Organizações escreveram ao Ministério da Saúde indiano para apontar a necessidade de reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados

Criança indiana cercada dos alimentos que compõem sua dieta. A foto integra a obra Daily Bread – What kids eat around the world, de Gregg Segal

Utilizada como base nas mais relevantes pesquisas sobre nutrição e saúde de muitos países, a classificação NOVA — que separa alimentos por nível de processamento — pode ser aplicada na promoção de saúde na Índia.

Preocupadas com o efeito nocivo dos ultraprocessados, a Advocacy pela Nutrição e Interesse Público (NAPi) e a Rede de Promoção da Amamentação da Índia lançaram uma campanha com foco em reduzir o consumo destes alimentos pela população local.

“Fazemos isso em função das novas evidências científicas que emergiram na última década, mostrando que o alto consumo de ultraprocessados é danoso para a saúde humana”, diz Harshpal Sachdev, epidemiologista do NAPi.

Juntas, as duas instituições enviaram uma carta ao ministro da Saúde do país com um apelo à ação sobre alimentos ultraprocessados, iniciativa que obteve apoio de 123 cientistas de todas as regiões da Índia.

O documento pede a adoção da classificação NOVA pelo governo para embasar a criação de novas políticas públicas em um contexto de aumento do consumo de alimentos ultraprocessados.

“A adoção da NOVA pode mudar a forma como lidamos com nossos sistemas alimentares”, diz o ex-secretário de Saúde e atual integrante do NAPi, Keshav Desiraju. “Um monitoramento periódico de padrões alimentares também pode ser necessário para que façamos uma transição alimentar com foco em saúde.”