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Autores brasileiros e da FSP-USP colaboram na nova Série The Lancet Urban Design, Transport, and Health

O epidemiologista Alex Antonio Florindo, orientador do Programa de Nutrição em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da USP e professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH-USP) participa como co-autor do segundo ciclo da Série Lancet sobre Desenho Urbano, Transporte e Saúde (THE LANCET Urban design, Transport, and Health). A aguardada publicação é um seguimento da série iniciada em 2016, que reuniu volumosas evidências envolvendo saúde, planejamento urbano, transportes e políticas públicas para cidades saudáveis e sustentáveis.  A nova série, que também conta como co-autora a geógrafa Ligia Vizeu Barrozo, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humana (FFLCH), terá lançamentos mundiais em diferentes horários. O primeiro será no dia 10 de maio às 20h e o segundo, no dia 12 de maio às 10h.

A Colaboração Global de Cidades Saudáveis ​​e Sustentáveis ​​envolveu mais de 80 colaboradores de 25 cidades em 19 países. Para supervisionar o estudo, foi estabelecido um Comitê Executivo de estudos internacionais constituído de 12 membros, o qual se reúne mensalmente desde 2018. Conheça mais sobre a série The Lancet de Cidades Saudáveis e Sustentáveis aqui.

O primeiro ciclo da série trouxe evidências de como o planejamento urbano – ou seja, uso do solo, transporte, infraestrutura social e planejamento econômico – pode trazer benefícios sociais e à saúde e deveriam ser prioridade para a saúde pública em todos os países. Políticas públicas de desenho urbano local incentivando a locomoção a pé, de bicicleta e o transporte público, com a redução do uso de veículos motorizados, são intervenções que, juntas, podem criar cidades compactas mais saudáveis ​​e sustentáveis. No geral, a série mostra que o setor da saúde, incluindo a saúde pública e os Ministérios da Saúde, devem liderar a defesa de um planejamento multissetorial integrado de cidades e transportes que priorizem resultados de saúde, sustentabilidade e habitabilidade. Foi recomendado um conjunto de indicadores para referenciar e monitorar a conquista de cidades que promovam a saúde e reduzam as iniquidades em saúde.

Atualmente, o modelo de saúde-doença tradicional preconiza que a saúde está no inserida no setor da medicina e dos médicos. No entanto, determinantes sociais como o nível socioeconômico, a educação, a violência e condições de moradia têm forte influência sobre a saúde e com isto o planejamento urbano e as políticas públicas devem atuar no sentido de melhorar indicadores da saúde, visando o aumento da sustentabilidade ambiental.

A Série 2 explora o estado da arte das políticas de planejamento urbano examinando 25 cidades diversas como estudos de caso. Os artigos mostram um sistema global de indicadores que podem ser usados ​​para avaliar e monitorar o progresso de cidades saudáveis ​​e sustentáveis. Na segunda série, os artigos procuram responder a diversas questões-chave:

Artigo Científico 1: Traz os indicadores elaborados na Série 1 para a criação de cidades saudáveis e sustentáveis e como eles foram aprimorados para serem utilizados na Série 2.

Artigo Científico 2: É viável medir as políticas nas cidades em todo o mundo, e as cidades têm as estruturas regionais e locais de desenho urbano e planejamento de transporte para serem cidades saudáveis ​​e sustentáveis? Se não, quais ações são necessárias?

Artigo Científico 3: Quais são os limites para o desenho urbano e recursos de transporte necessários para alcançar estilos de vida ativos e sustentáveis? Que ações são necessárias para incorporar limites informados por evidências nas políticas de planejamento?

Artigo Científico 4: É viável medir consistentemente o desenho urbano e os recursos de transporte que promovam estilos de vida ativos e sustentáveis ​​nas cidades do mundo todo? Existem desigualdades no acesso a ambientes de apoio dentro e entre as cidades? Que ações são necessárias para melhorar sua medição e aplicação no planejamento urbano?

Artigo 5: Com base nas conclusões de todos os artigos da Série, quais são as ações combinadas necessárias para passar das evidências para a aplicação desses indicadores como ferramentas para criar cidades saudáveis ​​e sustentáveis? E para onde seguir?