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Vídeo com professora da FSP-USP traz resultados do projeto CADDE, que sequenciou amostra do Sars-CoV-2 durante pandemia

A professora Maria Anice Mureb Sallum, do Departamento de Epidemiologia da FSP-USP, participa de vídeo recém-lançado pela Newton Fund, mostrando um pouco de um projeto de monta que investigou diversos vírus, incluindo o Sars-CoV-2. Ela dá seu depoimento como uma das pesquisadoras principais do Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE).

O vídeo fecha com chave de ouro um enorme trabalho científico, concluído em março de 2023, que culminou com não menos do que 50 artigos publicados e o treinamento de centenas de pesquisadores, além de alçar o Brasil ao protagonismo no mundo científico no auge da pandemia. Isso porque o grupo sequenciou a amostra do primeiro brasileiro infectado pela COVID-19 em menos de 48 horas. O episódio, ocorrido no dia 28 de fevereiro de 2020, foi possível graças a uma técnica de investigação e sequenciamento de vírus, que o grupo aprimorou, sob a coordenação da profa. Ester Sabino, do Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da USP, e do professor Nuno Faria, do Imperial College London, além da participação proeminente da cientista Jaqueline Góes, que fez o sequenciamento como posdoc no projeto CADDE.

Com o aprimoramento da técnica de sequenciamento genético rápido de vírus e o treinamento de diversas equipes de pesquisadores em todo o Brasil, foi desenvolvida uma rede de vigilância para a transmissão de vírus de interesse de saúde pública. A finalidade da rede é monitorar e dar resposta rápida a surtos e epidemias que venham a ocorrer no país.

A professora Maria Anice comenta no vídeo alguns aspectos da investigação dos transmissores e dos agentes da febre amarela. De acordo com a cientista, o Brasil possui um alto potencial de transmissão do vírus dessa doença. Ela explica que o risco está relacionado à ocupação humana de áreas de florestas e às mudanças no meio ambiente.

“Com o desmatamento, a ocupação do solo se transforma num mix de fragmentos de florestas em meio à ocupação humana, cultivos agrícolas e criação de gado. É por meio desses fragmentos que os vírus migram, afetando seres humanos e animais”, afirma.

A cientista comenta que os mosquitos são coletados para saber se estão infectados com o vírus da febre amarela ou outros vírus. “Os mosquitos foram trazidos para o Instituto de Medicina Tropical da FMUSP, onde as espécies foram dissecadas e sequenciadas geneticamente. Foram isolados também os RNAs dos vírus, os quais também foram sequenciados para identificação e estudos”, mostra.

Assista o vídeo na íntegra e compartilhe!

 

Imagens: reprodução

 

Vídeo mostra a pesquisadora Maria Anice no trabalho de coleta de espécies.