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Estudos do CiAdapta, projeto ligado à FSP-USP, são citados no relatório do IPCC sobre adaptação às mudanças climáticas

Imagem: Pixabay

“Mudanças Climáticas 2022: Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade. Contribuições do Grupo de Trabalho II para o Sexto Relatório de Avaliação do IPCC”, versão em revisão e já divulgada no site do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas, cita estudos produzidos por pesquisadores do CiAdapta, projeto ligado à Faculdade de Saúde Pública da USP que investiga as capacidades adaptativas das cidades brasileiras às questões climáticas.

O documento cita autores como a professora Gabriela Marques di Giulio, da FSP-USP, e o pesquisador David Montenegro Lapola, ambos ligados ao CiAdapta. Lapola é professor da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), onde coordena o Programa de Pós-graduação em Ambiente & Sociedade.

“Nossos estudos do CiAdapta estão citados em particular nos capítulos Cross-Chapter Paper 2 (Cities and Settlements by the Sea)”, diz a Profa. Gabriela. 

Em citação a estudos de 2018 da Profa Gabriela, por exemplo, o texto ressalta que em São Paulo, Brasil, “as capacidades políticas intrínsecas e fatores contextuais –como a ideologia política de funcionários eleitos- moldaram oportunidades para incorporar a adaptação nas agendas urbanas em andamento”.

No tópico sobre “Vulnerabilidades e riscos futuros para Povos Indígenas e comunidades tradicionais”, do capítulo 8 do documento, o texto afirma que “até 2030, espera-se que a incidência de secas extremas na Amazônia aumente entre 20% e 50% os custos do setor saúde associados ao tratamento de doenças respiratórias e a incidência de malária (5%-10%), incorrendo em alto custo social, pois as pessoas serão impedidas de realizar seus meios de subsistência”. Da mesma forma, as secas extremas da região irão intensificar a migração rural (comunidades tradicionais e Povos Indígenas), reduzindo seu padrão de vida, segundo estudos de Lapola de 2018 citados no documento.

O tema foi tratado no episódio 16 do podcast “Saúde É Pública”, em que a professora Gabriela explica os trabalhos em andamento no âmbito do CiAdapta e discute os desafios das cidades brasileiras para a adaptação às mudanças climáticas globais. O episódio está disponível em diversas plataformas de podcasts, incluindo o Spotify.

 

Mudanças Climáticas 2022: Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade

A contribuição do Grupo de Trabalho II para o Sexto Relatório de Avaliação do IPCC avalia os impactos das mudanças climáticas, analisando os ecossistemas, a biodiversidade e as comunidades humanas nos níveis global e regional. Também analisa as vulnerabilidades e as capacidades e limites do mundo natural e das sociedades humanas para se adaptar às mudanças climáticas.

O Sexto Relatório de Avaliação é composto pelas contribuições de cada um dos três Grupos de Trabalho do IPCC e um Relatório Síntese (SYR), que integra as contribuições do Grupo de Trabalho e os Relatórios Especiais produzidos no ciclo.

Entre 1 de outubro e 26 de novembro de 2021, o Projeto Final da contribuição do Grupo de Trabalho II foi distribuído aos governos e o Resumo para Formuladores de Políticas foi submetido para uma revisão final antes da 12ª Sessão do Grupo de Trabalho II e 55ª Sessão do IPCC. O número total de comentários de revisões governamentais recebidas foi de 5.777. O número total de comentários de especialistas e de revisões governamentais recebidas foi de 62.418.

 

Fonte: PCC, 2022: Climate Change 2022: Impacts, Adaptation, and Vulnerability. Contribution of Working Group II to the Sixth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change [H.-O. Pörtner, D.C. Roberts, M. Tignor, E.S. Poloczanska, K. Mintenbeck, A. Alegría, M. Craig, S. Langsdorf, S. Löschke, V. Möller, A. Okem, B. Rama (eds.)]. Cambridge University Press. In Press.