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Pesquisadores e ativistas debatem “Ações Afirmativas na FSP-USP”

Realizada no dia 5 de julho de 2022, a primeira mesa de discussão “Ações Afirmativas na Faculdade de Saúde Pública da USP” contou com pesquisadores e pesquisadoras discutindo a temática da diversidade e da inclusão. O encontro foi organizado pelo Coletivo Negro Carolina Maria de Jesus, da FSP-USP, com o apoio do Departamento de Saúde, Ciclos de Vida e Sociedade, respondendo a um convite da Comissão de Pós-Graduação da unidade. 

A primeira intervenção foi da Profa. Dra. Márcia Lima, do departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP), uma das mais destacadas pesquisadoras e ativista em desigualdades raciais. Márcia coordena a AFRO-Núcleo de Pesquisa e Formação em Raça, Gênero e Justiça Racial e ofereceu dados originais de pesquisa sobre o impacto positivo das ações afirmativas na vida universitária. 

A Profa.  Silvana Nascimento, do Departamento de Antropologia da FFLCH-USP compartilhou experiências recentes em curso sobre a implantação de ações afirmativas em dois programas de pós-graduação da USP: o de Antropologia Social e o Interdisciplinar em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades do Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos (Diversitas). ambos ligados à FFLCH-USP. A professora abordou a implantação na Universidade de ações afirmativas para pessoas negras, indígenas, pessoas trans e pessoas com deficiências. Ela ressaltou a importância de levar adiante processos contínuos de construção e adaptação, com a participação de discentes e docentes. 

O pesquisador Ivair Augusto, ativista de longa data das políticas de Ações Afirmativas no Brasil, colocou a discussão e a busca do Coletivo Negro e da CPG da FSP-USP, na perspectiva da longa história de militância negra no Brasil e da difícil luta pela implementação de ações afirmativas em diversos âmbitos. Ivair destacou a necessidade de que tomadores de decisão e coletivos negros intensifiquem a criatividade para superar as inúmeras travas adminstrativas e os limites imaginativos da branquitude. Para encerrar, fez um chamado para manter viva a esperança, apesar da sensação de solidão e impotência que muitas vezes acompanha as lutas contra o racismo. 

Durante a discussão houve espaço especial para uma questão urgente e fundamental na USP: a necessidade de contratação de docentes negros, indígenas, trans, com deficiência e de outros grupos excluídos desse lugar, no marco da atual abertura de novas vagas e contratações na USP. Questões administrativas a serem superadas foram trazidas pelos convidades e pelo público participante, bem como questões de mentalidade e de falta de “letramento racial” por parte da comunidade uspiana. 

A mesa teve a presença da vice-diretora da Faculdade de Saúde Pública, Profa. Patrícia Constante Jaime, bem como da presidenta e vice-presidenta da Comissão de Pós-Graduação da FSP-USP, respectivamente, professoras Aylene Bousquat e Dirce Maria Trevisan Zanetta, incluindo docentes da casa, estudantes de graduação e de pós-graduação. 

A rica contribuição e discussão pode ser assistida no Canal de YouTube do CPaS-1 (Coletive de Pesquisa em Antropologia, Artes e Saúde Pública), da FSP-USP, aqui: https://youtu.be/nwbixdaZU1o