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Como é o sistema alimentar do centro-oeste expandido?

Com este post vamos dar continuidade à série sobre os sistemas alimentares brasileiros a partir dos resultados do Índice Multidimensional de Sistemas Alimentares Sustentáveis Revisado para o Brasil ​​(MISFS-R), estudo conduzido por pesquisadoras do Sustentarea com apoio do @wwfbrasil.

Esta é a primeira publicação sobre o Centro-Oeste expandido, composto pelos estados da região de mesmo nome e também pelo Acre, Rondônia e Tocantins. 

Relembrando

O Índice Multidimensional de Sistemas Alimentares Sustentáveis Revisado para o Brasil (MISFS-R) é uma ferramenta desenvolvida para avaliar a sustentabilidade dos sistemas alimentares no contexto brasileiro

A avaliação é feita a partir das quatro dimensões do sistema alimentar: ambiental, social, econômica e nutricional

Neste post, falaremos sobre o Centro-Oeste expandido, composto pelos estados da Região Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) e pelo Acre, Rondônia e Tocantins, da Região Norte. Nas análises, o Distrito Federal não foi incluído

Estes estados fazem parte do mesmo grupo devido às semelhanças em relação ao sistema alimentar. 

Em relação à dimensão ambiental, os estados deste grupo foram os responsáveis pelas maiores emissões de gases de efeito estufa na produção de alimentos. Além disso, a pegada de carbono da alimentação também foi maior neste agrupamento

Na dimensão social, o grupo teve como pontos positivos um bom acesso físico e financeiro aos alimentos e a menor prevalência de trabalho informal no campo. Apesar disso, estes estados foram os responsáveis pelo maior número de notificações de intoxicação por agrotóxicos em todo o Brasil.

A dimensão econômica destes estados teve como pontos positivos o melhor acesso à maquinários, rede elétrica e orientação técnica. Além disso, este foi o grupo com a maior contribuição da agricultura para o PIB.

Já em relação à dimensão nutricional, um ponto positivo foi o menor consumo de alimentos ultraprocessados. Por outro lado, junto com as Regiões Sul e Sudeste, neste grupo foi identificada uma maior ingestão de agrotóxicos pela alimentação.

Um ponto em comum entre esses estados é que eles têm a produção de alimentos como principal atividade econômica e estão entre os maiores exportadores do país

O crescimento da produção de alimentos nessa região dependeu da degradação ambiental, sobretudo do Cerrado, e a fronteira agrícola tem se expandido para a Amazônia

O principal motivo para o desmatamento do Cerrado é a abertura de novas áreas para a agropecuária, sendo esta uma das razões pelas quais este grupo é o maior emissor de gases de efeito estufa do país.

Por isso, apesar dos resultados geralmente favoráveis para os demais aspectos, os estados do Centro-Oeste expandido tiveram as piores pontuações para a dimensão ambiental


Post por Gabriel Ferrari (@gabrieltoninf) e Letícia Maximiano (@leticia.maximiano).

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