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No artigo “O 8 de janeiro, os militares e a Amazônia”, prof. Abramovay faz uma reflexão sobre o papel da burocracia militar brasileira

Em artigo publicado na Revista Piauí do dia 20 de janeiro, o professor Ricardo Abramovay, atual Titular da Cátedra Josué de Castro, da FSP-USP, faz uma reflexão sobre o papel das elites das Forças Armadas e denuncia as prioridades estabelecidas pelo comando da burocracia militar, assim como o aparelho governamental que permitiu “invadir territórios indígenas, fortalecer o garimpo, extrair madeira ilegalmente e grilar terras públicas”.

Autor de diversos livros – entre eles, “Infraestrutura para o desenvolvimento sustentável da Amazônia (Ed. Elefante, 2022) -, Abramovay é professor aposentado pela Faculdade de Economia e Administração (FEA) da USP e atual Professor Sênior do Procam/IEE da USP. Pensador da sustentabilidade, economia verde, agricultura familiar, políticas públicas e afins, Abramovay enumera ainda outros atores que viraram “inimigos internos” recentemente, como a sustentabilidade, o comunismo, ativistas em geral, cientistas e empreendedores.

O professor cita a fala de alguns membros de alta patente que, nomeadamente, elegem a sustentabilidade e até a Declaração Universal dos Povos Indígenas como exemplos de “ameaças à soberania”. 

Seu ponto de partida propõe uma reflexão sobre “o que o Brasil espera de seus militares”. Mas pontua que vale a pena fazer a reflexão contrária: “o que os militares querem do Brasil?”. Ao pontuar que todos têm o direito de acreditar no que quiserem, propõe a seguinte reflexão: “O 8 de janeiro não irá para o passado enquanto o Brasil não discutir ampla e abertamente os valores ético-normativos que norteiam a burocracia militar”.