Farinhas-de-feira-Apresentacao-169

Você sabe o que as farinhas de mandioca e as feiras têm em comum?

As feiras são espaços historicamente construídos por pequenas e pequenos produtores para que pudessem escoar sua produção, trocar produtos e fazer parceiros.

 

Foto: Wagner Almeida
“Olha a farinha, olha a farinha. Essa é de Bragança! Pode provar meu amor, pode provar”

A farinha é um importante alimento na mesa dos brasileiros, inclusive como o principal ingrediente do prato em alguns locais, e é também protagonista nas feiras, especialmente pelo contato direto entre o consumidor e o vendedor.

Nas barracas da feira

Um punhado de farinha é retirado de cada saca:

– Gostou? Está torradinha? Quer experimentar mais alguma?

Assim se inicia uma troca de relações entre cliente e feirante. Nesse vai e vem de degustação, uma conversa aqui e ali sobre aquela farinha, são criados os laços de proximidade

As farinhas possuem histórias e elementos próprios dos sujeitos sociais que são reforçados a partir do compartilhamento das experiências, de quem produz, vende e consome.

A farinha não pode faltar na mesa dos paraenses, por exemplo, já que ela está presente nos pratos do dia a dia, com peixes, carnes e, principalmente, com o açaí.

Na feira do Ver-o-Peso isso não é diferente, já que a farinha, assim como os seus subprodutos – tucupi, goma (tapioca) e maniva (folha de mandioca), vem principalmente da agricultura familiar.

Foto: Geraldo Ramos

Que tal saber mais sobre as farinhas de feira na Cartinha da Rainha de junho?

Na publicação, você verá como é a relação dos feirantes com as farinhas e vai conhecer um pouco mais sobre o complexo do Ver-o-Peso, em Belém.

Post por Alice Medeiros (@ams.bio)

Explica 09 Estático - Quadrado

Sustentarea Explica | (R)eforma Agrária

Sustentarea Explica

(R)eforma Agrária

Um tema que é preciso aprofundar para opinar: é assim que podemos definir o tema do novo episódio da série especial ‘Sustentarea Explica’, que debate sobre o que é e como funciona a Reforma Agrária, caracterizada por diferentes regras e abordagens, o que deu origem também aos diferentes modelos de reformas já efetivadas mundo afora.

De responsabilidade do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) no Brasil, a Reforma Agrária é uma importante política pública que visa garantir a democratização e acesso à terra por meio da desapropriação e redistribuição de terras que não cumprem sua função social – definida por lei na Constituição de 1988 – e estão concentradas, em sua grande parte, nas mãos de poucas famílias ou empresas, criando conflitos por disputa territorial que só cresceram ao longo dos últimos anos. 

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ACESSE OS LINKS:

Referências

1. Artigo de Eduardo Ernesto Filippi. Experiências internacionais de reforma agrária: entre socialismo e populismo? Versão modificada da apresentação do autor no seminário da UNIARA, 2006 | (link)

2. Artigo de José de Souza Martins. Reforma agrária – o impossível diálogo sobre a História possível. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, São Paulo, 11(2): 97-128, out. 1999 (editado em fev. 2000) | (link

3. Artigo de Sérgio Pereira Leite e Rodrigo Vieira de Ávila. Reforma agrária e desenvolvimento na América Latina: rompendo com o reducionismo das abordagens economicistas. Rev. Econ Sociol Rural, v. 45, n. 3, p. 777–805, jul. 2007 | (link)

4. Livro: Experiências históricas de reforma agrária no mundo – vol 1. João Pedro Stédile. 1º Ed. – São Paulo: Expressão Popular, 2020 | (link)

5. Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964, dispõe sobre o Estatuto da Terra, e dá outras providências | (link)

 

6. Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, dispõe sobre a regulamentação dos dispositivos constitucionais relativos à reforma agrária, previstos no capítulo III, título VII, da Constituição Federal | (link


Episódio também em vídeo, assista!

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Ficha Técnica

O Podcast Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea, núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Coordenação

Nadine Marques

Apresentação

Pâmela di Christine

Apoio à pauta, roteiro e pesquisa

Patrícia Mello, Nadine Marques, Mariane Hase Ueta e Pamela di Christine

Edição de áudio

Mariana Ting

Locução de vinhetas e Trilhas sonoras

Daniela Vianna e Fernando Kuraiem

Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi e Katharina Cruz

COMO-E-A-ALIMENTACAO-NO-NORDESTE-Apresentacao-169

Como é a alimentação da região Nordeste?

Continuando a nossa série de posts sobre o sistema alimentar do Nordeste, hoje vamos falar sobre a alimentação nessa região. Ao mesmo tempo em que os estados que formam a região têm pratos típicos em comum, há também uma grande diversidade culinária dentro de um mesmo território.

A alimentação nordestina é muito diversa e, apenas nessa região, encontramos quatro manchas culinárias distintas

As manchas culinárias são porções do território que constituem regiões para o estudo da alimentação, uma vez que expressam marcas culturais (práticas alimentares) e ambientais (ingredientes de origem animal, vegetal ou fungos) que definem as culinárias.

A Região Nordeste é formada pelas manchas culinárias Amazônica, Costa, Recôncavo Baiano e Sertões.

Mancha Amazônica

É caracterizada pelo uso da mandioca e seus diversos produtos, frutas da floresta e peixes de rio. O açaí é um dos ingredientes-chave nessa mancha, que converge com o bioma da Amazônia. No Nordeste, engloba apenas o estado do Maranhão.

Mancha da Costa

Caracterizada pelo uso de peixes, frutos do mar e leite de coco. É uma zona que converge com o bioma da Mata Atlântica e pode ser observada em todo o litoral nordestino, mas também no Sudeste

Mancha do recôncavo baiano

Caracterizada pelo uso do óleo de dendê, é frequentemente reconhecida como “cozinha de santo”. Fica localizada exclusivamente na Bahia, ao redor da baía de Todos-os-Santos, e é uma zona que também converge com o bioma da Mata Atlântica.

Mancha dos Sertões

A mancha mais presente no Nordeste é caracterizada pelo uso amplo de farinha, feijão, rapadura e outros produtos reconhecidos como tipicamente sertanejos. É uma zona que converge com a Caatinga.

Alimentos típicos da região
  • Vatapá
  • Milho
  • Acarajé
  • Moqueca
  • Beiju de tapioca
  • Bolo de puba
  • Cuscuz



Post por Anderson Alves (@anderson.alvss) e Thamillys Rodrigues (@thamillysrs).

ECO 04 Chamada Video - Quadrado

Sustentarea Eco | Os pontos de atenção dos sistemas alimentares do Centro-Oeste

Sustentarea Eco

Os pontos de atenção dos sistemas alimentares do Centro-Oeste

Os sistemas alimentares brasileiros estão no centro de duas das discussões mais urgentes da atualidade: o combate à fome e insegurança alimentar e o debate ambiental e climático. A região Centro-Oeste é um dos pólos principais desse cenário conflitante devido aos modelos produtivos e à concentração de terra existente na região, onde a agropecuária é uma  das principais atividades econômicas.

Apesar de ser atual, essa discussão vem de um problema antigo, que se agrava aos longos do ano e acabou repercutindo em um estudo que foi publicado no formato de  Nota técnica, fruto da parceria entre Sustentarea, GEIAS e WWF-Brasil. Publicada em novembro de 2022, a nota  recebeu o título “Pop ou Papo? Um estudo sobre o impacto na agropecuária no centro-oeste brasileiro”. 

 

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Material Sustentarea 'ecoado' no episódio

1Nota Técnica “Pop ou Papo? Um estudo sobre o impacto na agropecuária no centro-oeste brasileiro”, publicada em novembro de 2022 | link

Apresentação

Ana Lucia Romito
Graduanda em Nutrição pela Faculdade de Saúde Pública da USP.

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Ficha Técnica

O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea,  núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Coordenação

Nadine Marques

Apresentação

Ana Lucia Romito

Apoio à pauta, roteiro e pesquisa

Ana Lucia Romito e Nadine Marques

Edição de áudio

Mariana Ting

Locução de vinhetas e Trilhas sonoras

Daniela Vianna e Fernando Kuraiem

Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi e Katharina Cruz

QUAIS-SAO-OS-ALIMENTOS-MAIS-PRODUZIDOS-NA-regiao-nordeste-Apresentacao-169

Quais são os alimentos ais produzidos na região Nordeste?

O Nordeste possui uma produção razoável de cana-de-açúcar, reflexo do passado colonial, já que esse cultivo foi a base da economia do Brasil por cerca de 200 anos.

Segundo o Censo Agropecuário de 2017, Alagoas foi o estado da região com a maior produção de cana, com pouco mais de 13,6 milhões de toneladas.

Atualmente, a soja é um dos alimentos de maior cultivo no Nordeste. Apenas em 2021, 13 milhões de toneladas desse grão foram produzidas na região

A produção de soja é concentrada nos estados da Bahia, Piauí e Maranhão, que fazem parte do MATOPIBA – um acrônimo para se referir à região do Cerrado dos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Outros alimentos com produção considerável na região são o milho e a mandioca, que fazem parte da culinária nordestina. O milho é produzido, sobretudo, também no MATOPIBA, e a mandioca tem sua maior produção na Bahia e no Maranhão.

Segundo o Censo Agropecuário de 2017, a Bahia é o estado com maior criação de bovinos do Nordeste, com cerca de 8,2 milhões de animais. Em Pernambuco concentra-se a maior criação de aves da região, com 34 milhões.

Na região também destaca-se o cultivo de:

  • coco-da-Baía
  • mamão
  • cacau
  • café
  • laranja
  • melão
  • banana
  • castanha de caju

Podemos perceber que há uma grande diversidade de alimentos produzidos no Nordeste. Apesar disso, a produtividade agrícola da região ainda é a menor do país

Outro ponto de atenção é o avanço do agronegócio no MATOPIBA, responsável por um elevado desmatamento na região que, inclusive, já tem afetado o padrão de chuvas no local.

Post por Roberta Cronemberger (@roberta_cronemberger), Anderson Alves (@anderson.alvss) e Alisson Machado (@alissondmach).

Post-Dia-Mundial-do-Combate-a-seca-Apresentacao-169

Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca

O Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca foi criado em 1994 pela Organização das Nações Unidas para despertar a conscientização dos agravantes que essas mudanças podem ocasionar ao planeta.

A data foi criada como um apelo à sociedade como um todo, para maior envolvimento nas ações de combate à degradação dos solos.

Por que falar sobre desertificação e seca?

Em uma publicação recente do IPES-Food, foi debatido como o sistema alimentar predominante causa impactos devastadores para o meio ambiente e para a sociedade. A desertificação e a seca têm sido uma consequência muito grave. Estamos falando de 20 a 40% da área terrestre global considerada moderadamente a severamente degradada

Impactos dessa alteração ambiental

 
O que podemos fazer?

A promoção de sistemas alimentares mais sustentáveis é fundamental para evitar novas áreas de desertificação e seca. Isso inclui práticas de produção que preservem os ciclos naturais do solo, incluindo a rotação de culturas e o uso de técnicas de plantio que não promovam a poluição.

Referência

Clement C [internet]. Desertification, land degradation, and the potential of agroecology (I). Brussels: IPES-Food; c2023 [acesso em 16 jun 2023]. Disponível em: https://www.ipes-food.org/_img/upload/files/AgroecologyDesertification.pdf



Post por Gabi Manzini (@gabi_pman).

Explica 08 Chamada - Quadrado

Sustentarea Explica | (C)ommodity

Sustentarea Explica

(C)ommoditiy

Commodity… Você sabe o que é, como funciona e o seu valor econômico? Neste episódio, você irá conhecer os principais conceitos sobre as commodities, termo associado a um tipo de mercadoria em estado bruto ou produto primário de importância comercial, que não necessitam de uma tecnologia altamente especializada e são produzidas e transportadas em grandes volumes e comercializadas em nível mundial. 

Hoje, o  Brasil é o segundo maior exportador de commodities do mundo, ultrapassando os Estados Unidos na exportação de soja em larga escala. No entanto, esse destaque nacional não é apenas benéfico, já que o pagamento é realizado em dólar, ficando concentrado em poucas mãos do agronegócio.  É nesse cenário cheio de peculiaridades que o 8º episódio do Sustentarea Explica contextualiza e esclarece as principais dúvidas sobre essa dinâmica mercadológica capaz de influenciar todo o desenvolvimento econômico e sustentável do país. 

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Referências

1. Modelo de formação de preços de commodities agrícolas aplicado ao mercado de açúcar e álcool (link) 

2. Ciclos e previsão cíclica dos preços das commodities: um modelo de indicador antecedentes para a commodity açúcar (link) 

3. Análise de padrões de comportamento de preços com fins de projeção de receita: testes estatísticos em uma série temporal de preços da commodity cobre (link)

4. As commodities e seu impacto na economia do Brasil | Nexo Jornal (link)

5. Alta no preço dos alimentos é consequência do agronegócio, diz porta-voz do Greenpeace (link)

Episódio também em vídeo, assista!

Ficha Técnica

O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea,  núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Coordenação

Nadine Marques

Apresentação

Pâmela di Christine

Apoio à pauta, roteiro e pesquisa

Patrícia Mello, Nadine Marques, Mariane Hase Ueta e Pamela di Christine

Edição de áudio

Mariana Ting

Locução de vinhetas e Trilhas sonoras

Daniela Vianna e Fernando Kuraiem

Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi e Katharina Cruz

Copia-de-Cluster-C-MISFS-R-Apresentacao-169

Como é o Sistema Alimentar da região Nordeste?

Como já mencionamos em posts anteriores, o Índice Multidimensional de Sistemas Alimentares Sustentáveis Revisado para o Brasil (MISFS-R) é uma ferramenta criada para avaliar a sustentabilidade dos sistemas alimentares do país

A avaliação é feita a partir das quatro dimensões do sistema alimentar: ambiental, social, econômica e nutricional.

Neste post, abordaremos o sistema alimentar da Região Nordeste, composta por Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe

Esses estados foram agrupados de acordo com semelhanças no sistema alimentar. Veja mais  a seguir!


No ranking geral, 4 estados do Nordeste estiveram entre os 5 piores avaliados no índice: Ceará, Bahia, Alagoas e Maranhão

 

O baixo desempenho da região pode ser explicado pelo passado colonial da cana-de-açúcar, que concentrou as terras nas mãos de poucas pessoas, com impacto negativo até os dias atuais.

Apesar de esforços que tiveram por objetivo desenvolver a região, sobretudo nas últimas décadas, o Nordeste ainda apresenta resultados que estão abaixo do seu potencial.

Frente a este cenário, estes estados necessitam investir em autonomia industrial e tecnologias para aumentar a resiliência agrícola em regiões de seca, além de melhorar o acesso aos cuidados em saúde, incluindo a alimentação.



Post por Gabriel Ferrari (@gabrieltoninf) e Letícia Maximiano (@leticia.maximiano).

CARTINHA-DA-RAINHA-MAIO-OPCAO-2-Apresentacao-169

Você conhece a cultura das casas de farinha?

O processo de transformação da mandioca em farinha ocorre em um lugar de importância histórica e cultural para os brasileiros: as casas de farinha! São nesses espaços que acontecem também a fabricação de outros subprodutos da mandioca, como o tucupi, a fécula, o beiju, a tapioca e a farinha de tapioca.

Embora o preparo de alimentos seja a primeira ideia que nos vem à mente quando pensamos nesses locais, elas também representam a produção de conhecimento, relações sociais e de gênero, e o exercício de uma cultura que ultrapassa gerações.

As casas de farinha, além de serem o lugar onde ocorre a transformação da mandioca em farinha, também são um espaço de partilhas e encontros, uma vez que reúnem famílias e moradores de uma vizinhança para contribuir com as atividades.

As farinhadas

Conhecidas como o ato de produzir artesanalmente a farinha, muitas das farinhadas são acompanhadas pelas cantadas, prática que ocorre com música e festejo que, no passado, simbolizavam atos de resistência à escravidão.

O ato de cozinhar é apontado como uma luta cotidiana, em que as cozinheiras, ao prepararem comidas para as suas senhoras, excediam a quantidade de temperos, como o limão e a pimenta, com o intuito de transformar a refeição em um momento de desconforto.

Joceneide Santos (2004), em seu trabalho, conta como no século XIX essa prática ocorria na vila de Lagarto, em Sergipe, com a seguinte música:

A moqueca pra ser boa

Há de ser de câmara;

Os temperos que ela leva 

São pimenta com limão

A moqueca pra ser boa

Há de levar dendê;

Nos beicinhos de iaiá

Há de queimar e doe

Para os Potiguaras, as casas de farinha não são apenas espaços de produção dos alimentos, mas também onde ocorre a transmissão de conhecimentos entre mães e filhas, pais e filhos… ou seja, a casa de farinha representa uma relação afetiva e social que aproxima toda a aldeia.



Post por Suany Silva (@suany.ms) e Gerson Nogueira (@prof.gersonog).

Principal 04 Chamada - Quadrado

#04 | Sistemas alimentares do Centro-Oeste: o agro é mesmo pop?

episódio #04

Sistemas alimentares do Centro-Oeste: o agro é mesmo pop?

Os sistemas alimentares do Centro-Oeste, uma região conhecida como o “coração do agro” no Brasil, são caracterizados por uma lógica de produção de alimentos por  cultivo único em grandes extensões de terra. Mas, apesar de ser a principal atividade econômica da região, o que faz do Centro-Oeste um dos maiores exportadores do país, os potenciais benefícios do agro não alcançam a maior parte da população. Esse cenário foi destaque do estudo conduzido por pesquisadores do Sustentarea com apoio do WWF-Brasil sobre o Índice Multidimensional de Sistemas Alimentares Sustentáveis Revisado para o Brasil ​​(MISFS-R), discutido no terceiro episódio principal desta temporada.

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episódio 04

CONVIDADAS & CONVIDADOS

O Encontro Sustentarea do mês contou com a participação especial:

alisson machado

Alisson Machado

Nutricionista; Pesquisador de pós-doutorado na Faculdade de Saúde Pública da USP. Mentor e editor da Revista Sustentarea.

 

Alisson Indica:

Livro de Caio Pompeia. Formação política do agronegócio. São Paulo: Editora Elefante, 2021. 392 p. | link

Livro de Ladislau Dowbor: Resgatar a função social da economia – Uma questão de dignidade humana, 2022. | link

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César Favarão

Pesquisador do Cebrap Sustentabilidade e Doutorando no programa de Pós-graduação em Planejamento e Gestão do Território da Universidade Federal do ABC.

César Indica:

Livro organizado por Arilson Favareto: Entre chapadas e baixões do MATOPIBA – Dinâmicas territoriais e impactos socioeconômicos na fronteira da expansão agropecuária no Cerrado | link 

Relatório: Inclusão produtiva do Brasil rural e interiorano 2022 | link

 

Apresentação

Nadine Marques
Nutricionista, mestre e doutoranda em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP.

Apresentação

Pâmela di Christine
Graduada em Nutrição pela FSP/USP e Mestranda em Políticas Públicas na UNILA.

E aí, bora cozinhar?

MOUSSE DE MURICI

ingredientes

Modo de preparo

Por Sustentarea UFG | @sustentareaufg

Quer saber mais?

ACESSE OS LINKS:

Indicações

Nota Técnica: “Pop ou papo? Um estudo sobre o impacto da agropecuária no centro-oeste brasileiro” | link 

Publicação: Agro é pop ou papo? | link

Material Sustentarea

1. Publicação do Sustentarea sobre o MISFS-R | link

2. Como é o sistema alimentar do Centro-Oeste expandido? | link

3. Quais são os alimentos mais produzidos no Centro-Oeste expandido? | link

4. Como é a alimentação do Centro-Oeste expandido? | link

5. Qual o impacto ambiental do sistema alimentar do Centro-Oeste expandido? | link

Outros projetos

Centro Brasileiro de Análise e Planejamento – CEBRAP | Instagram

Episódio também em vídeo, assista!

Ficha Técnica

O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea,  núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Coordenação

Nadine Marques

Apresentação

Nadine Marques e Pâmela di Christine

Apoio à pauta, roteiro e pesquisa

Nadine Marques, Mariana Hase Ueta e
Pâmela di Christine

Curadoria de receitas

Sustentarea UFG e Danielle Freitas 

Edição

Mariana Ting

Locução de vinhetas

Daniela Vianna

Trilhas sonoras

Daniela Vianna e Fernando Kuraiem

Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi e Katharina Cruz

post-05-junho-Dia-Mundial-do-Meio-Ambiente

05 de junho – Dia Mundial do Meio Ambiente

O que é o PL 490… E como isso afeta os povos indígenas e o meio ambiente

O Dia Mundial do Meio Ambiente surgiu após a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, sediada em Estocolmo, na Suécia, com início em 05 de junho de 1972

Diante de uma data tão importante, não poderíamos deixar de valorizar os saberes e vivências dos povos indígenas para a preservação do meio ambiente.

O modo de vida dos povos originários e a sua relação com a terra são um exemplo para a manutenção do meio ambiente. Entretanto, esses povos estão enfrentando uma grande luta por seus direitos, o projeto de lei (PL) 490.

Apresentado pelo ex-deputado federal Homero Pereira, o PL tem como proposta trazer para o Poder Legislativo a competência da demarcação das terras indígenas no Brasil. Atualmente, esse procedimento é feito pelo Poder Executivo Federal.

Recentemente, o PL recebeu um texto substitutivo do deputado Arthur Maia. O novo texto autoriza a exploração hídrica e a expansão da infraestrutura viária e de alternativas energéticas, além de atividades garimpeiras e mineradoras sem exigir consulta às comunidades indígenas ou à Funai.

Também permite contato flexível com povos isolados, proíbe a ampliação de terras já demarcadas e estabelece a teoria do marco temporal, que limita o ocupação às terras em 05 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal

Em um post comemorativo, mostramos como se deu a luta pelo reconhecimento dos direitos do povos indígenas no Brasil.

Apenas em 1988 a Constituição Federal reconheceu o direito à terra dos povos originários, competindo à União demarcá-las, protegê-las e fazer respeitar todos os seus bens.

A Constituição assegura que os povos indígenas podem utilizar os recursos naturais de suas terras para atender as necessidades internas das comunidades e garantir a subsistência, desde que não seja comprometida a sustentabilidade do meio ambiente, o que tem sido cumprido

Com o PL 490/07 avançando para Senado, existe uma ameaça para o processo de demarcação das terras indígenas e do modo de vida desses povos.

Além disso, esse PL representa um retrocesso na preservação do meio ambiente, já que o seu objetivo é permitir a exploração de terras de biomas que já tem sofrido com o desmatamento e grilagem ilegais, como a Amazônia e o Cerrado.

Assim, é necessária uma permanente resistência e mobilização da população, assumindo nosso dever à favor da dignidade e a igualdade de todos, sobretudo dos povos originários.



Post por Gabi Manzini (@gabi_pman) e Letícia Maximiano (@leticia.maximiano).

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Receita: Farofa com feijão guandu

Você já experimentou o feijão guandu?

Também conhecido como feijão andu, por não ser usual na cozinha brasileira, ele é considerado uma PANC – planta alimentícia não convencional. Essa leguminosa é geralmente consumida na região central do Brasil, e a farofa com feijão guandu é uma receita típica deliciosa!

Veja como preparar e comente aqui: com ou sem uva-passa? 👀

Ingredientes

  • Cebola
  • Dentes de alho
  • Feijão guandu/andu
  • Farinha de mandioca
  • Couve
  • Sal
  • Azeite
  • Cheiro verde
  • Uva passa (opcional)
  • Açafrão da terra em pó

Modo de preparo

  1. Pique a cebola e o alho e refogue;
  2. Enquanto refoga, acrescente o sal e o açafrão da terra em pó;
  3. Regue tudo com azeite;
  4. Acrescente o feijão guandu cozido (ele precisa estar ainda um pouco durinho para dar crocância à farofa);
  5. Corte a couve em tiras finas e acrescente na panela, deixando-as murcharem um pouco;
  6. Acrescente a uva-passa;
  7. Adicione a farinha de mandioca;
  8. Por último, coloque cheiro verde a gosto.
Cópia de Transição agroecológica 2905

Transição agroecológica para sistemas alimentares mais sustentáveis

O modelo convencional de produção de alimentos, que predomina atualmente, caracteriza-se pela artificialização dos ecossistemas agrícolas, pautados no uso elevado de insumos químicos e agrotóxicos.

Diversos impactos socioambientais são decorrentes desse sistema de produção, levando a agroecossistemas desequilibrados e cada vez mais vulneráveis, especialmente às mudanças do clima.

Em contraposição a esse modelo, buscando resgatar e valorizar as funções ecológicas que a biodiversidade cumpre na natureza, surge a agroecologia.

A transição agroecológica, ao redesenhar os sistemas de produção, se apresenta como caminho promissor para que os sistemas alimentares consigam garantir disponibilidade e acesso a esses alimentos e, ao mesmo tempo, conservar os recursos naturais dos quais dependem para se sustentar.

Para fazer essa transição, é preciso reconhecer a importância dos agricultores familiares para a oferta dos alimentos que consumimos.

Estes produtores são responsáveis por grande parte do valor de produção de mandioca (80%), abacaxi (69%), feijão (42%), banana (48%) e café (48%), para citar alguns exemplos.

A agroecologia também é um movimento político, logo, a transição não acontece apenas na produção. É fundamental envolver gestores públicos, profissionais de assistência técnica e extensão rural, mercados, agentes financeiros, entre tantos outros.

É preciso reformular os mecanismos existentes, adotar novas práticas, premissas e modelos de negócio e re-equilibrar as relações entre os diferentes elos da cadeia de alimentos.

O estado de São Paulo possui uma importante política pública nesse sentido, o Protocolo de Transição Agroecológica. Criado em 2016, o protocolo tem o objetivo de promover boas práticas agroambientais e o uso sustentável dos recursos naturais. Em 2022, se instituiu o Certificado de Transição Agroecológica e Produção Orgânica em São Paulo, abrindo novos caminhos para seu reconhecimento no mercado.



Post por Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV, Gabriel Ferrari (@gabrieltoninf) e Letícia Maximiano (@leticia.maximiano).

Explica 07 Chamada - Quadrado

Sustentarea Explica | (O)rgânicos

Sustentarea Explica

(O)rgânicos

Você sabe o que é um Alimento Orgânico e como identificá-lo? 

Caracterizada por sua produção remontar as práticas agrícolas tradicionais e indígenas, que respeitam a biodiversidade, os ciclos naturais dos nutrientes e a conservação do solo, a agricultura orgânica é um sistema de produção baseado em práticas ecológicas  que excluem o uso de produtos químicos sintéticos, como os agrotóxicos. No entanto, vale salientar que nem todos os alimentos orgânicos são agroecológicos. É nesse contexto de esclarecimento de dúvidas e consolidação de novos conceitos, que a série ‘Sustentarea Explica’ debate sobre a definição e certificação de orgânicos na atualidade.

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Quer saber mais?

ACESSE OS LINKS:

Referências

1. Livro: Ana Primavesi. Manejo ecológico do solo: a agricultura em regiões tropicais. Nobel, 1992.

2. Livro: Miguel Altieri. Agroecologia: bases científicas para uma agricultura sustentável. 3ª ed. Expressão Popular, 2012.

3. Texto: A agricultura orgânica e a Revolução Verde.
anamariaprimavesi.com.br/2018/08/08/a-agricultura-organica-e-a-revolucao-verde/

4. Texto: A Agricultura Orgânica e a Agroecologia – diferentes enfoques. | anamariaprimavesi.com.br/2018/08/06/a-agricultura-organica-e-a-agroecologia-diferentes-enfoques/

5. Artigo: Eduardo Ehlers. A agricultura alternativa: uma visão. histórica. | www.revistas.usp.br/ee/article/view/159171/154068

6. Artigo: Eduardo Sevilla Guzmán. A perspectiva sociológica em Agroecologia: uma sistematização de seus métodos e técnicas.
| www.projetovidanocampo.com.br/agroecologia/ a_perspectiva_sociologica_em_agroecologia.pdf

7. Cartilha: Controle Social em Sistema Participativo de Garantia.
| portal.ifsuldeminas.edu.br/images/PDFs/proex/publicacoes_ livros/cartilha_1.pdf

8. Definição: Agricultura Orgânica – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). | www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sustentabilidade/organicos.

Outros Materiais

Mapa das Feiras Orgânicas. | feirasorganicas.org.br/

Sampa + Rural, plataforma que reúne iniciativas de agricultura, turismo e alimentação saudável na cidade de São Paulo.
| sampamaisrural.prefeitura.sp.gov.br/ 

Materiais Sustentarea

Como encontrar atores do sistema alimentar sustentável? Projeto Mapeamento SP | www.fsp.usp.br/sustentarea/mapeamento/

Série de publicações: Modelos de produção alternativos
| www.fsp.usp.br/sustentarea/category/modelos-de-producao/

Post Sustentarea: Produção Orgânica
| www.fsp.usp.br/sustentarea/2019/09/28/modo-de-producao-organicos/

Post Sustentarea: Desmistificando: Alimentos Orgânicos
| www.fsp.usp.br/sustentarea/2018/07/23/desmistificando-alimentos-organicos/

Episódio também em vídeo, assista!

Ficha Técnica

O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea,  núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Coordenação

Nadine Marques

Apresentação

Pâmela di Christine

Apoio à pauta, roteiro e pesquisa

Patrícia Mello, Nadine Marques, Mariane Hase Ueta e Pamela di Christine

Edição de áudio

Mariana Ting

Locução de vinhetas e Trilhas sonoras

Daniela Vianna e Fernando Kuraiem

Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi, Gabbi Mahfuz
e Katharina Cruz

Do-Pasto-ao-Prato

Você sabe de onde vem a sua carne?

Você, que come carne, já se perguntou de onde ela vem?

Saiba que é possível saber não apenas a origem, mas também qual o seu impacto ambiental, se foi utilizada mão de obra escrava em sua produção e como são as condições sanitárias e de bem estar animal do frigorífico. Entenda mais  rolando para baixo!

A carne é um alimento cuja produção causa um elevado impacto ambiental, seja pela emissão de gases de efeito estufa devido ao desmatamento, seja do próprio gado.

Apesar disso, é possível tornar o mercado da carne mais sustentável!

Visando aumentar a transparência da cadeia de produção desse alimento, a Trase e parceiros criaram o aplicativo Do Pasto ao Prato

O app funciona de forma simples e para tornar esse mercado mais confiável para si e para os demais!

Para saber de onde vem a sua carne, basta digitar o selo de inspeção disponível na embalagem

São exemplos de selo o SIF, SIE, SIP, SISP ou CISPOA. Também é possível identificar a origem pelo CNPJ da empresa.

Após esse passo, é possível saber de qual frigorífico a carne veio e também onde ele está localizado. Veja um exemplo:

O aplicativo também fornece três informações essenciais sobre o frigorífico: impacto ambiental, trabalho escravo e aspectos sanitários e de bem estar animal. Cada uma dessas dimensões recebe uma pontuação que vai de ‘muito bom’ a ‘muito ruim’:

O aplicativo fornece maiores detalhes sobre a pontuação de cada dimensão, como área desmatada, número de focos de incêndio, casos de trabalho forçado e multas pagas devido ao desempenho sanitário irregular.

Assim, é possível fazer escolhas mais conscientes e, inclusive, pressionar essas empresas para que elas adotem políticas mais sustentáveis e de bem estar animal.

Você já conhecia o app? Que tal utilizá-lo a partir de agora?