Você já ouviu falar em biodiversidade alimentar? Sabia que ela desempenha um papel importante na garantia da segurança alimentar e nutricional?
Foi sobre isso que pesquisadores do Sustentarea e do LabNutrir, em parceria com diversos estudiosos, escreveram no artigo publicado recentemente na revista Ethnobiology and Conservation.
Veja os principais pontos do manuscrito, que pode ser acessado gratuitamente no site da revista (referencia no final).
Afinal, o que é biodiversidade alimentar?
A biodiversidade inclui todas as formas de vida, como plantas, algas, fungos e animais, que habitam diferentes ecossistemas, como o terrestre e o marinho.
A biodiversidade alimentar, portanto, diz respeito às formas de vida que contribuem direta ou indiretamente para a produção de alimentos e para a alimentação de diferentes populações humanas.
Como a biodiversidade contribui para a segurança alimentar e nutricional?
Redução de emissão de gases de efeito estufa da produção de alimentos
Estabilidade na oferta de alimentos
Fortalecimento e preservação do conhecimento tradicional indígena
Diminuição da monotonia alimentar
Apesar de importante para a garantia da segurança alimentar e nutricional, a biodiversidade alimentar ainda é negligenciada e subutilizada. Logo, o desenvolvimento de estratégias para explorar o potencial da biodiversidade de forma sustentável deve ser estimulado
Quais as estratégias para explorar o potencial da biodiversidade?
O que poderia ser consumido em uma alimentação biodiversa?
Plantas alimentícias não convencionais (PANC)
Cogumelos comestíveis
Carnes de caça (em casos específicos)
Algas comestíveis
Peixes nativos
Essas estratégias podem ser aplicadas de forma geral, mas o uso sustentável de carne de caça é indicado para populações em situação de vulnerabilidade e sob maior risco de deficiência de nutrientes
Essa já é uma realidade em algumas partes do mundo, principalmente entre povos indígenas e comunidades locais
Confira o artigo aqui:
Jacob M, Souza AM, Carvalho AM, Vasconcelos Neto CFA, Tregidgo D, Hunter D, et al. Food biodiversity as an opportunity to address the challenge of improving human diets and food security. Ethnobio Conserv. 2023;12(5):1-14.
No último post, falamos sobre os sistemas alimentares, o universo complexo no qual estão inseridos, e como podem se apresentar em diferentes modelos… Mas quais seriam esses modelos?
Hoje vamos falar sobre sistemas alimentares urbano-regionais, suas características, contextos e, principalmente, implicações na sociedade e meio ambiente.
Venha conferir conosco!
A população não tem apenas aumentado… ela mudou de perfil: se antes era predominantemente rural, hoje sua tendência é ser cada vez mais urbana. Essa urbanização alterou diversos aspectos da sociedade, incluindo os sistemas alimentares.
Pós urbanização, os sistemas alimentares estão mais globalizados, com um controle muito centralizado e com número menor de atores no processo de produção
OU SEJA…
Poucas, porém grandes redes, controlam a produção mundial de alimentos, que ocorre de forma crescente
Desfechos dessa urbanização em massa
Existe um grande descompasso entre os processos de desenvolvimento rural e urbano, apesar dessas áreas serem ligadas por uma espécie de sistema de trocas
Apesar desse cenário de troca, ocorre o prevalente domínio do modelo urbano devido a sua concentração de recursos e capital, mantendo assim a relação desigual
Esse é um chamado para uma governança participativa e que envolve diversos atores interessados – sejam da cidade ou locais. É necessário repensar formas de estabelecer um processo de desenvolvimento mais harmonioso e equitativo entre os sistemas alimentares urbano-regionais
Como buscar harmonia nessa relação?
UNIR SABERES
Integrar diferentes pensamentos e práticas sobre sistemas alimentares urbano-regionais
FOCO NA SAÚDE
Compromisso de acabar com a fome, propondo equidade no acesso à comida e combatendo o desperdício
PENSAR POLÍTICAS
Segundo contexto de cada local, estudar e aplicar políticas públicas que promovem equilíbrio
ODS 11
“Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, fortes e sustentáveis”
Se você nos acompanha há algum tempo, com certeza já leu ou ouviu o termo “sistema alimentar”.
Afinal, o que isso significa? Role para baixo e entenda mais!
Os sistemas alimentares envolvem todos os processos e atores envolvidos na produção, transporte, distribuição, armazenamento, venda, compra e consumo de alimentos, incluindo perdas e desperdício
Também englobam fatores que influenciam todos os seus componentes, como aspectos políticos, socioeconômicos e ambientais, e os desfechos e impactos gerados por todo o sistema.
Os desfechos e impactos causados pelos sistemas alimentares podem ser positivos ou negativos, e dependem da sustentabilidade do que é produzido e de que maneira, além de como as pessoas acessam e consomem os alimentos.
FATORES INFLUENCIADORES (“DRIVERS”)
Veja abaixo como se dá essa relação:
DESFECHOS
SEGURANÇA ALIMENTAR: Acesso aos alimentos em quantidade e qualidade suficientes
DIETA: Padrões de alimentação e Consumo de nutrientes
Esses desfechos representam o resultado do sistema alimentar, ou seja, o quanto e o que comemos (ou não) é influenciado por todos os fatores descritos anteriormente
A carne, sobretudo a bovina, costuma ser bastante valorizada pela população brasileira.
A sua ingestão deve ser motivo de reflexão, afinal, a produção de carne tem um impacto ambiental considerável. Outra questão diz respeito a quem pode consumir esse alimento, uma vez que o Brasil é um país extremamente desigual.
Pensando nisso, pesquisadoras do Sustentarea analisaram os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2008-2009 e 2017-2018 e identificaram características do consumo de carne e sua associação com renda, além do impacto ambiental.
Veja abaixo os resultados do artigo!
A ingestão média de carne da população brasileira aumentou entre 2008 e 2017 – de 86 g/1000 kcal para 96 g/1000 kcal, segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares
Esse consumo, que é excessivo, se torna mais alarmante se analisarmos os diferentes tipos de carne. Veja o infográfico a seguir!
A carne bovina foi a mais consumida pelos brasileiros, representando quase 50% do total. Além disso, houve aumento da ingestão de carne suína e de carnes processadas.
Vale lembrar que o consumo elevado de carne vermelha (bovina e suína) e processada tem sido associado ao surgimento de alguns tipos de câncer
O quanto se paga pela carne no Brasil é bastante desigual. Vamos tomar como exemplo a carne bovina
As famílias brasileiras que recebiam até ½ salário-mínimo/pessoa gastaram cerca de 5% da renda para comprar apenas 1 kg de carne, enquanto as famílias com mais de 4 salários-mínimos/pessoa utilizaram 0,3% da renda para comprar a mesma quantidade
E sequer se trata do mesmo preço por kg, já que em 2017 as famílias mais pobres pagaram em média R$ 14,55 por 1 kg de carne, enquanto as de maior renda pagaram R$ 21,36
Isso indica que as famílias mais ricas compraram cortes mais nobres quando comparadas com as famílias mais pobres. Ainda assim, o custo da carne em relação à renda foi menor para quem tinha mais dinheiro
Outro ponto de destaque é o impacto ambiental causado pela carne
Segundo estimativa, 86% de todos os gases de efeito estufa emitidos pela dieta do brasileiro são provenientes das carnes, sendo a bovina a de maior impacto ambiental
Referência: Hase Ueta M, Tanaka J, Marchioni DML, Verly Jr E, Carvalho AM. Food sustainability in a context of inequalities: meat consumption changes in Brazil (2008–2017). Environ Dev Sustain. 2023.
O ato de comer para além de sua função biológica é um fato cultural dos mais expressivos e universais e por onde dialogam diversos domínios da vida social e política. Dos modos de obtenção e preparo dos alimentos ao compartilhar das refeições temos práticas e saberes repletos de significados, que nos distinguem e nos constituem e por onde reproduzimos memórias, tradições e identidades em disputa. Estes saberes e práticas podem explicar como o ser humano é parte intrínseca da natureza conformando uma diversidade biocultural viva e em constante re-criação, que vai desde a ancestral domesticação de plantas alimentícias até as mais contemporâneas inovações gastronômicas e nutricionais a partir de matérias-primas tradicionais. Ou seja, são resultados de repasses seculares de conhecimentos, mas também de muitas experimentações.
Nos últimos anos a hashtag #comidaépatrimonio passou a frequentar as redes sociais no Brasil. Não por acaso, o nome dado à campanha que o Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN) realiza desde 2015 na “luta pelo respeito e valorização das culturas alimentares” se traduz atualmente em diversos patrimônios culturais legalmente protegidos pelo Estado brasileiro. Esta proteção se dá através do Registro do Patrimônio Imaterial do Brasil, instrumento legal operado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde o ano de 2000 a partir de um decreto presidencial que tem origem na Constituição Federal de 88. A Política Federal de Salvaguarda para o Patrimônio Imaterial do Brasil vem na esteira do questionamento da noção hegemônica de patrimônio cultural em nível global, reivindicada por países e grupos sociais da periferia do mundo. Ao se colocar à prova os patrimônios “consagrados” que são representantes de narrativas históricas das elites, abriu-se espaço para novas categorias para as políticas patrimoniais como as de patrimônio imaterial, patrimônio biocultural e patrimônio alimentar. Através destas abordagens surgem também outras práticas de preservação, mais democráticas e apropriadas ao cuidado com expressões culturais vivas e dinâmicas. Patrimônios não apenas relacionados a uma nostalgia do passado, mas à uma relevância no tempo presente com projeções a um futuro possível, com justiça socioambiental e respeito às diversidades. Patrimônios diretamente ligados ao bem-viver no século XXI, que conectam a ancestralidade às demandas do tempo presente.
As receitas culinárias, assim como espécies vegetais ou animais não são consideradas em si mesmas como objetos para a patrimonialização na política federal do Brasil. Considera-se que o valor patrimonial de um bem ligado à alimentação não está em um prato típico ou variedade agrícola mas nos significados que lhes são atribuídos. Estão nos processos e não nos produtos. Também não são reconhecidos alimentos segundo padrões de autenticidade e originalidade ou tipicidade, mas como saberes e fazeres construídos nos processos de sobrevivência, de apropriação e transformação dos recursos naturais. Ou seja, para se tornarem Patrimônio Cultural do Brasil, as receitas e produtos alimentícios devem fazer parte de sistemas culturais complexos, sejam eles com foco na agricultura e/ou culinária.
Todas estas mudanças conceituais e operacionais no olhar para o patrimônio cultural fazem parte de um processo histórico recente no país, assim como em nível internacional. Foi apenas em 2009, com o registro do Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro (AM) à partir de uma demanda da Associação de Comunidades Indígenas do Médio Rio Negro (ACIMRN) que se inaugurou a abordagem dos “Sistemas Agrícolas Tradicionais” no âmbito da políticas públicas no Brasil. A experiência foi replicada em 2018 com o registro do SAT das Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira e em 2020, o Brasil teve o primeiro reconhecimento no Programa Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM) da Organização das Nações Unidas para alimentação e agricultura (FAO/ONU) com o Sistema Agrícola Tradicional das Comunidades Apanhadoras de Flores Sempre Viva da Serra do Espinhaço Meridional (MG), processo que contou com uma colaboração entre o Iphan e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O desafio de se preservar estas expressões bioculturais ligadas à sistemas alimentares está nos complexos riscos a que estão expostos cotidianamente os guardiões e guardiãs desses patrimônios no Brasil. São comunidades tradicionais que se encontram em processo de cercamento e conflitos fundiários para garantia da terra e território, vítimas de violações de direitos e racismo ambiental e estrutural e pressionadas por empreendimentos privados do setor energético, da mineração e agronegócio, geralmente apoiados pelo estado. O estado também torna-se inimigo através da implantação de unidades de conservação da natureza de proteção integral insensíveis à importância destas populações para a conservação destes territórios e que limitam suas práticas culturais e de sobrevivência.
Uma das estratégias inovadores de salvaguarda destes patrimônios alimentares com o protagonismo das comunidades que os detém são os Inventários Participativos da Cultura Alimentar Slow Food, metodologia direcionada ao trabalho com povos e comunidades tradicionais que vem sendo desenvolvida e aplicada pela Associação Slow Food do Brasil, organização que representa o movimento Slow Food no país. Em 2022 foram lançadas de forma pioneira as primeiras experiências de inventariamento com este olhar sistêmico, participativo e decolonial, juntamente com o Povo Tremembé da Barra do Mundaú e Povo Tabajara do Sertão dos Inhamuns, ambos do Ceará. As publicações, coordenadas por especialistas e ativistas do movimento Slow Food no Brasil e escritas pelos próprios indígenas com foco em mulheres e juventudes estão disponíveis para o público no site do Slow Food Brasil (abaixo).
Salve os guardiões e guardiãs dos patrimônios culturais alimentares do Brasil! #comidaé patrimônio
Esse texto foi generosamente elaborado por:
Gabriella Pieroni
Historiadora, educadora popular e pesquisadora em patrimônio cultural agroalimentar e se considera uma cria do movimento Cultura Viva. Atualmente é doutoranda em Sociedade e Cultura: história, antropologia, arte e patrimônio na Universidade de Barcelona (UB) onde pesquisa a salvaguarda dos sistemas agrícolas tradicionais no Brasil. Atua como ativista e diretora da Associação Slow Food do Brasil, consultora em Como Culturas – patrimônio alimentar e membro do núcleo de projetos da Vagaluzes Filmes.
O termo nutricídio foi criado na década de 90, mas ainda é pouco familiar. Você já o conhecia?
Apesar do recorte de raça/cor de pele que existe por trás do termo, no Brasil também podemos aplicá-lo aos povos indígenas. A atual crise humanitária e de saúde que aflige o povo Yanomami, por exemplo, é a expressão máxima do nutricídio.
O termo foi criado pelo médico americano Llaila Afrika, autor do livro Nutricídio: a destruição nutricional da raça negra (tradução literal), publicado em 2013 e ainda sem versão em português
O nutricídio se refere à dificuldade ou falta de acesso a alimentos saudáveis e que deveriam fazer parte da cultura alimentar, incluindo as consequências que isso traz à saúde.
O termo é complementado por um recorte de raça – pessoas negras são as mais afetadas devido a uma série de fatores
Um dos pontos levantados pelo autor é a cultura imposta pelos colonizadores dos países africanos, o que afetou, inclusive, a alimentação desses povos, afastando-os de sua cultura alimentar. No Brasil isso não foi diferente!
Dentre essas mudanças podemos citar o amplo uso de farinha, sal e açúcar na alimentação
Outro ponto relevante é o fato de pessoas negras terem um maior acesso a alimentos de baixo valor nutricional, como os ultraprocessados, em detrimento daqueles in natura e minimamente processados, como frutas, legumes e verduras
O racismo estrutural é a grande causa por trás desse cenário.
No Brasil podemos citar dois exemplos:
Exemplo #1
Exemplo #2
Exemplo #1
Pessoas negras, em geral, ainda possuem menor renda e escolaridade, reflexo dos séculos de escravidão. Com menor poder de compra, há a dificuldade na aquisição de alimentos mais saudáveis
Exemplo #2
Nas periferias das cidades, regiões de desertos e pântanos alimentares, geralmente vivem mais pessoas negras.
DESERTOS ALIMENTARES: são regiões em que há poucos locais (ou nenhum) para a compra de alimentos saudáveis
PÂNTANOS ALIMENTARES: são regiões em que há grande oferta de alimentos não saudáveis, como os ultraprocessados
Na cidade de São Paulo, por exemplo, nos distritos em que há desertos alimentares, como Anhanguera e no extremo sul, a porcentagem de moradores negros variou entre 48,8 e 60,1% no Censo Demográfico de 2010
Em Moema, bairro nobre, esse percentual foi de apenas 5,8%
Observe os mapas e veja essa relação:
A alimentação de pior qualidade, por sua vez, tem um impacto direto na saúde.
O consumo elevado de ultraprocessados, por exemplo, tem sido associado à obesidade e diversas doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e câncer, impactando diretamente a qualidade de vida e o número de anos vividos – daí o termo nutricídio!
Um artigo científico publicado recentemente revista científica Food Control por pesquisadores do Brasil e da Espanha mostrou a presença de agrotóxicos em papinhas industrializadas voltadas para a alimentação infantil.
As papinhas avaliadas no estudo foram adquiridas em Campinas, São Paulo. Contudo, por se tratarem de um alimento industrializado, é provável que os achados sejam semelhantes nas papinhas de mesma marca comercializadas em outras cidades.
Confira os resultados abaixo!
No estudo, os autores avaliaram 50 papinhas industrializadas, tanto salgadas quanto doces, e identificaram pelo menos um resíduo de agrotóxico em 68% delas
A presença de resíduos de agrotóxicos foi maior nas papinhas salgadas (à base de carnes, vegetais e/ou cereais), chegando a 85%, enquanto foi de 47% nas papinhas doces (à base de frutas).
No geral, a quantidade de resíduos encontrados foi baixa, estando dentro do estabelecido na Europa – no Brasil não uma há legislação específica para tal
Contudo, uma das papinhas possuía resíduos de agrotóxicos acima do permitido.
E há um achado igualmente preocupante. Em uma segunda etapa, os autores rastrearam a presença de agrotóxicos, mas sem avaliar a quantidade presente, e identificaram um metabólico do aldicarbe em três papinhas salgadas
O aldicarbe, conhecido popularmente como chumbinho, é um agrotóxico altamente tóxico banido no país desde 2012.
A presença de seu metabólito nas papinhas indica que essa substância está sendo usada irregularmente, o que é preocupante considerando a periculosidade da exposição aguda a esse veneno
Post por Alisson Machado
Referência: Prata R, López-Ruiz R, Petrarca MH, Godoy HT, Frenich AG, Romero-González R. Targeted and non-targeted analysis of pesticides and aflatoxins in baby foods by liquid chromatography coupled to quadrupole Orbitrap mass spectrometry. Food Control. 2022;139:109072.
2023 mal começou e já estamos na primeira sexta-feira 13 do ano.
Obviamente isso não passa de superstição, mas não podemos deixar esse dia passar sem mostrar dados que deveriam assustar mais do que qualquer história de terror.
Veja abaixo alguns fatos sobre o sistema alimentar brasileiro que são dignos do dia de hoje!
Em 2021, o sistema alimentar brasileiro emitiu quase 1,8 bilhão de toneladas de gases de efeito estufa na atmosfera. Esse valor é a soma do emitido pela agropecuária e o desmatamento, e representa 77,3% do total do ano considerando todos os setores
Fonte: SEEG/Observatório do Clima
Foram desmatados 12.203 km² da Amazônia Legal apenas em 2022. O Pará é o estado campeão, responsável por 36,3% do total desmatado. O Amazonas vem em segundo lugar, com 24,4% do total.
Fonte: PRODES/INPE
Nos últimos 4 anos, foram desmatados 1576,1 km² de terras indígenas, sendo que a Apyterewa, em São Félix do Xingu (PA), foi a maior afetada, com um acumulado de 319,4 km². A invasão por grileiros, visando a expansão da criação de gado, explica boa parte desses dados
Fonte: PRODES/INPE
De janeiro de 2019 a junho de 2022, foram liberados 1801 agrotóxicos para uso no Brasil. Destes, 45,4% têm ao menos um ingrediente ativo banido na União Europeia. A maior parte é destinada para as monoculturas de soja, milho, cana-de-açúcar e algodão.
Fonte: Agência Pública
Em 2022, mais da metade dos brasileiros (58,7%) estava em algum grau de insegurança alimentar, sendo que 15,5% – 33,1 milhões de pessoas – estavam enfrentando a fome
Fonte: II VIGISAN
Cerca de 12% da população brasileira convivia com restrição de acesso à água potável em 2022. Em 64,7% desses domicílios, a insegurança alimentar moderada ou grave também estava presente
Fonte: II VIGISAN
O consumo de alimentos ultraprocessados, como bolachas, salgadinhos, embutidos, doces e refrigerantes, foi responsável por 57 mil mortes prematuras no Brasil em 2019.
Fonte: Nilson et al. Am J Prev Med 2023;64(1):129-36
A inflação acumulada de 2022 para alimentos e bebidas foi de 11,6%, ficando atrás apenas do grupo dos vestiários. O peso mensal do grupo de alimentos e bebidas foi o maior dentre todos os avaliados (21,9%), ou seja, esse foi o principal gasto das famílias brasileiras em 2022.
Fonte: IPCA/IBGE
A média de desperdício de alimentos das famílias brasileiras é de 353 gramas de comida por dia, o que totaliza 128,8 kg em um ano.Os alimentos mais desperdiçados são o arroz (22%), a carne bovina (20%) e o feijão (16%). Vale lembrar que todos os recursos naturais utilizados na produção desses alimentos são igualmente desperdiçados.
Fonte: Porpino et al. Intercâmbio Brasil-União Europeia sobre desperdício de alimentos
Hoje é celebrado o Dia do Controle da Poluição por Agrotóxicos, data criada com o objetivo de conscientizar sobre os riscos que o uso indiscrimado dessas substâncias causa à saúde humana e ao meio ambiente.
Essa data se torna ainda mais relevante se considerarmos que o Brasil é o país que mais utiliza agrotóxicos em todo o mundo e que há um projeto de lei, conhecido como Pacote do Veneno, que flexibiliza a aprovação e comercialização desses produtos.
A partir de uma publicação do @idecbr, trouxemos 10 mitos e verdades sobre os agrotóxicos. Confira abaixo e entenda de vez o que é verdade ou mentira sobre esse tema!
Mitos
1. Agrotóxico é a mesma coisa que pesticida e defensivo agrícola
O único termo previsto em lei é “agrotóxico”, que diz respeito a um conjunto de venenos como pesticidas, fungicidas, herbicidas, etc. O uso dos demais termos é, em geral, uma tentativa de esconder o risco do uso dessa substância.
2. Os agrotóxicos não fazem mal à saúde
Agrotóxico mata! Segundo a Organização das Nações Unidas, 200 mil pessoas por ano em todo o mundo vão a óbito devido à intoxicação aguda por agrotóxicos
3. É só lavar bem os alimentos que os agrotóxicos são removidos
Muitos agrotóxicos penetram os alimentos, portanto a lavagem não resolve esse problema!
4. Alimentos transgênicos têm menos agrotóxicos
Acreditava-se que o uso de sementes transgênicas reduziria a necessidade de agrotóxicos. Porém, entre 2000 e 2012, houve um aumento de 1,6 vezes no uso dessas substâncias em plantações de transgênicos
5. Não é possível ter grandes plantações sem utilizar agrotóxicos
Há diversas evidências de que é sim possível produzir alimentos orgânicos e agroecológicos em grande escala. No Brasil, um bom exemplo é a produção de arroz pelo MTST do Rio Grande do Sul, que é inclusive exportada
6. Alimentos hidropônicos não têm agrotóxicos
Muitos produtores utilizam agrotóxicos no cultivo de hidropônicos, portanto esses alimentos podem sim conter essas substâncias.
7. Alimentos orgânicos são mais caros do que os cultivados com agrotóxicos
Isso não é necessariamente verdade. Em supermercados esses alimentos realmente tendem a ser mais caros, porém podem ter o mesmo preço que os convencionais em feiras. Isso depende do local em que esses alimentos são adquiridos
Verdades
8. Os agrotóxicos podem se acumular nas cascas das frutas e hortaliças
E mais! Essas substâncias também podem se acumular no interior desses alimentos. Além disso, uma pesquisa do próprio Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor já mostrou a contaminação por agrotóxicos até mesmo em ultraprocessados
9. Os agrotóxicos contaminam o meio ambiente
Essas substâncias poluem a água e o solo, afetando inclusive os seres vivos que habitam esses ecossistemas. Além disso, as pessoas podem ser indiretamente contaminadas ao consumirem alimentos ou água poluídos.
10. Os agrotóxicos não são utilizados na agricultura orgânica
Para ser orgânico, os alimentos não podem ser produzidos com o uso de agrotóxicos, fertilizantes químicos e transgênicos
Piscamos e as Festas de Final de Ano chegaram, não é mesmo?
É tradição as festas de fim de ano terem mesas fartas, afinal uma boa comemoração acontece com momentos de comensalidade com quem gostamos!
📢 Mas atenção, fartura não precisa ser sinônimo de desperdício!
Separamos algumas dicas para tornar sua ceia mais sustentável:
Reduza o consumo das carnes
Opte por versões de pratos principais baseados em leguminosas, legumes e verduras
Utilize alimentos sazonais e locais
Abuse das castanhas e frutas da estação, como uvas e mangas!
Prefira peixes
Sua produção costuma ser mais sustentável que a das aves e dos demais tipos de carne
Aproveite os alimentos ao máximo
Partes dos alimentos como talos podem tornar suas receitas mais saborosas!
Confira agora algumas receitas para te ajudar na preparação de uma ceia mais leve para sua saúde, seu bolso e meio ambiente
Risoto de talo de brócolis e pimentão
Bolinho de bacalhau
Farofa de castanhas e frutas secas
Salada fresca com manga
Risoto de talo de brócolis e pimentão
Ingredientes
1 cebola
4 dentes de alho
1 cenoura em tiras
1/2 pimentão em tiras talos e pontas de brócolis
1 xícara (chá) de arroz integral cozido
4 colheres (sopa) de grão de bico (cozido)
sal a gosto
Modo de preparo
Refogue o alho e a cebola em um fiozinho de azeite e deixe em fogo baixo até dourar.
Acrescente os talos de brócolis e a cenoura, com um pouco de água e deixe cozinhar por cerca de 5 minutos.
Adicione o arroz, o grão de bico, o pimentão e o sal e deixe cozinhar por mais 2 minutos.
Desligue o fogo e sirva em seguida.
Rende 10 porções
Pronto em 30 minutos
Bolinho de bacalhau
Ingredientes
500g de bacalhau assado*
1 cebola ralada
500g de batata cozida
1/4 de colher (chá) de pimenta-do-reino
2 colheres (sopa) de azeite de oliva
2 colheres (sopa) de salsa picada
1 ovo 1 xícara (chá) de farinha de trigo (se preferir mais crocante, pode usar de mandioca )
*a ideia seria utilizar as sobras da noite anterior em um almoço de Natal
Modo de preparo
Doure a cebola no azeite, junte o bacalhau na mesma panela e continue a mexer por 5 minutos.
Acrescente a batata em purê, o ovo, a salsa, a pimenta e a farinha.
Unte as mãos e modele os bolinhos.
Por fim, disponha numa assadeira untada.
Pincele o azeite na superfície de cada um.
Leve para assar em forno preaquecido a 200°C por, aproximadamente, 30 minutos ou até ficarem dourados.
Sirva como aperitivo.
Rende 20 porções
Pronto em 40 minutos
Farofa de castanhas e frutas secas
Ingredientes
1 xícara de farinha de mandioca
1 xícara de farinha de milho grossa
⅓ xícara de azeite de oliva
1 cebola pequena picada
¼ xícara de figo seco picado
¼ xícara de uva passa
¼ xícara de castanha do Brasil ou castanha do caju picadas
cebolinha picada a gosto
pimenta do reino
sal
Modo de preparo
Leve ao fogo uma frigideira com o azeite e refogue a cebola até dourar. Acrescente os figos, as uvas passas e as castanhas. Misture e deixe ficar por mais 1-2 minutos.
Junte as farinhas (de mandioca e de milho) e mexa bem para misturar tudo. Tempere a gosto com sal e pimenta e deixe até as farinhas ficarem soltinhas.
Polvilhe a cebolinha por cima e sirva.
Pronto em 10 minutos
Salada fresca com manga
Ingredientes
1 manga palmer em cubos
1 abacate em cubos
2 pepinos japoneses em cubos
2 tomates italianos em cubos
Salsinha a gosto
Sal a gosto
2 colheres de sopa de vinagre de maçã
Modo de preparo
Em uma vasilha, coloque todos os ingredientes e misture tudo muito bem.
Leve para gelar e é só servir!
Rende 5 porções
Pronto em 7 minutos
E você, já conhecia alguma dessas receitas? Aproveita e salva esse post para fazer alguma delas depois!
A COP é uma conferência anual que conta com a participação das principais lideranças mundiais e tem por objetivo fazer acordos para a proteção do meio ambiente entre os países signatários desde 1995.
Em 2019, diversas organizações da sociedade civil criaram o Brazil Climate Action Hub para dar visibilidade à ação climática brasileira durante a COP25, realizada em Madri, na Espanha.
Em 2022, a COP27 foi realizada no Egito e o Hub brasileiro preparou diversas discussões, sendo que uma delas foi o Painel “Ambições e Desafios para a Adaptação”, a qual o Sustentarea teve o prazer de participar no dia 11 de novembro.
A primeira mesa do Painel, composta por nomes como Diosmar Filho, Daniela Costa e André Rocha, trouxe à tona estudos e iniciativas que falam sobre desigualdades e mudanças climáticas em áreas urbanas na região da Amazônia Legal, sobre quem é a população mais exposta a eventos extremos no Brasil e sobre soluções que ajudem em ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
A segunda mesa, composta por Aline Martins de Carvalho, Letícia Tura, Izabela Borba e Janine Coutinho, nos apresentou o segundo painel:
Estratégias e Adaptação para a urgente transição dos Sistemas Alimentares.
A primeira apresentação, feita por nossa coordenadora Aline, mostrou os resultados da nota técnica realizada por membros do projeto e com o apoio do WWF-Brasil. Como mencionado por ela, nós sabemos que a natureza é essencial para a preservação da vida humana e para garantir a qualidade de vida. Hoje nos encontramos, entretanto, com um desafio global em relação à crise climática, a fome e a obesidade.
O Brasil, sendo o maior exportador de soja, o terceiro maior exportador de milho e o maior possuidor de rebanho bovino, gasta uma quantidade imensurável de recursos naturais.
Ainda, as produções de soja e de milho são de extrema importância para o mercado internacional: em 2021, 64% da soja produzida foi exportada.
Tal produção, voltada para a exportação, acaba afetando a vida da população brasileira, uma vez que o preço dos subprodutos da soja, por exemplo, vem subindo cada vez mais.
Juntamente com isso, pode-se perceber a desigualdade que existe na forma de produzir os alimentos: enquanto 1% dos maiores estabelecimentos rurais ocupam quase 50% da área, 50% dos menores estabelecimentos ocupam apenas 2% da terra.
Além disso, dados mostram que, apesar do fato de 77% dos produtores serem de agricultura familiar, estes ocupam apenas 23% da área.
Sendo assim, de acordo com Aline, quando falamos de sistemas alimentares, “não estamos falando apenas da cadeia de produção de alimentos, mas sim de todos os atores e conexões que existem entre as pessoas e as instituições”.
Essa crise sistêmica nos mostra que temos um problema tanto no consumo quanto na produção de alimentos.
Em dezembro do ano passado, 60% dos domicílios estavam em insegurança alimentar, sendo que na zona rural, esse número se apresentou ainda maior.
Foi a partir disso tudo que, buscando uma resposta sistêmica que procurasse melhorar o modelo de produção e de consumo, Aline trouxe o estudo feito em parceria com o WWF.
Nele, foi atualizado o índice multidimensional dos sistemas alimentares sustentáveis, no qual 46 indicadores de dados disponíveis do Brasil classificou os estados brasileiros no que foi chamado de “4 Brasis”.
Com um foco maior na região do Centro-Oeste, porém, foi possível perceber a relação inversa que existe entre a dimensão econômica e a ambiental: os municípios com maior participação da agropecuária emitem cerca de 70 vezes mais gases do efeito estufa para o meio ambiente (independentemente do tamanho do município).
Além disso, foi possível observar uma desigualdade na distribuição de renda, já que os municípios que produzem mais recursos financeiros parecem não reverter esses recursos para o salário dos trabalhadores formais da agropecuária.
A apresentação de Aline nos mostrou, portanto, que ainda temos várias lacunas que devem ser preenchidas para que os sistemas alimentares possam melhorar, tais como:
a alta concentração de terra,
o baixo incentivo à agricultura familiar,
o elevado impacto ambiental,
a produção direcionada à commodities que não distribui igualmente seus lucros etc.
É necessário, portanto, enfrentar os desafios de maneira eficaz e integrada para que possamos promover a segurança alimentar para todos.
Quer assistir o painel na íntegra? Acesse:
Esse texto foi feito por mim, Mariana Ting, estagiária do Sustentarea e estudante do 3º ano do curso de Nutrição da FSP-USP.
Para relembrarmos o evento em comemoração aos 10 anos do Sustentarea, trouxemos as receitas incríveis feitas para o coffee-break pelas mãos da @lalilazari e da @nutrigabirigote.
Confira abaixo!
Bolo de casca de banana
Pão de 'beijo' de mandioca
Caponata do coração da bananeira
Bolo de casca de banana
Ingredientes
3 xic. de banana com casca
1 col. (sopa) de canela em pó
1 xic. de castanha de baru
3 xic. de farinha de trigo
2 col. (sopa) de fermento
2 xic. de farelo de aveia
12 unid. de ovo
2 xic. de óleo de canola
2 xic. de suco de laranja
2 xic. de açúcar demerara
Modo de preparo
Preaqueça o forno a 180 graus.
Unte uma fôrma e reserve.
No liquidificador, bata a banana com casca, canela, óleo, suco de laranja.
No bowl, despeje a mistura líquida e acrescente a parte seca.
Rende 30 porções
Pão de 'beijo' de mandioca
Ingredientes
3 xic. de mandioca cozida e amassada
¼ xic. de óleo de canola
4 xic. de polvilho azedo
1 col. (sobremesa) de sal
1 unid. alho amassado
1 col. (chá) de páprica defumada
1 col. (chá) de açafrão da terra
1 xic. (chá) de ora-pro-nóbis
¼ xic. de água quente
Modo de preparo
Em uma bacia, misture a água quente, a páprica, o sal e o açafrão. Adicione a mandioca, o polvilho, o alho e a ora-pro-nóbis.
Misture a massa até obter uma textura homogênea.
Enrole bolinhas de 15 gramas.
Asse em forno preaquecido a 180 graus até atingir uma coloração dourada.
Rende 50 unidades
Caponata do coração da bananeira
Ingredientes
1 unid. coração da bananeira
1 xic. de azeite de oliva
3 unid. cebola
2 unid. cenoura ou 1 xic. de abóbora ralada
100g uvas passas preta
½ maço de salsa
40g de óregano desidratado
½ xic. manjericão fresco
1 col. (sopa) de sal
Modo de preparo
Mise en place: corte as cebolas em cubos pequenos.
Mise en place: rale a cenoura no ralo grosso.
Mise en place: corte a salsa.
Mise en place: retire as folhas do manjericão e corte em fatias finas.
Retire as folhas do coração da bananeira e lave sob água corrente.
Em uma panela, adicione água e deixe ferver. Disponha as folhas do coração na água e deixe repousar por 20 minutos. Descarte a água e reserve as folhas.
Corte as folhas em chiffonade.
Em uma assadeira, misture as folhas do coração da bananeira, a cebola, o azeite, a cenoura e a uva passas.
Tempere com a salsa, o orégano, o manjericão e o sal.
Cubra a assadeira com papel alumínio.
Leve ao forno preaquecido a 180 graus por 1 hora.
Para obter um sabor especial da caponata, retire o papel alumínio 20 minutos antes do término da preparação.
Rende 10 porções
Delícia ne? Comenta aqui se você já experimentou alguma dessas receitas!
O desperdício é um grave problema que aflige os sistemas alimentares. Quando um alimento é desperdiçado, todos os recursos que foram utilizados em sua produção, também o são.
E pensando em reduzir o desperdício no domicílio, trouxemos 7 dicas para que você possa aplicar no dia a dia.
A recomendação de ingestão de carne vermelha e processada é de cerca de 70 gramas/dia, ou seja, o tamanho de um bife pequeno. Apesar disso, já foi demonstrado que mais de 80% da população brasileira consome um quantidade diária acima dessa recomendação
Reduzir o consumo de carne é uma medida que, além de trazer diversos benefícios à saúde, também ajuda (e muito) o meio ambiente.
Pensando nisso, trouxemos 7 dicas para que você possa começar a reduzir a ingestão desse alimento
1. Promova um dia sem carne (segunda, por exemplo) para você e sua família
2. Faça da base da sua alimentação os alimentos de origem vegetal. Consuma mais frutas, verduras e legumes e aproveite integralmente os alimentos
3. Frequente restaurantes vegetarianos/veganos próximos a você
4. Após ter mais contato com receitas sem carne, vá preparando as que você mais gostar
5. Aumente a quantidade de leguminosas, como grão-de-bico, ervilha, feijão, lentilha ou soja, em suas refeições
6. Utilize temperos naturais para dar mais cor e sabor para as preparações
7. Não desanime e não se cobre caso você não consiga reduzir a quantidade de carne significativamente. Comece a diminuir o seu consumo aos poucos
Lembre-se que mudar um hábito é um processo nem sempre fácil e linear. O importante é começar e não desistir!
Quer saber mais sobre o tema? Baixe gratuitamente o número comemorativo da Revista Sustentarea!
No mês passado atingimos uma marca histórica – agora somos 8 bilhões de pessoas habitando o planeta. Mas isso, de fato, é relevante? O mundo seria um lugar diferente se fôssemos 4 ou 12 bilhões?
É isso que Somini Sengupta, repórter do clima, abordou em uma matéria publicada recentemente no The New York Times. Veja o resumo feito pelo Sustentarea!
Somos 8 bilhões de seres humanos, mas poderíamos ser 4, 10 ou até mesmo 12. O que importa mais é COMO vivemos e não o QUANTO somos
A maneira como produzimos, consumimos e desperdiçamos está fortemente ligada às mudanças do clima, que já são uma realidade e colocam em risco a nossa própria existência
Para ilustrar esse cenário, vamos comparar alguns dados da Índia e Estados Unidos
Enquanto o primeiro país tem quase 1,4 bilhão de habitantes, os Estados Unidos têm cerca de 332 milhões, ou seja, 23,7% da população da Índia
Apesar disso, os Estados Unidos emitem 5 vezes mais gases de efeito estufa
Isso não é uma exceção
Os países que concentram apenas 12% da população mundial são responsáveis por 50% das emissões totais de gases de efeito estufa em todo o mundo
Segundo a Oxfam, o conjunto do 1% mais rico do mundo – 63 milhões de pessoas – emite duas vezes mais gases de efeito estufa do que os 3 bilhões mais pobres
O que podemos (e devemos) fazer a respeito?
O nosso modo de viver e consumir deve mudar
Precisamos usar mais transporte público, reconsiderar as fontes de energia, desperdiçar menos alimento, mudar o que comemos e parar de desmatar, só para citar alguns exemplos
E quando devemos fazer?
O mais rápido possível. É consenso que devemos reduzir a emissão de gases de efeito estufa pela metade ainda nesta década. Ou seja, temos apenas oito anos para isso
Chegar a 8 bilhões de habitantes é uma conquista e fruto de uma série de fatores relacionados à melhora das condições de vida. Agora, cabe a nós preservar esse feito!
Já está no ar o 4º e último episódio da intertemporada 2022-2023 do Podcast Comida que Sustenta.
Neste episódio, finalizamos a cobertura do “Encontro Sustentarea USP: Construindo sistemas alimentares justos, saudáveis e sustentáveis” tratando de um tema que é muito a nossa cara: sustentabilidade na saúde e nutrição.
Cozinheira e culinarista. Desde 2016, ela desenvolve de forma autônoma pesquisas sobre técnicas de fermentação de alimentos vegetais, beneficiamento e preparos culinários com a mandioca. Membra do grupo Alimentação Brasileira – Mandioca
Núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável
O Sustentarea é coordenado por Aline Martins de Carvalho e Dirce Marchioni, professoras do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.