Cópia de Livros infantis (Apresentação (169))

3 livros infantis sobre alimentação e sustentabilidade

Nos inspiramos com a indicação do @institutohhfauser e, neste post, trouxemos mais 3 livros infantis sobre alimentação e sustentabilidade. As obras são parte do projeto Poliniza Buzz, do @comidadoamanha.

Os livros estão disponíveis para download gratuito no site da organização e, além da versão digital, também é possível escutar as histórias!

Role para baixo e conheça cada uma delas, que são inspiradas em pessoas reais! Para baixar os livros, acesse http://comidadoamanha.org/biblioteca-buzz.

A mágica das sementes

Luiza Santos

Ilustrado por Michelle Ribeiro

Mariana, a protagonista do livro, mostra como sua família tem preservado sementes ancestrais ao longo das gerações. O texto é baseado em duas histórias – a de Mariana Zogbi Jardim e a de Nicolau Xakriabá, enviada pelo Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas

Ivan e Zuzá na floresta da esperança

Michelle Cabral

Ilustrado por Cristina Guerrero

A história gira em torno de Ivan e Zuzá. O primeiro é um menino que gosta muito de milho. A segunda, uma abelha que vê a sua família ser reduzida devido ao uso de agrotóxicos. O livro é baseado nos textos da Associação Escola Família Agrícola Jaguaribana, de Ivan José Canci e de Reginaldo da Silva

O vaso da Zefa

Thaís Velloso

Ilustrado por Vinícius Lima

Zefa morava com sua família em um vaso, até que uma ventania o levou. Longe da natureza, a menina aprendeu que ela mesma poderia semear os alimentos por onde passasse. O texto é baseado nas histórias reais de Josefa Ataides e Maurício Bichara, da Comunidade que Sustenta a Agricultura de Brasília

Explica 04 Chamada Video - Quadrado

Sustentarea Explica | (M)ovimentos Sociais

Sustentarea Explica

(M)ovimentos sociais

Os movimentos sociais, responsáveis pela mobilização de ações coletivas que buscam influenciar a opinião pública e pressionar as instituições na tomada de decisões em busca de transformações sociais, estão presentes em toda a construção da democracia de um país, e não é diferente no Brasil. 

Com os novos modelos de produção de alimentos, nasceram novos movimentos na luta por políticas públicas voltadas para a segurança e soberania alimentar, que visam promover e prover os direitos humanos à saúde e à alimentação adequada em um cenário em que a lógica dos sistemas alimentares é alvo de críticas e desconfiança. É nesse contexto que o quarto episódio do Sustentarea Explica discute sobre os movimentos sociais e seus conceitos na sociedade contemporânea, em que comer é um ato político.

Aperta o play!

Quer saber mais?

ACESSE OS LINKS:

Referências

1. ArtigoMovimentos sociais no Brasil contemporâneo” de Ise Scherer-Warren | (link

2. Livro “Teoria dos movimentos sociais: paradigmas clássicos e contemporâneos” de Maria da Glória Marcondes Gohn. São Paulo: Loyola, 1997.

3. Artigo “Contribuições dos Movimentos Sociais para a Desprivatização da Ética na perspectiva da Psicologia Política” de Alessandro Soares da Silva | (link)

4. Capítulo “Movimentos sociais e sistemas alimentares mais justos e sustentáveis” de Jennifer Tanaka e Inara Nascimento, presente no livro “Sistemas alimentares e alimentação sustentável” das orgs. Aline Carvalho e Dirce Marchioni, Ed. Manole | (link da editora)

5. Artigo “Desafios para o sistema alimentar global” de Ricardo Abramovay. Ciência e Cultura. vol.73 no.1 São Paulo, 2021 | (link)

6. Capítulo “Saúde Amanhã: Textos para discussão 84: O Sistema Agroalimentar global e brasileiro face à nova fronteira tecnológica e às novas dinâmicas geopolíticas e de demanda de John Wilkinson. Fiocruz, 2022 | (link)

7. Artigo “O caminho da terra: revisitando a história do MST no Pontal do Paranapanema – SP – desde uma ótica psicopolítica” de Alessandro Soares da Silva | (link)

8. La Via Campesina | (site)

Conheça mais sobre alguns dos movimentos sociais citados no episódio

Matéria do Jornal USP sobre o Movimento Feminista no Brasil | (site)

Matéria do Jornal USP sobre o Movimento LGBTQIAPN+ | (site)

Matéria do Jornal USP sobre igualdade racial | (site)

Via Campesina Brasil | (instagram)

Food Justice Movement |  (site)

Slow Food Brasil | (site)

Movimentos dos trabalhadores rurais sem terra, MST | (site)

Movimento dos Pequenos Agricultores, MPA | (site)

Associação de Agricultura Orgânica, AAO | (site

Episódio também em vídeo, assista!

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Ficha Técnica

O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea,  núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Coordenação

Nadine Marques

Apresentação

Pâmela di Christine

Apoio à pauta, roteiro e pesquisa

Patrícia Mello, Nadine Marques, Mariana Hase Ueta e Pamela di Christine

Edição de áudio

Mariana Ting

Locução de vinhetas e Trilhas sonoras

Daniela Vianna e Fernando Kuraiem

Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi, Gabbi Mahfuz
e Katharina Cruz

_Impacto ambiental do sistema alimentar do Sul e Sudeste (Apresentação (169))

Qual o impacto ambiental do sistema alimentar do Sul e Sudeste?

No Brasil, o desmatamento e a agropecuária são os setores que mais contribuem para a emissão de gases de efeito estufa. Em 2021, eles corresponderam a 49% e 25% de todas as emissões, respectivamente. 

Uma maneira de avaliar essas emissões é por meio do equivalente de dióxido de carbono, uma medida que quantifica todos os gases de efeito estufa em CO2

Neste post, focaremos nas emissões de gases de efeito estufa das Regiões Sul e Sudeste, que formam um grupo com características semelhantes em relação ao sistema alimentar, conforme identificado no MISFS-R

Veja, a seguir, a quantidade emitida de CO2 pela agropecuária e desmatamento para cada um dos estados dessas regiões

Um análise detalhada é importante quando falamos em gases de efeito estufa pois, em geral, há regiões que concentram essas emissões, ou seja, elas não são uniformes em um mesmo território

Veja, a seguir, os 10 municípios das Regiões Sul e Sudeste que mais emitiram gases de efeito estufa pela agropecuária e desmatamento em 2019, ano com os dados mais recentes
É possível notar que os municípios do extremo sul do Rio Grande do Sul, onde predomina a criação de gado e o cultivo de arroz, estão entre os que mais emitiram gases de efeito estufa pela agropecuária

Além disso, na parte oeste de Minas Gerais, estão três dos dez municípios que mais emitiram CO2 em 2019 nessas duas regiões, sobretudo em função da criação de gado para produção de carne e leite

No extremo sul do Rio Grande do Sul, centro-sul do Paraná e Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, estão os municípios que mais emitiram CO2 devido ao desmatamento

Um ponto em comum entre esses municípios é que eles são geograficamente próximos, o que nos ajuda a entender as dinâmicas relacionadas à degradação ambiental e à produção de alimentos em nível local

E nos conte: já parou para pensar qual é o impacto ambiental do sistema alimentar da região em que você vive?



Post por Gabriel Ferrari (@gabrieltoninf) e Alisson Machado (@alissondmach).

Descongelamento (Apresentação (169))

5 dicas para otimizar a rotina por meio do congelamento de alimentos

Ultimamente, conseguir tempo para realizar todas as tarefas tem sido cada vez mais raro, não é mesmo?

Mas é possível pensarmos em maneiras de facilitar cada uma de nossas atividades e, no momento de cozinhar, isso não é diferente!

Neste post, apresentamos 5 dicas para otimizar a rotina por meio do congelamento de alimentos! Passe para o lado e confira como adotar essa prática!

1

Aproveite um dia da semana para cozinhar alimentos que demoram mais para serem preparados. No caso do feijão, é importante fazer uma seleção dos grãos e respeitar o tempo de remolho

2

Após cozido, separe o alimento em porções na quantidade que costuma consumir diariamente, ou a cada 3 dias, por exemplo. Isso vai variar segundo o ritmo de consumo de sua residência

3

Congele o alimento e, quanto mais rápido, melhor! Isso garante que os cristais de gelo no alimento sejam pequenos, o que facilita o descongelamento

4

Para ter maior controle dos alimentos congelados, coloque uma etiqueta com a data do congelamento e o nome do alimento

5

O descongelamento não pode ocorrer em temperatura ambiente. Prefira sempre descongelar dentro da geladeira ou sob calor

Veja como fazer o congelamento corretamente:

IMPORTANTE:

  • Se os alimentos forem descongelados em temperatura ambiente, pode ocorrer o crescimento de algumas bactérias que causam infecções intestinais
  • Apenas alimentos crus podem ser descongelados e congelados novamente
  • Não é recomendado congelar alimentos folhosos, pois eles podem estragar devido ao frio

Você pode obter mais informações sobre o tema na matéria escrita por Letícia Gonçalves (@le1ticia) e Gabi Manzini (@gabi_pman), disponível no último número da Revista Sustentarea!

Post Direito à terra dos povos originários (Apresentação (169))

Você sabia que a terra é um direito dos povos originários?

Hoje, 19 de abril, é celebrado o Dia dos Povos Indígenas, data que busca valorizar a riqueza e a pluralidade cultural dos povos originários e, sobretudo, marcar a luta pela garantia dos seus direitos.

E é sobre o direito à terra dos povos indígenas que falamos neste post comemorativo!

Os direitos dos povos originários sempre foram associados à terra. Nesse sentido, existiram vários progressos e retrocessos que aconteceram ao longo da história do país

Desde a colonização, as populações indígenas passam por um processo de destruição de sua cultura e luta pela sobrevivência e garantia de direitos

Evolução histórica da legislação indigenista em relação ao direito à terra

Apenas em 1988 a Constituição Federal reconheceu o direito à terra dos povos originários, competindo à União demarcá-las, protegê-las e fazer respeitar todos os seus bens

O direito exclusivo de usufruto, garantido na Constituição, assegura que os povos indígenas podem utilizar os recursos naturais de suas terras para atender as necessidades internas das comunidades e garantir a subsistência, desde que não seja comprometida a sustentabilidade do meio ambiente

Esse processo é de grande importância, pois garante, ou ao menos deveria, a proteção e preservação dos territórios

O processo de demarcação das terras é um ato administrativo, no qual é determinado o limite do território ocupado pelos povos originários
Apesar de avanços na defesa do direito à terra dos povos originários, a ameaça de intervenção nessas áreas ainda permanece

O Projeto de Lei 191/2020, que estava em tramitação na Câmara dos Deputados, ameaçava o usufruto garantido pela Constituição, pois visava a exploração econômica em território indígena e utilização de recursos hídricos, orgânicos e minerais dessas terras por terceiros

É necessária uma mudança de pensamento que tenha como objetivo o respeito à dignidade e a igualdade de todos os seres humanos

Observa-se que, mesmo após séculos, a garantia do direito à terra dos povos originários ainda é um desafio, ocasionado sobretudo pelo avanço da mineração ilegal e a da agropecuária

⚠️ Este é oficialmente o primeiro Dia dos Povos Indígenas após a promulgação da Lei 14.402/2022, que alterou o nome do até então conhecido Dia do Índio. Essa mudança ocorreu devido ao fato de o termo índio ser genérico e não considerar as especificidades existentes entre os diferentes povos indígenas em relação à cultura e à linguística, por exemplo.



Post por Roberta Cronemberger (@roberta_cronemberger) e Letícia Maximiano (@leticia.maximiano).

Livros infantis (Apresentação (169))

8 livros infantis sobre alimentação e sustentabilidade

Não há dúvidas de que a promoção de hábitos alimentares saudáveis e a consciência ambiental devem começar na infância, certo?

Uma boa maneira de tocar nesses temas é por meio do incentivo à leitura, que traz diversos benefícios para além do aprendizado sobre esses tópicos.

E hoje, no Dia Nacional do Livro Infantil, trouxemos 8 obras voltadas às crianças que abordam a alimentação e a sustentabilidade. Passe para o lado e confira a nossa seleção!

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A árvore generosa

Companhia das Letrinhas

Shel Silverstein

Este livro conta sobre a relação entre um menino e uma árvore. O primeiro, à medida em que cresce, fica cada vez mais exigente nos pedidos que faz a esta última, que o serve até à exaustão. A obra é uma parábola sobre amizade, mas também sobre o afastamento da natureza e o uso excessivo dos recursos naturais

Bibi come de tudo

Scipione

Alejandro Rosas

Que atire o primeiro tomate quem nunca precisou lidar com a seletividade alimentar das crianças. É sobre isso que este livro aborda por meio de Bibi, que percebe que está tudo bem não gostar de todos os alimentos, mas que experimentar é importante para saber se algo é bom ou não

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O feijão fujão

Lulu Lima

Ilustrado por Guilherme Lira

Mil Caramiolas

Cansado de não ser valorizado pelas crianças, o feijão decide fugir do pé e ir morar em um pacote de salgadinho. Lá, ele descobre que tem um dom único: germinar. De forma didática, o livro destaca a valorização dos alimentos in natura, o que é primordial em um mundo no qual os ultraprocessados se fazem presentes cada vez mais cedo

O menino do dedo verde

José Olympio

Maurice Dreon

Ilustrado por Walter Lara

Tistu, protagonista do livro, é uma espécie de Rei Midas às avessas. Em vez de ouro, tudo o que ele toca reverdece, e é assim que ele transforma o mundo ao seu redor. O clássico da literatura infantil francesa trata de questões como ética e cidadania, sendo pioneiro em abordar a ecologia já na década de 1950

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O planeta está com febre

Luciana Rosa

Ilustrado por Salmo Dansa

Zit Editora

A Terra, ao acordar com febre, vai ao médico e descobre que o seu problema é o aquecimento global. Para resolver essa questão, decide reunir diversas crianças que podem ajudá-la. Mais atual do que nunca, o livro mostra como o cuidado com o meio ambiente deve começar desde a infância

Quem abre o bocão?

Mil Caramiolas

Lulu Lima

Ilustrado por Kuy

Voltado para a primeira infância, o livro apresenta os legumes mais comuns do dia a dia por meio de rimas. De forma interativa, as crianças têm que adivinhar quem é a personagem que abre o bocão para elas. A obra é uma ótima forma de iniciar, de maneira lúdica, a promoção do consumo de alimentos saudáveis

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Sagatrissuinorana

João Luiz Guimarães

Ilustrado por Nelson Cruz

ÔZé Editora

Apesar do nome difícil, a premissa do livro é bem mais simples: recontar a história dos três porquinhos tendo como pano de fundo dois dos maiores desastres socioambientais do país – o rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais

Tulu: em busca de um lugar para viver

Donaldo Buchweitz

Ilustrado por Ina Carolina

Ciranda Cultural

Tulu é uma criança indígena que precisa se mudar devido às queimadas na região onde vive. O tema é fundamental para despertar a consciência ambiental desde a infância e entender como os povos originários são afetados pelo avanço do desmatamento

Você indica mais algum livro infantil sobre esses temas? Se sim, deixe nos comentários!

ECO 02 Chamada - Quadrado

Sustentarea Eco | Alimentação e ancestralidade

Sustentarea Eco

Alimentação e ancestralidade

A mandioca, aipim ou macaxeira, dependendo da região em que você mora, é um alimento de origem brasileira, consumido primordialmente pelas populações indígenas como base de sua alimentação. Presente hoje em nossa mesa e em nossas memórias culturais, de afetos e encontros, a mandioca foi eleita pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o alimento do século 21 e  alimenta mais de 800 milhões de pessoas ao redor do mundo.  É nesse contexto que o segundo episódio da série ‘Sustentarea Eco’ explora  a primeira “Cartinha da Rainha”, produção do Sustentarea que coroa a mandioca como Rainha do Brasil. 

O material lançado em julho de 2022, que ganha voz na apresentação de Ana Lúcia Romito, foi produzido pelo Grupo Alimentação Brasileira – Mandioca, liderado  pela Jennifer Tanaka, e composto por Alice Medeiros, Evelym Landim, Evla Vieira e Thais Arcari. Você pode ver a Cartinha e até se inscrever para recebê-la por e-mail usando o link que está na descrição do episódio. O download de todos os materiais é gratuito, e pode ser feito diretamente aqui em nosso site. 

Aperta o play!

Quer saber mais?

ACESSE OS LINKS:

Material Sustentarea 'ecoado' no episódio

1. Cartinha da Rainha #01
| cartinhadarainha.substack.com/p/prazer-sou-a-cartinha-da-rainha-1-9c5 

2. Inscreva-se para receber as próximas cartinhas 
| cartinhadarainha.substack.com/ 

3. Outros materiais do grupo Alimentação Brasileira – Mandioca
|
www.fsp.usp.br/sustentarea/projetos/mandioca/ 

 

Outros materiais

Matéria Sustentarea sobre o “Dia Nacional da Mandioca”
| www.fsp.usp.br/sustentarea/2022/04/22/22-de-abril-uma-comemoracao-a-mandioca-a-raiz-que-nos-fez-nacao/ 

Projeto de Lei para instaurar o Dia Nacional da Mandioca
| www.camara.leg.br/proposicoesWeb/

 

Episódio também em vídeo, assista!

Apresentação

Ana Lucia Romito
Graduanda em Nutrição pela Faculdade de Saúde Pública da USP.

Ficha Técnica

O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea,  núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Coordenação

Nadine Marques

Apresentação

Ana Lucia Romito

Apoio à pauta, roteiro e pesquisa

Ana Lucia Romito, Nadine Marques e Jennifer Tanaka

Edição de áudio

Mariana Ting

Locução de vinhetas e Trilhas sonoras

Daniela Vianna e Fernando Kuraiem

Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi, Gabbi Mahfuz
e Katharina Cruz

Alimentos do sul e sudeste (Apresentação (169))

Quais são os alimentos mais produzidos nas regiões sul e sudeste?

Região Sul

Um cultivo que se destaca nessa região é o de arroz, sobretudo no Rio Grande do Sul, que é o maior produtor do país

A maior parte do arroz produzido nessa região é por meio de irrigação. Diferentemente do Rio Grande do Sul, em Santa Catarina a maioria do cultivo desse grão é feita por pequenos agricultores e utiliza técnicas mais sustentáveis

Com o melhoramento genético de suínos, essa região se tornou uma grande produtora da categoria devido a exigências do consumidor por uma carne com menos gordura

Atualmente, os três estados dessa região são os que mais possuem suínos no país, liderados por Santa Catarina e seguidos pelo Rio Grande do Sul e Paraná.

Além de ser a maior produtora de carne suína do país, a região se destaca nas produções de: arroz – maçã – soja – uva – trigo

Região Sudeste

No estado de São Paulo, o setor agropecuário se destaca pela produção de frango, cana e laranja. Em Minas Gerais está a maior geração nacional de leite de vaca

O Espírito Santo é responsável por fornecer 20% do café nacional. Já o Rio de Janeiro possui uma produção razoável de mandioca.

O Sudeste produz 50% da cana-de-açúcar do Brasil e lidera as produções de: café – feijão – laranja

A elevada produção de cana-de-açúcar nessa região remete ao período colonial, já que esta cultura foi, por muito tempo, a base da economia do Brasil Colônia

Atualmente, além da produção do açúcar de mesa, grande parte da cana é utilizada para a fabricação de etanol, que é liderada pelo estado de São Paulo.

Podemos perceber que há uma relativa diversidade de alimentos produzidos nessas regiões, mas, ao mesmo tempo, há o predomínio de monoculturas, como a soja e a cana-de-açúcar, que representam sobretudo interesses comerciais

Você fazia ideia desses resultados? Quais alimentos você acha que são mais produzidos onde você mora?



Post por Gabi Manzini (@gabi_pman) e Alisson Machado (@alissondmach).

Cluster B - MISFS-R (Apresentação (169))

Como é o sistema alimentar das regiões sul e sudeste?

O Índice Multidimensional de Sistemas Alimentares Sustentáveis Revisado para o Brasil (MISFS-R) é uma ferramenta desenvolvida para avaliar a sustentabilidade dos sistemas alimentares no contexto brasileiro

A sua versão mais recente, publicada em 2022, é composta por 46 indicadores divididos nas 4 dimensões dos sistemas alimentares – ambiental, social, econômica e nutricional

Com o objetivo de encontrar similaridades entre os estados do país, as autoras do estudo conduziram uma análise de cluster, agrupando-os de acordo com aspectos semelhantes

Foram formados 4 grupos de estados com características comuns para cada dimensão. Neste post, vamos analisar os resultados das Regiões Sul e Sudeste

Em relação à dimensão ambiental, o grupo formado pelos estados dessas regiões apresentou melhor cenário para a disponibilidade de água da chuva para a produção de alimentos em comparação aos demais. Entretanto, apresentou maior uso de terra e de agrotóxicos na agricultura
A dimensão social dessas regiões teve como ponto positivo o melhor acesso físico e financeiro aos alimentos

Porém, foi identificada uma maior desigualdade de gênero e de raça/cor de pele nos cargos de gestão das propriedades rurais. Além disso, neste grupo houve o segundo maior número de notificações de intoxicação por agrotóxicos

Na dimensão econômica, os pontos positivos foram o melhor acesso a maquinários e infraestrutura, e também o maior número de agricultores que são auxiliados por cooperativas. Por outro lado, nestas regiões a cesta básica teve o seu maior preço.

Já em relação à dimensão nutricional, nas Regiões Sul e Sudeste foi verificada uma menor prevalência de desnutrição crônica e de doenças relacionadas à alimentação. Outro ponto positivo foi a maior diversidade alimentar presente nos estados deste grupo

Dentre os grupos identificados, este foi o que apresentou o cenário mais favorável, pois quatro dos sete estados que o compõem tiveram os melhores desempenhos no índice

Uma das razões que podem justificar esse resultado é que este grupo é formado pelos estados com maior industrialização e contribuição para o PIB do país.

Apesar do bom desempenho, estes estados apresentaram o maior uso de agrotóxicos e o segundo maior número de intoxicações pelo seu uso

Frente a este cenário, é importante a promoção de ações direcionadas para combater o uso indiscriminado destes produtos, ainda mais levando-se em consideração que o Brasil é o país que mais utiliza agrotóxicos no mundo



Post por Roberta Cronemberger (@roberta_cronemberger), Letícia Maximiano (@leticia.maximiano) e Alisson Machado (@alissondmach).

Livros - Feira da UNESP (Apresentação (169))

16 obras sobre alimentação, sistemas alimentares e sustentabilidade

Começou hoje, 12/04, a V Feira do Livro da Unesp. Pensando nisso, separamos 16 obras sobre alimentação, sistemas alimentares e sustentabilidade que estão no evento!

Todos os livros estão com pelo menos 50% de desconto na versão presencial e 40% na virtual. A feira vai até o próximo domingo, então não deixe a oportunidade passar!

A epopeia da comida: uma breve história da nossa alimentação

Jacques Attali
Vestígio (Autêntica)

A questão ambiental na América Latina

Leila da Costa Ferreira
Editora Unicamp

Antropoceno ou capitaloceno? Natureza, história e a crise do capitalismo

Jason W. Moore
Editora Elefante

Brasil bom de boca: temas de antropologia da alimentação

Raul Lody
Editora Senac

Cidades e soluções: como construir uma sociedade sustentável

André Trigueiro
LeYa Brasil

Formação política do agronegócio

Caio Pompeia
Editora Elefante

História das agriculturas no mundo: do Neolítico à crise contemporânea

Marcel Mazoyer e Laurence Roudart
Editora Unesp

Infraestrutura para o desenvolvimento sustentável da Amazônia

Ricardo Abramovay
Editora Elefante

Meios de vida sustentáveis e desenvolvimento rural

Ian Scoones
Editora Unesp

Nutricionismo: a ciência e a política do aconselhamento nutricional

Gyorgy Scrinis
Editora Elefante

O Bem Viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos

Alberto Acosta
Editora Elefante

Pandemia e agronegócio: doenças infecciosas, capitalismo e ciência

Rob Wallace
Editora Elefante

Slow food: bom, limpo e justo

Carlo Petrini
Editora Senac

Uma ecologia decolonial: pensar a partir do mundo caribenho

Malcom Ferdinand
Ubu

Uma verdade indigesta: como a indústria manipula a ciência do que comemos

Marion Nestle
Editora Elefante

Maiores informações podem ser obtidas na conta @feiradolivrodaunesp ou no site oficial do evento.



Endereço: Rua Dr. Bento Teobaldo Ferraz, 271, Barra Funda, São Paulo-SP

Sustentarea Explica Ep 03 (Vídeo para post para Instagram)

Sustentarea Explica | (S)istemas Alimentares

Sustentarea Explica

(S)istemas Alimentares

Sistemas Alimentares… Você sabe o que são? No terceiro episódio da série Sustentarea Explica nos debruçamos sobre esse tema complexo, que envolve diversas áreas do conhecimento, organizações, infraestrutura e pessoas.

Os Sistemas Alimentares possuem diferentes modelos, que se transformam ao longo do tempo e envolvem criação e fortalecimento de políticas públicas e toda a cadeia de produção, distribuição, comercialização e consumo de alimentos. 

Os modelos são definidos, muitas vezes, por interesses corporativos, como o mercado massivo de alimentos ultraprocessados, que são agravantes das crises globais de fome, obesidade e mudanças climáticas, definida como Sindemia Global, tema do primeiro episódio da série especial Sustentarea Eco, lançado no mês de março. 

Aperta o play!

Quer saber mais?

ACESSE OS LINKS:

Referências

1Livro: Philip McMichael. Regimes alimentares e questões agrárias. Tradução de Sonia Midori.1. Ed. São Paulo: Editora Unesp e UFRGS, 2016.

2. Livro: Marion Nestle. Unsavory Truth: How Food Companies Skew the Science of What We Eat. 1st ed. Basic Books, 2018.

3. Livro: Orgs. Paulo André Niederle e Valdemar João Wesz Junior. As novas ordens alimentares. 1 ed, Porto Alegre: UFRGS, 2018 | lume.ufrgs.br/handle/10183/213226

Outros materiais

FAO. The State of Food and Agriculture 2021: Making agrifood systems more resilient to shocks and stresses, 2021. Disponível em: Rome, FAO
| www.fao.org/documents/card/en/c/cb447 

Materiais Sustentarea

Post Sustentarea: O que são Sistemas Alimentares | www.instagram.com/p/Cor5GOlOeLg/

Episódio também em vídeo, assista!

Ficha Técnica

O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea,  núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Coordenação

Nadine Marques

Apresentação

Pâmela di Christine

Apoio à pauta, roteiro e pesquisa

Patrícia Mello, Nadine Marques e Aline Martins de Carvalho.

Edição de áudio

Mariana Ting

Locução de vinhetas e Trilhas sonoras

Daniela Vianna e Fernando Kuraiem

Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi, Gabbi Mahfuz
e Katharina Cruz

Sistemas alimentares 0604

Como tornar os sistemas alimentares e a alimentação mais sustentáveis?

Várias características fazem com que o sistema alimentar predominante seja insustentável, como a concentração de terras, a produção de monoculturas, o uso excessivo de água e solo, a utilização de agrotóxicos e transgênicos, o desperdício e as longas distâncias entre quem produz e quem consome, causando um impacto ambiental elevado.

É possível tornar os sistemas alimentares mais sustentáveis antes mesmo da produção de alimentos! Um exemplo é a distribuição mais justa de terras, que é bastante desigual no Brasil. O incentivo à agricultura familiar é igualmente importante, já que esta possui pontos positivos como a utilização mais sustentável do solo e a produção de uma maior diversidade de alimentos

Uma agricultura de base agroecológica, ou seja, que possui princípios como a preservação da terra, a manutenção da biodiversidade, e a ausência do uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos, é fundamental para a promoção de um sistema alimentar mais sustentável. Para tanto, devem ser facilitados aos produtores agroecológicos o acesso a serviços financeiros e à assistência técnica adequada

A sustentabilidade não para na produção: na indústria, podemos citar como práticas mais saudáveis e sustentáveis a manutenção de nutrientes e um processamento mínimo que garanta que os alimentos cheguem em condições adequadas aos consumidores. Por outro lado, o ultraprocessamento deve ser evitado, considerando seu impacto no meio ambiente e na saúde humana

Tornar as cadeias de consumo mais curtas também é outra prática sustentável, tanto do ponto de vista ambiental quanto socioeconômico. Isso porque é possível reduzir a distância entre os pequenos produtores e o consumidor, tornando o impacto ambiental do transporte menor e estimulando a economia local e o comércio justo

Mudar aquilo que comemos é igualmente indispensável.

Um ponto de destaque é a redução da ingestão de carne vermelha e processada. A carne é, de longe, uma das campeãs na emissão de gases de efeito estufa, causada tanto pelo desmatamento quanto pelo próprio gado – são emitidos quase 45 kg de equivalentes de CO2 para a produção de apenas 1 kg de carne

Por outro lado, um maior consumo de frutas, legumes, verduras, grãos integrais e feijões deve ser estimulado. Além de esses alimentos fazerem parte de uma alimentação saudável, o impacto ambiental de sua produção é até 5 vezes menor em relação à carne. Apesar disso, nem 25% dos brasileiros atingem a recomendação de 5 porções de frutas e vegetais ao dia

A redução do desperdício também é fundamental, já que cerca de 30% dos alimentos produzidos são perdidos ou desperdiçados. Para se ter uma ideia, esse montante poderia alimentar aproximadamente 2 bilhões de pessoas em todo o mundo. Também é importante considerarmos que, quando um alimento é desperdiçado, todos os recursos naturais utilizados em sua produção também o são.

Essas são algumas das ações que devem ser promovidas para que possamos ter sistemas alimentares mais justos, saudáveis e sustentáveis. Longe de esgotarmos o tema, entendemos que isso só é possível com a articulação entre a sociedade, governo, indústria e organizações sociais.

Apesar de complexas, essas mudanças são indispensáveis e não podem ser adiadas!



Post por Alisson Machado (@alissondmach).

Post Lançamento Instagram_Curso de formação EAN (Apresentação (169))

Curso de formação de professores

A saúde planetária se trata do entendimento de que a vida de todos os seres vivos e o meio ambiente estão intimamente ligados, ou seja, a ação humana impacta os ecossistemas naturais que, por sua vez, também influenciam a maneira como vivemos.

É sobre isso que o Sustentarea irá abordar no curso lançado na última segunda, 03/04, voltado aos professores da Prefeitura de Águas de Lindóia, com foco na relação entre saúde planetária e alimentação sustentável.

Trata-se de um piloto e, após avaliação do grupo de trabalho, o curso poderá ser ampliado para outros públicos. As novidades serão divulgadas nas nossas redes, portanto, não deixe de nos acompanhar!

Podcast Ep 02 Instagram Post

#02 | Sistemas alimentares tradicionais

episódio #02

Sistemas alimentares tradicionais do Brasil

As transformações pelas quais os sistemas alimentares do mundo todo passaram, especialmente a partir da Revolução Verde, que trouxe o aumento da produtividade por meio da monocultura e utilização de agrotóxicos em grande escala; e do surgimento e abundância de produção e consumo de ultraprocessados, que causam o adoecimento de pessoas no mundo inteiro, nos levam a um retorno aos saberes tradicionais para reaprender e promover uma alimentação mais sustentável.

Diante da necessidade de encontrar novos caminhos a partir da sabedoria ancestral, o segundo episódio principal do podcast Comida que Sustenta mergulha nos sistemas alimentares tradicionais brasileiros

Aperta o play!

episódio #02

CONVIDADAS & CONVIDADOS

O Encontro Sustentarea do mês contou com a participação especial:

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Jennifer Tanaka

Doutoranda e Mestre em Ciências Sociais pela UFRRJ – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; Nutricionista pela USP; Mentora do Sustentarea

Jenny Indica:

Capítulo “Movimentos sociais e sistemas alimentares mais justos e sustentáveis” de Jennifer Tanaka e Inara Nascimento, presente no livro “Sistemas alimentares e alimentação sustentável” das orgs. Aline Carvalho e Dirce Marchioni, Ed. Manole (link para editora)

Marcha das margaridas (Instagram) e Marcha das mulheres indígenas (site)

• 4º feira nacional da reforma agrária entre os dias 10 e 14 de maio no Parque da Água Branca em São Paulo/SP (notícia)

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Cristina Potiguara

Formada em Hotelaria pela Universidade Federal da Paraíba; Mestra em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e membra da Organização da Juventude Indígena Potiguara da Paraíba e da Articulação das Mulheres Indígenas na Paraíba

Cristina Indica:

• Dissertação de mestrado em Antropologia social de Philippe Hanna de Almeida de Oliveira. Comida forte e comida fraca: alimentação e fabricação dos corpos entre os Kaingáng da terra indígena Xapecó (Santa Catarina, Brasil) 2009 (link para o documento)

 

Apresentação

Mariana Hase Ueta
Socióloga, doutora em Ciências Sociais (UNICAMP). Pesquisadora da Wageningen University & Research na Holanda.

Apresentação

Pâmela di Christine
Graduada em Nutrição pela Faculdade de Saúde Pública da USP e Mestranda em Políticas Públicas na UNILA.

E aí, bora cozinhar?

nhoque de mandioca

ingredientes

Modo de preparo

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nhoque de mandioca

ingredientes

Modo de preparo

Nutricionista, Mestre em Saúde Pública pela FSP/USP e Colíder do grupo Vivências Biodiversas | Sustentarea.

Indicações

Mari Indica: “Cartinha da rainha”, uma publicação mensal do Sustentarea desenvolvida pelo grupo Alimentação Brasileira Mandioca | cartinhadarainha.substack.com/p/coming-soon

Pam Indica: Segundo episódio da primeira temporada sobre a mandioca | (link do episódio no spotify)

Episódio também em vídeo, assista!

Ficha Técnica

O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea,  núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Coordenação

Nadine Marques

Apresentação

Mariana Hase Ueta e Pâmela di Christine

Apoio à pauta, roteiro e pesquisa

Nadine Marques, Mariana Hase Ueta e
Pâmela di Christine

Curadoria de receitas

Danielle Freitas 

Edição

Mariana Ting

Locução de vinhetas

Daniela Vianna

Trilhas sonoras

Daniela Vianna e Fernando Kuraiem

Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi, Gabbi Mahfuz
e Katharina Cruz

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Como chegamos até os Sistemas Alimentares atuais?

Nem sempre produzimos comida como nos dias de hoje. A partir dos anos 1960, com a Revolução Verde, a produção de alimentos e o próprio ato de comer sofreram inúmeras transformações em nível mundial.

Mas por que a Revolução Verde causou tantas mudanças? E quais são as implicações delas para a sustentabilidade dos sistemas alimentares?

Foram estas perguntas que respondemos nesta parceria! Confira como chegamos nos sistemas alimentares atuais e o motivo de eles serem insustentáveis.

O modelo de produção de alimentos predominante foi construído sob forte influência da teoria proposta por Thomas Malthus, que defendia que a população mundial cresceria mais rápido do que a produção de alimentos, ou seja, em determinado momento faltaria comida suprir as necessidades de todas e todos

Impulsionado pela teoria malthusiana, o setor agrícola teve forte avanço com a Revolução Verde, que ocorreu a partir dos anos 1960. Ela se caracterizou pela produção massiva de alimentos devido ao emprego de tecnologia avançada e pelo uso de sementes modificadas e agrotóxicos

Assim, surgiu a agricultura convencional, que é caracterizada pela concentração de terras, produção de commodities, elevado uso de recursos naturais e emprego de transgênicos e agrotóxicos. Somada à pecuária, esse modelo produtivo causa elevado impacto ambiental, decorrente tanto da produção de alimentos quanto do desmatamento

Esse modelo de produção se reflete da mesma forma no processamento de alimentos, que é caracterizado pela retirada de nutrientes e refinamento dos grãos e da cana-de-açúcar. Isso não é tudo, já que os alimentos ultraprocessados, em que são adicionados sal, açúcar, gorduras e aditivos, estão cada vez mais presentes no dia a dia das pessoas

Desde a produção até a distribuição, o sistema alimentar se caracteriza também pelo elevado desperdício de recursos naturais e dos próprios alimentos produzidos, que percorrem grandes distâncias e chegam com preços mais elevados ao consumidor. Outro ponto de destaque é a valorização das grandes redes varejistas em detrimento dos pequenos produtores
O consumo de alimentos costuma ser igualmente insustentável e não saudável.

A elevada ingestão de carnes e de ultraprocessados, como fast food, bolachas, salgadinhos, doces e refrigerantes, bem como o baixo consumo de frutas, legumes, verduras e grãos integrais, afetam a saúde humana, além de desvalorizarem a cultura e o potencial da biodiversidade.

A insustentabilidade do sistema alimentar se reflete também no desperdício de alimentos em nível doméstico e na insegurança alimentar. Segundo pesquisa da Embrapa, a média de desperdício por família foi de 128,8 kg de comida por ano. Por outro lado, dados do II VIGISAN mostraram que, em 2022, 33,1 milhões de brasileiros estavam enfrentando a fome

Isso é um paradoxo, já que o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Apesar disso, é importante levarmos em consideração que a produção de commodities, como a soja, tem aumentado, enquanto a participação da agricultura familiar tem diminuído. Com isso, se produz mais para outros fins que não a alimentação humana.

Mas essa não é a única explicação para o aumento da fome. Outros fatores relacionados à insustentabilidade do sistema alimentar afetam o acesso aos alimentos. E isso nos remete ao primeiro ponto levantado neste post: o problema da fome é, de fato, decorrente apenas do crescimento populacional?

O modelo de produção de alimentos atual se justifica, já que ele sequer consegue garantir a segurança alimentar e nutricional?

 

Post por Gabi Manzini (@gabi_pman) e Alisson Machado (@alissondmach).

 

 

Referências:
Martinelli SS, Cavalli SB. Alimentação saudável e sustentável: uma revisão narrativa sobre desafios e perspectivas. Ciênc Saúde Coletiva. 2019;24(11):4251-61.

Machado AD, Estevez D. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e sistemas alimentares. In: Marchioni DML, Carvalho AM. Sistemas alimentares e alimentação sustentável. Santana de Parnaíba: Manole; 2022. p. 44-54.


Porpino G, Lourenço CE, Araújo CM, Bastos A. Intercâmbio Brasil – União Europeia sobre desperdício de alimentos: relatório final. Brasília: Embrapa; 2018.
Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.

II Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. São Paulo: Rede PENSSAN; 2022.

Chamma A, Barretto A, Guidotti V, Palmieri R. Produção de alimentos no Brasil: geografia, cronologia e evolução. Piracicaba: Imaflora; 2021.