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Grupo de Pesquisa Alimentos, Nutrição e Saúde Mental do IEA-USP tem a coordenação de professora da FSP-USP

Sob a coordenação da professora Elizabeth Aparecida Ferraz da Silva Torres, do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública, o Grupo de Pesquisa Alimentos, Nutrição e Saúde Mental, inaugurado em março no Instituto de Estudos Avançados (IEA), foi criado com o objetivo de investigar o potencial de alimentos nativos do Brasil como parte de um padrão alimentar que promova a saúde mental. As pesquisas se baseiam no conhecimento prévio dos efeitos desses alimentos na prevenção e tratamento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como as cardiovasculares, câncer, diabetes e obesidade.

Com a vice coordenação da professora Flávia Mori Sarti, da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH-USP), o grupo terá duração de três anos para realizar suas atividades em colaboração com parceiros acadêmicos e não acadêmicos, nacionais e internacionais. Como resultado do trabalho, serão gerados documentos que buscarão envolver organismos governamentais na elaboração de políticas públicas relacionadas com alimentação e saúde mental, além de publicações em veículos acadêmicos e ações de educação alimentar.

A alimentação tem relação estreita não apenas com a saúde do corpo, como também com as funções cerebrais, exercendo importante papel na modulação do humor e no desempenho cognitivo. Diversos estudos indicam que certos alimentos nativos do Brasil, como o guaraná, têm participação na redução de risco e controle de doenças crônicas não transmissíveis. A dieta pode desempenhar papeis metabólicos cruciais, como a modulação de hormônios intestinais endógenos, neuropeptídeos, neurotransmissores e a regulação da microbiota intestinal, afirmam as coordenadoras.

As pesquisadoras destacam a relevância da alimentação como alternativa terapêutica para a prevenção e controle do Transtorno Depressivo Maior (TDM), já que existe uma alta taxa de resistência terapêutica associada ao TDM. Trata-se de um grave problema de saúde pública, devido à sua prevalência ao longo da vida (variando de 4,4% a 20% da população geral), o que acarreta numa incidência significativa de suicídio entre os pacientes não responsivos ao tratamento. Há estudos indicando que o TDM é uma das principais causas de impacto econômico nos gastos com saúde pública. Projeções indicam que contribuirá fortemente na carga global de doenças projetada para 2030.

Confira notícia no site do IEA

Confira matéria publicada no Jornal da USP sobre o grupo

Guaraná (Paullinia cupana): um dos alimentos nativos estudados pelo grupo. Foto: Siglia Regina dos Santos Souza/Embrapa.