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FSP-USP sedia Seminário com Editores de Saúde Coletiva da Abrasco

Fórum sediado na FSP-USP contou com a presença maciça de pesquisadores e editores de publicações científicas da área da saúde coletiva. Fotos: Ascom/FSPUSP.

“Fortalecimento dos periódicos de saúde coletiva: sustentabilidade editorial e promoção da diversidade da publicação científica” é o tema do seminário promovido pelo Fórum de Editores de Saúde Coletiva da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), realizado na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP nos dias 12 e 13 de junho.

Com apoio do Ministério da Saúde (MS), o evento reuniu editores de publicações científicas e pesquisadores e contou, na abertura, com a presença do professor José Leopoldo Ferreira Antunes, diretor da FSP-USP. “Trata-se de um encontro muito importante para o meio da pesquisa e da pós-graduação em saúde pública e, para nossa instituição, tem um significado especial, já que a Faculdade congrega quatro importantes periódicos da área: Revista de Saúde Pública, Revista Saúde e Sociedade, Revista Brasileira de Epidemiologia e Revista de Direito Sanitário”, disse.

Professor do Departamento de Epidemiologia e um dos editores-chefes da Revista de Saúde Pública, Alexandre Chiavegatto Filho ressaltou a importância de  reunir no mesmo espaço os editores de revistas de saúde coletiva para discutir e planejar o funcionamento dessas publicações e seus desafios atuais. “Um dos principais desafios é o financiamento das publicações científicas no Brasil: gasta-se muito dinheiro para pesquisadores brasileiros publicarem em revistas internacionais e também há muito pouco investimento em financiar as revistas nacionais para que tenham a capacidade de publicar grandes estudos brasileiros”, afirmou Chiavegatto Filho.

Outros temas, como a definição de normas e diretrizes para o uso de pre-prints, a aplicação da inteligência artificial na escrita e na avaliação de artigos, além das questões relacionadas à ciência aberta e aos bancos de dados abertos, também estão em pauta, destacou o professor.

A mesa de abertura, Diversidade e Inclusão na Publicação Científica, discutiu justamente os desafios relacionados à diversidade e à inclusão nessas publicações.  Angélica Ferreira Fonseca, coordenadora do Fórum de Editores da Abrasco, destacou que “nós [editores científicos] estamos em uma situação muito particular, atendendo a critérios de impressão, indexação e qualidade, os quais muitas vezes são pouco sensíveis a essa pauta, que é mais política”. E completou: “Do nosso ponto de vista, temos esse desafio de como conciliar o universo da consistência e do rigor científico com a dimensão de uma abertura para inclusão e diversidade”.

Segundo Angélica, a realização de encontros como esse reforça o papel das instituições no fortalecimento da comunicação científica em um momento de desafios para a ciência brasileira. “A Abrasco é uma instituição central para esse tipo de movimentação política. E o Ministério da Saúde compreendeu a importância de fortalecer a comunicação científica, especialmente em um contexto de fragilização e desvalorização da ciência enquanto produção social”, afirma.

Angélica ressaltou, ainda, o espaço de destaque da FSP-USP nesse campo. “Se formos contar a história dos periódicos científicos brasileiros da área de saúde coletiva e da própria saúde, a Faculdade de Saúde Pública tem um espaço de destaque, incluindo nomes como os professores Márcia Furquim e Moisés Goldbaum, entre outros”, disse.

O encontro é um espaço privilegiado para o debate do financiamento das revistas, da inclusão e da diversidade na ciência. Além disso, evidencia a importância do diálogo entre editores, pesquisadores e instituições na busca por soluções dos desafios em comum e o fortalecimento do papel dos periódicos brasileiros de saúde coletiva e sua valorização na disseminação da produção científica nacional.