Evidências científicas mostram que o consumo de alimentos ultraprocessados está associado a um maior risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2

Um novo estudo confirma a associação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e um maior risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2. Intitulado Ultra-processed food consumption and risk of type 2 diabetes: three large prospective US cohort studies, systematic review and meta-analysis (algo como Consumo de alimentos ultraprocessados e risco de diabetes tipo 2: três grandes estudos prospectivos de coorte dos EUA, revisão sistemática e metanálise), o artigo foi publicado na revista científica Diabetes Care e é assinado por Neha Khandpur e Carlos Monteiro, ambos do Nupens, em parceria com pesquisadores de universidades como Harvard (EUA) e Laval (Canadá).

A pesquisa analisou dados de três coortes (estudos que avaliam grande populações por um longo período) dos EUA. Depois, em uma metanálise, incluiu outros estudos sobre alimentação e diabetes tipo 2. Os cientistas levaram em conta informações como a alimentação dos participantes (com base na classificação Nova, que categoriza os alimentos por grau de processamento), histórico familiar de diabetes tipo 2, índice de massa corporal (IMC) e presença de tabagismo, entre outros fatores.

Após o cruzamento dos dados, os autores identificaram que a ingestão de uma maior quantidade de alimentos ultraprocessados está associada a uma maior ingestão calórica total, a um maior IMC, a uma maior prevalência de hipertensão e hipercolesterolemia e a uma baixa qualidade da dieta e baixa frequência de atividade física. No caso específico da diabetes tipo 2, notou-se que um aumento de 10% no consumo de ultraprocessados está associado a um incremento de 12% no risco de desenvolvimento da doença.

Algumas subcategorias de ultraprocessados mostraram maior contribuição para diabetes. Entre elas estão pães refinados, molhos e condimentos, bebidas adoçadas artificialmente ou com açúcar e pratos prontos para consumo.

A associação entre o consumo de ultraprocessados e o risco de desenvolvimento de diabetes vai ao encontro do resultado de outros estudos feitos anteriormente sobre a mesma temática.

“De maneira geral, os resultados das análises apontam para a necessidade de limitar, por meio de políticas de saúde pública, o consumo de alimentos ultraprocessados”, indicam os autores no estudo.

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