamente).

Com a perspectiva de que o aquecimento global aumente a suscetibilidade a incêndios florestais em muitas partes do Brasil, a necessidade de responder à crise climática exige a implantação urgente de tecnologias inovadoras que possam ajudar a orientar intervenções tanto nas áreas de saúde pública como de regulação ambiental. As tecnologias estudadas podem, de fato, ser incorporadas em conjunto e podem aproveitar as redes de monitorização existentes, mostra o artigo.

Acesse a pesquisa na íntegra aqui.