Associação entre dieta e estresse oxidativo de células foi obtida em pesquisa da Universidade de Ciências Médicas de Tabriz, no Irã, com base na classificação NOVA

A forma como nos alimentamos implica, é claro, em consequências na saúde — e os detalhes deste impacto vêm sendo cada vez mais destrinchados pela ciência. Na segunda-feira, 9, pesquisadores da Universidade de Ciências Médicas de Tabriz, no Irã, apontaram uma associação entre o alto consumo de alimentos ultraprocessados e danos causados no DNA.

O estudo foi publicado no British Journal of Nutrition, publicação britânica de relevância na área da Nutrição. Envolvendo cerca de 140 jovens iranianos, a análise foi feita com base nos conceitos da classificação NOVA, proposta pelo Nupens, que discrimina alimentos de acordo com seu grau de processamento.

Os participantes do estudo tinham de 13 a 19 anos, frequentavam escolas públicas, viviam em cinco diferentes bairros da cidade de Karaj e foram classificados como saudáveis. Eles responderam a um extenso questionário sobre seus hábitos alimentares, que investigou tipo e frequência de alimentos ingeridos, entre outros dados. A metodologia também incluiu a análise de amostras de urina.

Como resultado, o grupo de cientistas percebeu que, quanto maior o consumo de alimentos ultraprocessados, maiores as concentrações urinárias de uma molécula denominada 8-OHdG. A presença desta molécula na urina aponta para um estresse oxidativo do DNA, dentro das células.

Na prática, o metabólito está relacionado a uma série de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, que podem ser causadas por um excesso de estresse oxidativo, tendo o câncer como um exemplo. Isto indica que um alto consumo de ultraprocessados pode levar ao desenvolvimento destas patologias — fato já abordado em outros estudos, mas que ganha ainda mais argumentos baseados em evidências científicas com a publicação da recente pesquisa.

O grupo de cientistas conclui que a associação entre o consumo de ultraprocessados e os danos ao DNA celular existe, e afirma que pesquisas futuras devem investigar o fenômeno com mais assertividade.

Leia a íntegra do estudo (em inglês).