É muito comum pensarmos na culinária brasileira como uma mistura das influências portuguesa, africana e indígena, mas ela é muito mais do que a soma delas, sendo difícil defini-la em uma ou poucas palavras
O constante processo de construção da nossa culinária faz dela um mosaico de práticas alimentares ricas e diversas
Convencionalmente, a culinária brasileira foi dividida de acordo com os estados e regiões, sendo nomeada como “culinária nordestina”, “culinária paulista”, “culinária mineira”, entre outras
No entanto, diante da diversidade que o Brasil possui no seu território, o sociólogo Carlos Alberto Dória propôs o conceito das manchas culinárias
Manchas culinárias são partes de um território que constituem regiões para o estudo da alimentação, uma vez que expressam marcas culturais (práticas alimentares) e ambientais (ingredientes de origem animal, vegetal ou fungos) que definem cada culinária.
Assim, as regiões Sul e Sudeste correspondem às manchas meridional, caipira e costa. Que tal conhecer mais sobre elas?
Mancha Meridional
Caracterizada pela miscigenação com povos europeus e com forte uso de suas técnicas culinárias. O pinhão e a erva-mate, aqui chamada de chimarrão, são ingredientes-chave nessa mancha. É uma zona que está mais relacionada à Mata Atlântica e aos Pampas, um bioma exclusivo do Rio Grande do Sul.
Mancha Caipira
É caracterizada pelo uso de milho, porco, frango e boa variedade de legumes. O pequi é um dos ingredientes-chave nessa mancha, que também está relacionada ao Cerrado
Mancha da Costa
Caracterizada pelo uso de peixes, frutos do mar e leite de coco. É uma zona que se relaciona com a Mata Atlântica.
As manchas culinárias expressam aspectos culturais e ambientais de cada região, por isso nem sempre convergem dentro de um mesmo estado, como acontece com as culinárias do interior de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, que estão sob o domínio da mancha caipira
A identidade da culinária brasileira surge da combinação de várias tradições culinárias que estão em constante mudança
Compreender como é a cultura alimentar de cada região permite o seu fortalecimento, assim como a pensarmos em práticas alimentares mais saudáveis e sustentáveis considerando cada realidade
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Post por Gabi Manzini (@gabi_pman), Thamillys Rodrigues (@thamillysrs) e Letícia Maximiano (@leticia.maximiano).