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Coletivo da FSP-USP celebra o orgulho com ações de visibilidade, acolhimento e resistência

No mês do orgulho LGBTQIA+, quando celebramos conquistas e reforçamos a importância da luta por direitos e respeito à diversidade, um grupo da Faculdade de Saúde Pública da USP (FSP-USP) tem se destacado por promover espaços de acolhimento, debate e ação. Criada em 2023, a Liga Diversidade e Saúde: Gênero, Raça, Sexo e Sexualidade (LADIVA’S) reúne estudantes e docentes em torno de temas essenciais à formação em saúde pública.

Gestão atual da Liga: Lucas, Marina, Ana Carol, Daline, Michel e Raíssa.

Com ações que vão de rodas de conversa a campanhas de visibilidade, a Ladivas se consolida como um espaço de construção coletiva, escuta ativa e articulação política dentro da universidade. Para Marina Mota, presidente do coletivo, liderar a Liga é uma experiência intensa e transformadora. “É preciso conciliar diferentes ritmos, experiências e afetos, além de manter o compromisso político com as causas que nos movem”, afirma. Ela destaca como desafio a necessidade de garantir que todas as vozes sejam ouvidas, sem perder a clareza das propostas: “Nossa maior conquista é existir de forma consistente dentro de uma estrutura tão marcada por desigualdades como é a universidade pública.”

Entre as atividades recentes do grupo está a organização do mural com pesquisadores trans, travestis e não bináries, instalado no prédio da FSP-USP como parte das ações do Mês do Orgulho. Para Ana Carolina, estudante e responsável pela comunicação da Ladivas, a iniciativa teve forte impacto simbólico. “Ver esses rostos estampando um espaço da faculdade é como reivindicar: nós existimos, produzimos ciência e queremos permanecer aqui. É sobre afirmação, pertencimento e memória.” Saiba mais sobre a exposição na imagem e no link que estão após a matéria.

Apoiam a Liga os professores Nayara (madrinha), Cristiane Cabral (orientadora) e José Miguel (padrinho)

As decisões na Ladivas são tomadas de forma horizontal, em reuniões abertas que valorizam a construção coletiva. “Essa horizontalidade é uma escolha política, que reflete os valores que defendemos”, destaca Marina. A prática do cuidado, do afeto e da escuta é central para o grupo, que busca promover mudanças não apenas em eventos pontuais, mas também na cultura institucional da FSP-USP. O grupo recebe o apoio, também, de alguns professores, como Nayara Gonçalves, madrinha, José Miguel, padrinho e a orientadora Cristiane Cabral.

Apesar dos avanços, Ana Carolina avalia que ainda há muito a conquistar. “As ações da Ladivas provocam debates que nem sempre aparecem nas disciplinas de forma estruturada. Muitas vezes somos nós, estudantes, que trazemos os temas da diversidade de gênero, raça e sexualidade para a sala de aula.”

“É preciso manter o compromisso político com as causas que nos movem.” Marina Mota – presidente da Ladivas

“Estamos constantemente tensionando e abrindo caminhos.” Ana Carolina – Comunicação da Ladivas

Ao longo de sua trajetória, o coletivo tem atraído mais estudantes interessados em participar e somar forças às lutas por equidade, sendo mais um espaço de inclusão e pertencimento na universidade. O grupo é aberto a todas as pessoas que se identificam com as causas que defende. “Estamos construindo uma história coletiva, com afeto, luta e resistência”, convida Marina.

 

 

 

 

 

Recentemente, as temáticas de gênero e diversidade sexual têm sido abordadas em diversas ações pela Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP), como a Campanha USP Contra o Assédio 2025, que veicula mensagens contra o sexismo, a transfobia e a homofobia; a criação do Sistema USP de Acolhimento (SUA), que recebe relatos e denúncias de discriminação; e a abertura de Editais de Fomento voltados às áreas de atuação da PRIP, buscando consolidar os compromissos da universidade com a diversidade, a equidade e o acolhimento.

 

 

 

Imagem: montagem com fotos cedidas pela Liga Diversidade e Saúde: Gênero, Raça, Sexo e Sexualidade (LADIVA’S), referentes ao painel em exposição na FSP-USP até agosto de 2025, com pesquisadoras/es travestis, trans e NB. Para saber mais sobre as pessoas nas imagens, clique aqui.