Nota técnica

AGRO: POP ou PAPO?

Você com certeza já escutou por aí que o agro é tech, pop e tudo, não é? Será que isso é verdade ou só papo?

Para responder a essa pergunta, realizamos um estudo com o objetivo de avaliar a presença da agropecuária e sua relação com dados socioeconômicos e ambientais dos municípios do Centro-Oeste, região em que esse setor já está consolidado.

No estudo, a presença da agropecuária foi definida de acordo com a sua participação no produto interno bruto (PIB) de cada município. Isso significa que, quanto maior o valor do PIB da agropecuária para o município, maior a sua contribuição para a economia local.

APENAS 6%

das terras dos municípios em que a agropecuária é mais forte eram destinadas à agricultura familiar. Esse valor demonstra como o agro está associado a um modelo que exclui pequenos produtores, o que pode levar ao êxodo rural e aumento das desigualdades sociais.

909 MIL TONELADAS

foi o total de gases de efeito estufa emitidos pelos municípios em que a agropecuária é mais forte apenas em 2019, sendo 73% do sistema alimentar. Esse total é 67 vezes maior do que o emitido pelos municípios com menor participação da agropecuária

Quando avaliamos apenas a emissão de CO2 do sistema alimentar, o resultado foi muito semelhante!

Isso se reflete, de alguma forma, em bem estar social?

Não foi o que observamos! O número de empregos criados não foi muito maior nesses municípios em que a agropecuária é mais forte. Além disso, o salário médio dos trabalhadores formais foi parecido com o de outros setores.

Fizemos uma simulação para verificar como seria a distribuição do PIB para cada habitante, caso isso fosse possível.

Nos municípios em que a agropecuária contribuiu mais para a economia, quase 86% dos trabalhadores recebiam salários menores do que o valor que cada um ganharia se a distribuição das riquezas geradas fosse igualitária

Nos municípios com menor participação da agropecuária, esse percentual foi de 33%.

Esse resultado sugere que há uma grande desigualdade de renda nos municípios em que o agro é mais forte, que se alia à disparidade no acesso à terra

Resultados publicados na nota técnica ‘Pop ou papo? Um estudo sobre o impacto da agropecuária no Centro-Oeste brasileiro’.

E deixe aqui nos comentários: o agro é pop ou papo?

Cópia de Biodiversidade (Apresentação (169))

Apenas 1 a cada 100 pessoas consome alimentos biodiversos no Brasil

O Brasil é um país extremamente biodiverso, contando com milhares de espécies vegetais e animais.

Há um enorme potencial para que essas espécies possam ser utilizadas para a alimentação, mas pouco se sabe sobre o consumo de alimentos biodiversos em nível nacional.

Pensando nisso, pesquisadores de diversas universidades utilizaram os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares e técnicas de inteligência artificial para avaliar a ingestão de:

    • plantas alimentícias não convencionais (PANC)
    • carnes de caça
    • cogumelos
Os autores do estudo observaram que só 1,3% da amostra consumiu alimentos biodiversos, ou seja, apenas 1 a cada 100 pessoas.

A ingestão desses alimentos é bastante desigual no país, estando associada a fatores socioeconômicos, culturais e regionais.

Para as PANC, o consumo foi maior nas áreas rurais, por mulheres, pessoas não-brancas e em lares que enfretavam a insegurança alimentar.

As carnes de caça foram mais consumidas por homens, indígenas ou de cor de pele negra e moradores de áreas rurais, sobretudo da Região Norte. A ingestão também foi maior por pessoas em insegurança alimentar

Por outro lado, o consumo de cogumelos foi maior nas áreas urbanas das Regiões Sul e Sudeste, por mulheres e pessoas com maior renda e escolaridade.

Referência:


Gomes SM, Chaves VM, Carvalho AM, Silva EB, Menezes Neto EJ, Moura GF, et al. Biodiversity is overlooked in the diets of different social groups in Brazil. Sci Rep. 2023;13(1):7509.

ECO 03 Chamada Video - Quadrado

Sustentarea Eco | Soluções para os Sistemas Alimentares do Sul e Sudeste

Sustentarea Eco

Soluções para os Sistemas Alimentares do Sul e Sudeste

Manter uma alimentação saudável e sustentável torna-se um desafio, principalmente quando grande parte da população brasileira realiza as suas refeições fora de casa devido a uma rotina corrida de trabalho e estudos. Mas com auxílio da tecnologia, um aplicativo que  funciona como um vale-alimentação e método de pagamentos tem possibilitado uma alimentação mais saudável e sustentável a partir de uma parceria entre empresas e locais de alimentação mais saudáveis ou produtores orgânicos, que são credenciados em uma rede que conta, hoje, com mais de 300 estabelecimentos.

Desenvolvido pelas nutricionistas Constance Oderich e Nicoli Bonalume e pelo engenheiro de computação Filipe Souza dos Santos, todos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o projeto intitulado PAPAYAS, é tema do 3º episódio da série Sustentarea Eco.

O  projeto foi um dos temas do Vol. 5, n.1 da Revista Sustentarea, lançada em janeiro de 2021. A matéria foi escrita por Alisson Diego Machado, que também é editor-chefe da Revista do Sustentarea, na seção “Histórias de Sucesso”. 

Aperta o play!

Quer saber mais?

ACESSE OS LINKS:

Material Sustentarea 'ecoado' no episódio

Matéria da Revista Sustentarea (vol. 5, n. 1) | Histórias de Sucesso: Papayas – em busca de um sistema alimentar mais justo e sustentável 
| mailchi.mp/9637e1069469/revistasustentarea9 

Conheça todas as edições da Revista Sustentarea
| www.fsp.usp.br/sustentarea/revista-sustentarea/ 

 

Saiba Mais

Conheça o Papayas
| www.papayas.me/ 

Acompanhe o projeto no Instagram
| www.instagram.com/papayas_local/ 

Episódio também em vídeo, assista!

Apresentação

Ana Lucia Romito
Graduanda em Nutrição pela Faculdade de Saúde Pública da USP.

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Ficha Técnica

O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea,  núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Coordenação

Nadine Marques

Apresentação

Ana Lucia Romito

Apoio à pauta, roteiro e pesquisa

Ana Lucia Romito e Nadine Marques

Edição de áudio

Mariana Ting

Locução de vinhetas e Trilhas sonoras

Daniela Vianna e Fernando Kuraiem

Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi e Katharina Cruz

Impacto-ambiental-do-sistema-alimentar-do-Centro-Oeste-Expandido-Apresentacao-169

Qual o Impacto ambiental do sistema alimentar do centro-oeste expandido?

Anteriormente, indicamos que o desmatamento e a agropecuária são os setores que mais contribuem para a emissão de gases de efeito estufa no Brasil

Neste post, mostraremos a emissão de CO2 no Centro-Oeste expandido, região marcada pela intensa produção de commodities e criação de gado bovino

O Cerrado, principal bioma do Centro-Oeste expandido, foi o segundo que mais emitiu CO2 em 2021, correspondendo a 10% de todas as emissões por desmatamento no país

O desmatamento do Cerrado ocorre numa velocidade acelerada, principalmente por conta de grilagem de florestas públicas não destinadas. Estima-se que 98% do desmatamento em 2021 foi de origem ilegal

O Mato Grosso é o principal emissor de gases de efeito estufa pela agropecuária em todo o Brasil, respondendo por 14,4% do total desse setor

Isso é justificado pelo estado possuir o maior rebanho bovino do país, com mais de 32,4 milhões de cabeças de gado em 2021

Os 10 municípios que mais emitiram CO2 devido ao desmatamento nessa região estão localizados no Mato Grosso e Rondônia, especialmente na porção norte desses estados

Essa faixa de municípios, pertence à Amazônia Legal, nos mostra a fronteira agrícola, que tem se expandido para os estados do Amazonas e Pará, concentrando as maiores emissões de gases de efeito estufa do país
É possível notar que há uma maior dispersão geográfica dos municípios que mais emitiram CO2 pela agropecuária

Esses municípios já tem esse setor consolidado e, portanto, o desmatamento nesses locais ocorreu há alguns anos, diferentemente daqueles em que a pecuária surge como uma atividade econômica recente e em expansão de sua fronteira

Os dados da emissão de CO2 são do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), do @observatoriodoclima.



Post por Gabriel Ferrari (@gabrieltoninf) e Alisson Machado (@alissondmach).

Post-1705-Alimentacao-Centro-Oeste-Expandido-Apresentacao-169

Como é a alimentação do centro-oeste expandido?

Em posts anteriores, falamos sobre o que chamamos de Centro-Oeste expandido, formado por Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre, Rondônia e Tocantins

Você já se perguntou como é a alimentação nesses estados? Bom, neste post vamos pensarmos nisso a partir das manchas culinárias

Mas, o que é mesmo mancha culinária?

É um termo utilizado para nos referirmos às diferentes apresentações que temos das culinárias brasileiras. Por definição, temos que:

Manchas culinárias são partes de um território que constituem regiões para o estudo da alimentação, uma vez que expressam marcas culturais (práticas alimentares) e ambientais (ingredientes de origem animal, vegetal ou fungos) que definem cada culinária.

O Centro-Oeste expandido corresponde às manchas central, parte da amazônica e possui uma influência da caipira. Que tal conhecer mais sobre elas?

Como podemos ver, as manchas são agrupadas segundo seus fatores culturais e ambientais, não se definindo de acordo com limites geográficos

Desta forma, a culinária brasileira novamente se apresenta como algo orgânico, se modificando a cada cultura, dentro de seus próprios sistemas de coleta, produção, processamento, preparo e significado.



Post por Gabi Manzini (@gabi_pman) e Letícia Maximiano (@leticia.maximiano).

Explica 06 Chamada - Quadrado

Sustentarea Explica | (A)grotóxicos

Sustentarea Explica

(A)grotóxico

Agroquímico, pesticida ou defensivo agrícola… Embora muitos usem como sinônimos, quando falamos de agrotóxico podemos dizer ‘veneno’, mesmo. Mas, para padronizar, segundo o pesquisador brasileiro Adilson Paschoal, dentre os tantos possíveis, o termo adequado é agrotóxico, pensando na abrangência e na terminologia científica.

Hoje, o Brasil está entre os países que mais usam esses produtos no mundo e possui diversos casos de contaminação de água e do solo por agrotóxicos em várias regiões (com Sul e Sudeste liderando o ranking), sendo alvo de denúncias ambientais. É nesse cenário que o  6º episódio da série Sustentarea Explica resgata os principais conceitos sobre o tema, que é alvo de discussões mundo afora.

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Referências

1. Dossiê Abrasco: um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde
|
www.abrasco.org.br/dossieagrotoxicos/wp-content/uploads/2013/10/DossieAbrasco_2015_web.pdf

2. Capítulo: Frederico Peres, Josino Costa Moreira e Gaetan Serge Dubois. Agrotóxicos, saúde e ambiente: uma introdução ao tema
| portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/ cap_01_veneno_ou_remedio.pdf

3. Pesquisa: Agrotóxicos na berlinda
| www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/tecnologia/ luciamariacararetoalves/agrotoxicos_fapesp_set2018.pdf

4. Notícia: Mudanças na regulação de agrotóxicos são um retrocesso de 40
|
www.brasildefato.com.br/2019/08/26/mudancas-na-regulacao-de-agrotoxicos-sao-um-retrocesso-de-40-anos-diz-pesquisador

5. Livro: Agricultura Sustentável. Manual do produtor rural
| anamariaprimavesi.com.br/wp-content/uploads/2022/07/Agricultura-sustentavel.pdf

6. Livro: Adilson D. Paschoal. Pragas, agrotóxicos e a crise ambiente: problemas e soluções da Editora Expressão Popular
| expressaopopular.com.br/livraria/pragas-agrotoxicos-e-a-crise-ambiente-problemas-e-solucoes/

7. Atlas Geográfico do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia
| ecotoxbrasil.org.br/upload/587ed92192e9dbe77bddffd31cbe25a 7-e-book_atlas_agrot_axico_2017_larissa_bombardi.pdf

Materiais Sustentarea

Revista Sustentarea: Entrevista com especialista: Quanto veneno tem no seu prato? (pág. 11-13)
| www.fsp.usp.br/sustentarea/revista-n4/

Post Sustentarea: 10 mitos e verdades sobre agrotóxicos
| www.fsp.usp.br/sustentarea/2023/01/11/10-mitos-e-verdades-sobre-agrotoxicos/ 

Post Sustentarea: Desmistificando: Agrotóxicos
| www.fsp.usp.br/sustentarea/2020/10/08/desmistificando-agrotoxicos/ 

Post Sustentarea: Agrotóxicos e saúde mental
| www.fsp.usp.br/sustentarea/2022/09/23/agrotoxicos-e-saude-mental/

Post Sustentarea: Agrotóxicos em papinhas
www.fsp.usp.br/sustentarea/2023/01/16/15065/ 
 

Episódio também em vídeo, assista!

Ficha Técnica

O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea,  núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Coordenação

Nadine Marques

Apresentação

Pâmela di Christine

Apoio à pauta, roteiro e pesquisa

Patrícia Mello, Nadine Marques, Mariane Hase Ueta e Pamela di Christine

Edição de áudio

Mariana Ting

Locução de vinhetas e Trilhas sonoras

Daniela Vianna e Fernando Kuraiem

Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi, Gabbi Mahfuz
e Katharina Cruz

QUAIS-SAO-OS-ALIMENTOS-MAIS-PRODUZIDOS-no-centrO-OESTE-EXPANDIDO-Apresentacao-169-1

Quais são os alimentos mais produzidos no Centro – Oeste expandido?

Segundo o Índice Multidimensional de Sistemas Alimentares Sustentáveis Revisado para o Brasil (MISFS-R), o Centro-Oeste expandido abrange os estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre, Rondônia e Tocantins

Ainda de acordo com o estudo, nesses estados há a maior produção de alimentos do país, aliado a um impacto ambiental elevado

E quais são os alimentos mais produzidos nessa região?

Este grupo de estados, sobretudo Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, são caracterizados pela criação massiva de gado e produção de commodities, como soja e milho.

É impossível falar dessa região sem citar a criação de bovinos

Segundo o Censo Agropecuário de 2017, o Brasil possuía 173 milhões de cabeças de gado à época, e quase 80 milhões estavam nesses estados

O Mato Grosso é o estado que possuía o maior rebanho bovino em 2017 – 23,4 milhões de animais. Isso significa que, naquele ano, havia cerca de 7 bovinos para cada habitante

Em relação aos grãos, segundo os dados da PAM/IBGE, em 2021 esses estados produziram 66,3 milhões de toneladas de soja e 51,2 milhões de toneladas de milho

Isso equivale a 49,1% e 57,9% de toda a produção desses grãos em nível nacional, respectivamente

Em menor escala, há uma produção considerável de banana e mandioca, sendo essa última o alimento mais produzido no Acre. E no Tocantins, exclusivamente, há uma importante produção de arroz, sobretudo no Vale do Araguaia.

Em um primeiro momento, esses dados parecem promissores, mas devemos levar em consideração que grande parte do que é produzido sequer vira alimento

Outro ponto se refere ao impacto ambiental, sobretudo do gado, que é responsável por uma elevada emissão de gases de efeito estufa

Além disso, a fronteira agrícola tem se expandido nos últimos anos para as Regiões Norte e Nordeste. Isso significa que o modelo de produção de alimentos predominante, que é insustentável, tem sido reproduzido em outros locais.

Logo, a transição para sistemas alimentares sustentáveis se faz cada vez mais urgente, principalmente em regiões como esta, em que o modelo predominante de produção se faz tão presente.

Post por Roberta Cronemberger (@roberta_cronemberger) e Alisson Machado (@alissondmach).

Capturar

Receitas com PANC e aproveitamento integral dos alimentos

No mês passado promovemos a oficina culinária ‘Do Mato ao Prato’ em parceria com o @wwfbrasil, na qual a facilitadora @weruskabarrios mostrou como aproveitar totalmente os alimentos e de que forma as plantas alimentícias não convencionais podem fazer parte do dia a dia!

Do mato ao prato

A oficina culinária realizada no dia 14/04 foi conduzida pela nutricionista Weruska Barrios e teve como objetivo mostrar alimentos não usuais desde sua origem até a preparação de diversas receitas criativas e cotidianas!

Veja algumas das receitas produzidas pelo grupo:

    • Brusqueta com pesto de talos
    • Penne ao molho verde de taioba
    • Peixinho da horta no fubá
    • Brigadeiro de biomassa de banana verde

E, para que você possa se inspirar com as receitas produzidas na oficina, preparamos uma apostila com todas elas! O download, gratuito, pode ser feito aqui no nosso site clicando em https://www.fsp.usp.br/sustentarea/livros-de-receitas/

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Pesquisa sobre consumo de alimentos biodiversos

Artigo científico

Usando inteligência artificial, cientistas descobrem que apenas 1 em cada 100 pessoas no Brasil consomem alimentos biodiversos.

Um grupo de cientistas de diferentes universidades do Brasil realizou uma pesquisa sobre a biodiversidade dos alimentos consumidos pela população brasileira. Eles descobriram que, apesar do Brasil ser um dos países mais ricos em biodiversidade do mundo, o consumo de alimentos biodiversos é muito baixo.


Alimentos biodiversos são recursos alimentícios que geralmente são negligenciados ou possuem uso restrito a certos grupos e contextos geográficos. Os alimentos biodiversos analisados nesta nesta pesquisa foram representados pelas plantas alimentícias não convencionais, cogumelos comestíveis e carne de animais selvagens.
Para desenvolver o estudo, os pesquisadores utilizaram dados de uma pesquisa nacional sobre alimentação e estimaram a frequência de consumo de alimentos biodiversos. Os autores também levaram em conta nesse estudo variáveis socioeconômicas, como idade, sexo, escolaridade e segurança alimentar. Técnicas de inteligência artificial foram utilizadas na análise de dados de modo a revelar os fatores sociais que levam ao consumo de plantas alimentícias não convencionais.


Os resultados mostraram que apenas 1,3% da população brasileira consome alimentos biodiversos, e que esse consumo varia de acordo com a área geográfica, etnia e condições socioeconômicas. A pesquisa também revelou que o consumo de plantas alimentícias não convencionais pode ser um indicador de vulnerabilidade social.


Os cientistas alertam para a importância de se considerar o contexto socioeconômico ao promover o consumo de alimentos biodiversos, a fim de evitar reforçar estigmas e percepções de privilégio em torno dos alimentos. A pesquisa destaca a necessidade de políticas públicas e campanhas de conscientização culturalmente adaptadas para aumentar o consumo consciente de alimentos biodiversos, o que pode ajudar a melhorar a qualidade das dietas e promover a segurança alimentar no país.

O artigo contou com a participação dos pesquisadores: Sávio Marcelino Gomes, Viviany Moura Chaves, Aline Martins de Carvalho, Elenilma Barros da Silva, Elias Jacob de Menezes Neto, Gabriela de Farias Moura, Leonardo da Silva Chaves, Rômulo Romeu Nóbrega Alves, Ulysses Paulino de Albuquerque, Fillipe de Oliveira Pereira & Michelle Cristine Medeiros Jacob.

Post_WFF_Ana

Mentora do Sustentarea é selecionada para integrar grupo de pesquisadores do Fórum Mundial da alimentação

Você conhece o Fórum Mundial de Alimentos da ONU?

Em sua coorte de 2023-2025 de Jovens Pesquisadores, teremos uma participante do Sustentarea, a nutricionista Ana Luiza Gomes Domingos.

O Fórum Mundial da Alimentação (WFF) foi lançado em 2021 e é facilitado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO)

Ana Luiza Domingos integra o grupo de 16 pesquisadores que participarão da coorte 2023-2025, cujo tema é ‘A transformação dos sistemas agroalimentares acelera as ações pelo clima’

O tema de 2023

A transformação dos sistemas alimentares acelera as ações pelo clima

Objetivo

Empoderar jovens ao redor de mundo de forma a moldar os sistemas alimentares para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e um futuro alimentar melhor para todos.

 

O fórum

Uma rede global independente gerenciada por jovens facilitada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO)

Principal plataforma jovem de governança global de alimentos, unindo a paixão e o poder da juventude na identificação de soluções para os problemas atuais e na incitação de ações positivas para o sistema alimentar.

“É uma honra integrar a coorte e estar em um ambiente internacional de muita troca, inovação e poder contribuir com o debate, trazendo a experiência brasileira a fim de avançar na promoção de sistemas alimentares sustentáveis.”

Ana Luiza Domingos

Ana Luiza é nutricionista pela Universidade Federal de Ouro Preto, mestre em Saúde e Nutrição pela mesma instituição e doutora em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa. Atualmente, é pós-doutoranda na Universidade de São Paulo.

Parabéns, @algdomingos!

Explica 05 Chamada Video - Quadrado

Sustentarea explica | (C)ultura Alimentar

Sustentarea Explica

(C)ultura Alimentar

A Cultura Alimentar está presente em diferentes territórios; seja um país, um estado e até uma pequena cidade, caracterizada por tradições, práticas e valores relacionados à alimentação de um grupo social. Isso inclui a forma como esse grupo produz, prepara, consome e compartilha os alimentos, além das crenças, hábitos e costumes que envolvem a alimentação. 

Desde a sua colonização, o Brasil tem recebido novas influências de povos que vieram e continuam vindo para cá. É nesse cenário, marcado por tradições, mas também por transformações, que o 5º episódio do “Sustentarea Explica” viaja pelas raízes da cultura alimentar e sua importância para um território plural como o brasileiro. 

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Quer saber mais?

ACESSE OS LINKS:

Referências

1. Capítulo: Sílvia Carrasco i Pons. Olhares antropológicos sobre a alimentação Pontos de partida teórico-metodológicos para o estudo sociocultural da alimentação em um contexto de transformação
|
books.scielo.org/id/v6rkd/pdf/canesqui-9788575413876-07.pdf 

2. ArtigoCultura Alimentar: contribuições da antropologia da alimentação
|
plataforma.redesan.ufrgs.br/biblioteca/pdf_bib.php?COD_ARQUIVO=3387

Materiais Sustentarea

Post Sustentarea: Comida como patrimônio: políticas e práticas decoloniais
| www.fsp.usp.br/sustentarea/2023/01/27/comida-como-patrimonio-politicas-e-praticas-decoloniais/

Mão na Massa: Receitas Sustentarea
| www.fsp.usp.br/sustentarea/receitas/

Episódio também em vídeo, aperta o play!

Ficha Técnica

O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea,  núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Coordenação

Nadine Marques

Apresentação

Pâmela di Christine

Apoio à pauta, roteiro e pesquisa

Patrícia Mello, Nadine Marques, Mariane Hase Ueta e Pamela di Christine

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Mariana Ting

Locução de vinhetas e Trilhas sonoras

Daniela Vianna e Fernando Kuraiem

Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi, Gabbi Mahfuz
e Katharina Cruz

Cluster-A-MISFS-R-Apresentacao-169

Como é o sistema alimentar do centro-oeste expandido?

Com este post vamos dar continuidade à série sobre os sistemas alimentares brasileiros a partir dos resultados do Índice Multidimensional de Sistemas Alimentares Sustentáveis Revisado para o Brasil ​​(MISFS-R), estudo conduzido por pesquisadoras do Sustentarea com apoio do @wwfbrasil.

Esta é a primeira publicação sobre o Centro-Oeste expandido, composto pelos estados da região de mesmo nome e também pelo Acre, Rondônia e Tocantins. 

Relembrando

O Índice Multidimensional de Sistemas Alimentares Sustentáveis Revisado para o Brasil (MISFS-R) é uma ferramenta desenvolvida para avaliar a sustentabilidade dos sistemas alimentares no contexto brasileiro

A avaliação é feita a partir das quatro dimensões do sistema alimentar: ambiental, social, econômica e nutricional

Neste post, falaremos sobre o Centro-Oeste expandido, composto pelos estados da Região Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) e pelo Acre, Rondônia e Tocantins, da Região Norte. Nas análises, o Distrito Federal não foi incluído

Estes estados fazem parte do mesmo grupo devido às semelhanças em relação ao sistema alimentar. 

Em relação à dimensão ambiental, os estados deste grupo foram os responsáveis pelas maiores emissões de gases de efeito estufa na produção de alimentos. Além disso, a pegada de carbono da alimentação também foi maior neste agrupamento

Na dimensão social, o grupo teve como pontos positivos um bom acesso físico e financeiro aos alimentos e a menor prevalência de trabalho informal no campo. Apesar disso, estes estados foram os responsáveis pelo maior número de notificações de intoxicação por agrotóxicos em todo o Brasil.

A dimensão econômica destes estados teve como pontos positivos o melhor acesso à maquinários, rede elétrica e orientação técnica. Além disso, este foi o grupo com a maior contribuição da agricultura para o PIB.

Já em relação à dimensão nutricional, um ponto positivo foi o menor consumo de alimentos ultraprocessados. Por outro lado, junto com as Regiões Sul e Sudeste, neste grupo foi identificada uma maior ingestão de agrotóxicos pela alimentação.

Um ponto em comum entre esses estados é que eles têm a produção de alimentos como principal atividade econômica e estão entre os maiores exportadores do país

O crescimento da produção de alimentos nessa região dependeu da degradação ambiental, sobretudo do Cerrado, e a fronteira agrícola tem se expandido para a Amazônia

O principal motivo para o desmatamento do Cerrado é a abertura de novas áreas para a agropecuária, sendo esta uma das razões pelas quais este grupo é o maior emissor de gases de efeito estufa do país.

Por isso, apesar dos resultados geralmente favoráveis para os demais aspectos, os estados do Centro-Oeste expandido tiveram as piores pontuações para a dimensão ambiental


Post por Gabriel Ferrari (@gabrieltoninf) e Letícia Maximiano (@leticia.maximiano).

Cópia de Postagem feed 03052023

Você já ouviu essas expressões relacionadas à cultura alimentar da mandioca?

A mandioca possui nomes diferentes dependendo da região do país, e sua cultura alimentar é repleta de nomes não tão conhecidos por todas e todos

Pensando nisso, preparamos um miniglossário com expressões relacionadas à sua cultura. Mas, antes de seguir, veja três formas de apresentação dessa raiz!

A cultura alimentar da mandioca reflete a diversidade cultural e linguística do Brasil. Uma raiz plural, que possibilita uma variedade de beneficiamentos, não poderia deixar de ter vocábulos igualmente ricos! Confira abaixo o miniglossário que compôs a Cartinha da Rainha de abril!

Quer saber mais sobre a cultura alimentar dessa raiz tão versátil?

Se inscreva na newsletter Cartinha da Rainha, uma publicação mensal em que compartilhamos memórias, histórias, receitas e dicas sobre a nossa rainha, a mandioca!



Por por Alice Medeiros (@ams.bio), Evelym Landim (@evelymlandim) e Thaís Arcari (@tharcari).

Principal 03 Chamada - Quadrado

#03 | Sistemas alimentares do Sul e Sudeste

episódio #03

Sistemas alimentares do Sul e Sudeste

No terceiro episódio principal do podcast Comida que Sustenta, convidamos Marina Norde, nutricionista e pesquisadora na UNICAMP, para analisar o cenário dessas regiões a partir da sua perspectiva como líder da pesquisa de atualização do Índice Multidimensional para Sistemas Alimentares Sustentáveis.

O programa também conta com a participação especial de Lara Zamparo Franco, consultora do WWF-Brasil, além de Raquel Tupinambá, Kassika de Surucuá, que também atua no WWF-Brasil, como analista de conservação. Atualmente, o WWF-Brasil está promovendo, em parceria com universidades Brasil afora, uma série de eventos para discutir os sistemas alimentares de cada região. 

Aperta o play!

episódio 03

CONVIDADAS & CONVIDADOS

O Encontro Sustentarea do mês contou com a participação especial:

Imagem do WhatsApp de 2023-04-25 à(s) 13.59.07

Marina Norde

Nutricionista, mestra e doutora pela Faculdade de Saúde Pública da USP; pós-doutoranda pela UNICAMP; membra do Sustentarea 

Marina Indica:

• Artigo original do MISFS-R (em inglês) | https://doi.org/10.1002/sd.2376

• Links da publicação do Sustentarea sobre o  MISFS-R | site 

Imagem do WhatsApp de 2023-04-26 à(s) 12.06.45

Lara Franco

Mestranda em conservação da biodiversidade e desen-volvimento sustentável pelo  IPÊ (Instituto de Pesquisas Ecológicas). Consultora e educadora socioambiental

Lara Indica:

• Livro Do Quilombo a floresta | site
• Perfil da Thalita Xavier | @thallitaxavier
• Perfil da Carolina Dini (cebola na manteiga) | @cebolanamanteiga
• Perfil da Alene | @afroecologica
• Perfil do Tomaz Lanza | @tomazlanza

Imagem do WhatsApp de 2023-04-27 à(s) 17.20.46

Raquel Tupinamba

Kassika de Surucuá, Tupinambá, Tapajós; agricultora associada da @ampravat.manibe; doutoranda em Antropologia Social pela Universidade de Brasília

Raquel Indica:

Prefira alimentos da agroecologia e produtos orgânicos

• feirasorganicas.org.br/ 
• Feiras Orgânicas / São Paulo | site 

 

Apresentação

Nadine Marques
Nutricionista, mestre e doutoranda em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP.

Apresentação

Pâmela di Christine
Graduada em Nutrição pela FSP/USP e Mestranda em Políticas Públicas na UNILA.

E aí, bora cozinhar?

Bolinho de Arroz com Ora-pro-Nobis

ingredientes

Modo de preparo

Bolinho de Arroz com Ora-pro-Nobis

ingredientes

Modo de preparo

Por Giovanna Garrido

… grupo Vivências Biodiversas | Sustentarea.

Quer saber mais?

ACESSE OS LINKS:

Indicações

1. Publicação do Sustentarea sobre o MISFS-R /
| www.fsp.usp.br/sustentarea/2022/10/25/o-indice-multidimensional-de-sistemas-alimentares-sustentaveis-esta-de-cara-nova/ 

2. Como é o sistema alimentar das regiões Sul e Sudeste | www.instagram.com/p/Cq_TlUzvx9B/?igshid=YmMyMTA2M2Y%3D 

 

 

Outros projetos

Episódio também em vídeo, assista!

Ficha Técnica

O Comida que Sustenta é uma produção do Sustentarea,  núcleo de extensão da USP sobre alimentação sustentável, coordenado pela Aline Martins de Carvalho, professora do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Coordenação

Nadine Marques

Apresentação

Nadine Marques e Pâmela di Christine

Apoio à pauta, roteiro e pesquisa

Nadine Marques, Mariana Hase Ueta e
Pâmela di Christine

Curadoria de receitas

Danielle Freitas 

Edição

Mariana Ting

Locução de vinhetas

Daniela Vianna

Trilhas sonoras

Daniela Vianna e Fernando Kuraiem

Materiais de divulgação

Clarissa Taguchi, Gabbi Mahfuz
e Katharina Cruz

Alimentação no Sul e Sudeste (Apresentação (169))

Como é a alimentação das regiões sul e sudeste?

É muito comum pensarmos na culinária brasileira como uma mistura das influências portuguesa, africana e indígena, mas ela é muito mais do que a soma delas, sendo difícil defini-la em uma ou poucas palavras

O constante processo de construção da nossa culinária faz dela um mosaico de práticas alimentares ricas e diversas

Convencionalmente, a culinária brasileira foi dividida de acordo com os estados e regiões, sendo nomeada como “culinária nordestina”, “culinária paulista”, “culinária mineira”, entre outras

No entanto, diante da diversidade que o Brasil possui no seu território, o sociólogo Carlos Alberto Dória propôs o conceito das manchas culinárias

Manchas culinárias são partes de um território que constituem regiões para o estudo da alimentação, uma vez que expressam marcas culturais (práticas alimentares) e ambientais (ingredientes de origem animal, vegetal ou fungos) que definem cada culinária.

Assim, as regiões Sul e Sudeste correspondem às manchas meridional, caipira e costa. Que tal conhecer mais sobre elas?

Mancha Meridional

Caracterizada pela miscigenação com povos europeus e com forte uso de suas técnicas culinárias. O pinhão e a erva-mate, aqui chamada de chimarrão, são ingredientes-chave nessa mancha. É uma zona que está mais relacionada à Mata Atlântica e aos Pampas, um bioma exclusivo do Rio Grande do Sul.

Mancha Caipira

É caracterizada pelo uso de milho, porco, frango e boa variedade de legumes. O pequi é um dos ingredientes-chave nessa mancha, que também está relacionada ao Cerrado

Mancha da Costa

Caracterizada pelo uso de peixes, frutos do mar e leite de coco. É uma zona que se relaciona com a Mata Atlântica.

As manchas culinárias expressam aspectos culturais e ambientais de cada região, por isso nem sempre convergem dentro de um mesmo estado, como acontece com as culinárias do interior de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, que estão sob o domínio da mancha caipira

A identidade da culinária brasileira surge da combinação de várias tradições culinárias que estão em constante mudança

Compreender como é a cultura alimentar de cada região permite o seu fortalecimento, assim como a pensarmos em práticas alimentares mais saudáveis e sustentáveis considerando cada realidade



Post por Gabi Manzini (@gabi_pman), Thamillys Rodrigues (@thamillysrs) e Letícia Maximiano (@leticia.maximiano).