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Acesso a Teste Rápido Molecular aumenta em 80% detecção da tuberculose resistente a medicamentos, mostra pesquisa

Jhancy Rocio Aguilar Jiménez, autora principal do artigo, afirma que acesso aos testes podem melhorar vigilância da doença. Imagem: Sylvia Miguel/AscomFSPUSP

Os resultados da pesquisa foram apresentados no artigo “How has the municipal availability of the GeneXpert®MTB/RIF system affected the detection of drug-resistant tuberculosis in Brazil?” (Como a disponibilidade municipal do sistema GeneXpert®MTB/RIF afetou a detecção da tuberculose resistente às drogas no Brasil?), de autoria da pesquisadora  Jhancy Rocio Aguilar Jiménez, doutoranda pelo Programa de Pós-graduação em Epidemiologia da FSP-USP.

De acordo com o artigo, os pacientes dos municípios com pelo menos um desses equipamentos tiveram 80,4% mais detecção da TB resistente a drogas, em comparação com os residentes de municípios sem essa tecnologia. Sob a orientação do professor Fredi Alexander Diaz Quijano, do Departamento de Epidemiologia da FSP-USP, o trabalho conta também com a co-autoria de Daniele Maria Pelissari, egressa do mesmo programa.

A publicação recentemente aceita na Tropical Medicine & International Health, revista britânica da Federation of European Societies of Tropical Medicine and International Health (FESTMIH), traz resultados relevantes para o controle da tuberculose no Brasil, “tendo em vista a necessidade atual de aumentar os esforços de vigilância e controle da doença, uma vez que houve um aumento da incidência e da mortalidade da tuberculose (TB) após a pandemia de COVID-19, que representou um retrocesso para o país”, afirma Jhancy.

A pesquisa analisou quase 5000 municípios brasileiros entre 2015 e 2020 com o objetivo de avaliar a associação entre a disponibilidade municipal de equipamento para Teste Rápido Molecular com a proporção de pessoas com acesso à tecnologia de diagnóstico da TB e com a resistência detectada pelo Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica.

“O trabalho permitiu estimar que, por falta dessa tecnologia em muitos municípios, houve aproximadamente 1.890 casos de TB resistente não detectados durante esse período no país”, afirmaram os pesquisadores.

Os autores sugerem o fortalecimento das redes de laboratórios e a redução da lacuna no acesso ao diagnóstico rápido em áreas remotas e consideram que esta medida de saúde pública deve ser vista como prioridade para melhorar a detecção e o controle da TB resistente a medicamentos no Brasil.

 

Acesse aqui o artigo:

 http://doi.org/10.1111/tmi.13945