Anna Cristina Rodopiano de Carvalho Ribeiro, aluna de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública (FSP-USP), e a professora Maria Cristina da Costa Marques realizaram uma vasta pesquisa histórica sobre a gripe espanhola na região de Botucatu-SP, entre os anos 1918 e 1938. Intitulado Rastros epidêmicos nas fímbrias da dor: a memória da gripe espanhola na perspectiva da história local, Botucatu (SP), 1918, o artigo recém publicado na revista HCS-Manguinhos (v. 30, supl. 1, out/2023) articula memória individual e coletiva às significações históricas, especificidades locais e idiossincrasias paulistas na conjuntura política e de saúde pública do período.
As pesquisadoras analisaram jornais, fotografias, documentos oficiais e até um diário pessoal para realizar esse recorte do período histórico. Elas concluem que a epidemia continuou presente nas reconfigurações de ritos fúnebres e de estratégias assistenciais, além das dimensões sociais, culturais, políticas e econômicas da cidade, tornand0-se um acontecimento histórico de longa duração.
“A epidemia de gripe espanhola não encontrou seu fim, mas sim incorporou-se às entranhas da sociedade”, afirma Anna Cristina em entrevista para a Revista História Ciências Saúde Manguinhos.
A publicação é fruto do Doutorado de Anna Cristina Rodopiano de Carvalho Ribeiro, intitulado Dos fios nas fibras, dos rastros nas fímbrias: a Gripe Espanhola no Sertão Paulista. Botucatu-SP, 1918-1938, sob orientação da professora Maria Cristina da Costa Marques.
O artigo integra o suplemento Covid-19 na América Latina: conflitos, resistências e desigualdades, disponível gratuitamente no SciELO.
Cruz Vermelha de Botucatu em 1924 Autoria: Pinto da Rocha Fonte: Acervo do Museu Histórico e Pedagógico Francisco Blasi (MuHP), Botucatu,SP, Brasil. (Imagem: Reprodução)
Botucatu e a Boca do Sertão Paulista. Mapa do Estado de S. Paulo (FREIRE; MAY, 1910, p. 47) Acervo do Museu Histórico e Pedagógico Francisco Blasi (MuHP), Botucatu,SP, Brasil. (Imagem: Reprodução)