O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos em nível global. Não à toa, ganhou a alcunha de celeiro do mundo. Apesar disso, 33 milhões de brasileiros passam fome. Contraditório, não?
Entenda o porquê desse paradoxo neste post!
Dentre diversos motivos, isso acontece porque o Brasil produz, sobretudo, commodities que são utilizadas para diversos fins que não a alimentação
Veja, a seguir, os alimentos que mais foram produzidos no país em 2021 (em toneladas)
Observe a grande diferença que existe entre os três alimentos mais produzidos e os demais do ranking
Só para se ter uma ideia, se produz quase 247 vezes mais cana-de-açúcar do que feijão no Brasil
Ainda considerando os três alimentos mais produzidos, boa parte é exportada, enquanto outra chega à mesa dos brasileiros como ingrediente (ex.: açúcar, óleo de soja, óleo de milho) ou como parte de alimentos ultraprocessados
Se em um primeiro momento a exportação desses alimentos parece ser positiva do ponto de vista econômico, devemos considerar também as suas consequências
De acordo com dados da plataforma Comex Stat, em 2021 o Brasil exportou cerca de 86,1 milhões de toneladas de soja – 63,8% do total produzido
Aqui entra a lei da oferta e procura. A soja está sendo exportada, mas a demanda no país continua a mesma. Logo, ela e seus subprodutos, como o óleo, ficam mais caros
Em 2021, o óleo de soja foi um dos produtos com maior aumento de preço
Agora, observe os dados sobre exportação e importação de arroz sem casca deste ano
Sim, é isso mesmo! O Brasil exportou pouco mais de 550 mil toneladas de arroz e precisou importar esse valor e um pouco mais apenas nos primeiros nove meses de 2022
Isso não apenas torna o alimento mais caro, mas também menos sustentável. Imagine todos os recursos naturais que foram utilizados nessa cadeia de produção, que é muito longa!
Tantas pessoas passam fome no Brasil porque, além da grande desigualdade social, o nosso sistema alimentar produz matéria-prima para a indústria
Parte dos alimentos que estão no dia a dia do brasileiro são exportados ou distribuídos de maneira desigual
Isso torna o alimento ainda mais caro em um período já marcado pelo aumento geral dos preços e perda do poder de compra
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