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Pesquisadores do Lacas da FSP-USP publicam artigo validando metodologia para avaliar a presença de hidrocarbonetos em chocolates

Pesquisadores do Laboratório de Componentes Alimentares e Saúde da FSP-USP (LACAS), sob a orientação da professora Elizabeth Aparecida Torres, do Departamento de Nutrição da FSP-USP, acabam de publicar um artigo na revista científica Food Chemistry, validando uma metodologia para avaliação da presença de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) em amostras de chocolates branco e preto. Os consumidores de chocolate podem ficar tranquilos, até certo ponto: o grupo — composto por Glória Maria Guizellinia, Geni Rodrigues Sampaio, Simone Alves da Silva e Rosana Aparecida Manólio Soares-Freitas da FSP-USP e Adriana Palma de Almeida do Instituto Adolpho Lutz — verificou que a exposição a essas substâncias na maioria das amostras pesquisadas não oferece riscos à saúde.

Foram analisadas 38 barras de chocolate, de 11 marcas diferentes, entre chocolate branco, chocolate ao leite e chocolate preto com diferentes porcentagens de cacau. As três amostras que apresentaram concentrações de HPAs acima de níveis seguros para a saúde foram das categorias de chocolate branco e chocolate 70% cacau. Os HPAs são elementos contaminantes para o meio ambiente e podem ter efeitos mutagênicos e cancerígenos para saúde. Esses componentes são formados pela combustão incompleta de hidrocarbonetos ou na presença de altas temperaturas como ocorre na produção de chocolate.

Os estudos revelaram que há uma relação entre a quantidade de cacau presente nos chocolates e a concentração de HPAs. Mas outros fatores como a temperatura,  o tipo de gordura utilizado no chocolate, a quantidade de manteiga de cacau presente e outros ingredientes também podem influenciar a quantidade desses componentes nos produtos. Assim, segundo a pesquisa, o chocolate que apresentou maiores níveis dos componentes cancerígenos foi o 70% cacau e o com menores níveis foi o chocolate ao leite. Como conclusão, o artigo aponta que não há riscos à saúde quando o consumo não é exagerado e pondera ainda que são necessários mais estudos para investigar o problema.

Leia o artigo completo que foi publicado no dia 07 de novembro de 2022.