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Pimenta-rosa pode minimizar a perda de qualidade nutricional em conservas de pescado

Acabam de ser publicados na revista científica Food Chemistry os resultados de uma pesquisa sobre o potencial da pimenta-rosa (Schinus terebinthifolius Raddi) na formação de ácidos graxos e óxido de colesterol em conservas de sardinha durante o processamento térmico. Os achados sinalizam que a pimenta-rosa pode ser um antioxidante natural, portanto mais saudável em relação aos aditivos alimentares.

O artigo The impacts of pink pepper (Schinus terebinthifolius Raddi) on fatty acids and cholesterol oxide formation in canned sardines during thermal processing, disponível em versão pré-print, é um trabalho colaborativo de diversas instituições, sob a autoria de Carla Fernanda Targueta Barreira, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), e que contou com a participação da Profa. Elizabeth Aparecida Ferraz da Silva Torres, do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP. A orientação do trabalho é da Profa. Tatiana Saldanha, também da UFRRJ.

Segundo o artigo, o enlatamento resultou em uma troca de ácidos graxos, colesterol e óxidos de colesterol entre o músculo do peixe e o meio líquido (óleo de soja). Também induziu a oxidação lipídica, que foi demonstrada pela degradação de ácidos graxos e pela formação de óxidos de colesterol. No experimento, os óxidos de colesterol passaram de 39,53 ± 2,14 μg/g (sardinha crua) para 116,04 ± 0,78 μg/g (sardinha controle) após o enlatamento. 

Além disso, análises cromatográficas mostraram a migração de compostos (ácidos fenólicos, flavonóides, taninos, terpenos) da pimenta-rosa para a sardinha, indicando os constituintes que podem ter contribuído para suas propriedades antioxidantes.

Assim, a pimenta-rosa pode ser destacada como um aditivo adequado para reduzir a ingestão de óxidos de colesterol, minimizando a perda de qualidade nutricional em conservas de pescado.

Segundo a professora Elizabeth, a importância do trabalho é ter demonstrado que a pimenta-rosa pode ser um “antioxidante natural que pode ser usado no lugar de produtos artificiais, fato relevante diante da busca da saudabilidade dos alimentos e no menor uso de aditivos alimentares”, disse a professora.

O trabalho pode ser lido na íntegra aqui.

 

Pimenta-rosa

A maioria das pessoas acredita ser importada, mas a pimenta-rosa é um condimento muito apreciado na culinária regional brasileira. De sabor adocicado, levemente picante, o aroma é suave e marcante. É também conhecida como aroeira, aroeira-da-praia, aroeira-de-remédio, aroeira-mansa, aroeira-pimenteira e aroeira-vermelha. A espécie é nativa, mas não endêmica do Brasil, sendo típica da Mata Atlântica e ocorrendo de forma natural neste Bioma, desde o Rio Grande do Sul até o Rio Grande do Norte.

Pertence à família Anacardiaceae, sendo uma árvore de porte mediano, entre cinco a 10 metros de altura e tronco com 30 a 60 centímetros de diâmetro, com casca espessa. As folhas são compostas, tendo de três a 10 pares de folíolos, medindo entre três a cinco centímetros de comprimento e suavemente aromáticas. Suas flores são pequenas, reunidas em panículas de formato piramidal, concentradas na porção terminal dos ramos. Os frutos são muito aromáticos, do tipo drupa, de coloração avermelhada, com quatro a cinco milímetros de diâmetro. (Fonte: site A Planta da Vez)

 

Pimenta-rosa (Schinus terebinthifolius Raddi), espécie nativa e não-endêmica, tem propriedades estudadas. Imagem: Reprodução/A Planta da Vez